Dúvidas do intercâmbio! Será que dá para ficar apenas um ano?

Se você perguntar a dez estudantes  quais são seus planos para o intercâmbio, a maioria vai dizer, ficar por um ano e voltar para o Brasil. Os motivos são variados, ou a namorada que ficou por lá, a saudade da família, a ânsia de abocanhar o promissor mercado brasileiro, mas a realidade é que muitos, após um ano vivendo longe de casa acaba renovando o visto! Ai surge uma perguntinha básica? Porque você resolveu esticar sua estadia em solo verde?

Carol Hévia

Guinness é a cerveja irlandesa, verdadeiro patrimônio cultural do país.© Volgariver | Dreamstime.com

Bom, cheguei aqui em fevereiro do ano passado e meus planos eram de ficar um ano. Caso arrumasse emprego na minha área nesse meio tempo (sou designer gráfica) e dependendo de como tudo rolasse eu planejava ficar mais, mas caso não, voltaria no final desse 1 ano. Mas felizmente (yay!), depois de 3 meses aqui eu comecei a trabalhar numa editora e as coisas não poderiam estar melhores. Adoro o que eu faço, estou aumentando meu portfólio, meu inglês melhora cada vez mais e nunca senti meu esforço e meu trabalho serem tão valorizados. Além do mais, depois que começamos a trabalhar aqui, a gente percebe o quanto o dinheiro rende mais, e como isso faz toda a diferença na hora de comprar, viajar, pagar as contas e se manter.

No Brasil, eu trabalhava a valer, só pagava meu carro, e conta de celular, e não conseguia fazer nenhuma grande viagem, comprar nada demais ou guardar dinheiro. Agora, 1 ano depois já posso dizer que me sinto em casa, tenho a minha vida aqui, me sinto orgulhosa por ter conquistado a minha estabilidade e ficaria muito triste se tivesse que voltar pro Brasil de vez agora por qualquer razão. Estou renovando meu visto (esse ano vou fazer um curso de fotografia) e acho bem provável que renove ano que vem também. Ainda tenho muita Guinness pra tomar por aqui!

Marcondes Sávio

Casaco é a peça chave em seu intercâmbio na Irlanda© Patricia Hofmeester | Dreamstime.com

A minha ideia era vir, aprimorar meu inglês e voltar para atuar na área após um ano. Porém, a minha visão e perspectiva mudaram e assim meus objetivos ao considerar as inúmeras vantagens e desvantagens nos dois países.  Ao procurar um ponto de equilíbrio, eu vi a Irlanda como um lugar onde eu ficaria. Eu considero  fatores importantes aqui o clima (sim, eu gosto do clima irlandês!), o respeito pelo cidadão, segurança (acima de tudo!), poder aquisitivo (mesmo para quem ganha salário mínimo), educação e perspectivas na carreira, ainda há boas oportunidades aqui, sendo o visto o maior problema.
Por outro lado, o Brasil está hoje com uma economia forte, robusta e com mais oportunidades e perspectivas do que aqui, em outras palavras é mais fácil começar a carreira lá. Ficar longe dos amigos e familiares também pesa, a rotatividade na Irlanda é muito alta tornando difícil manter amizades, a consequência é a solidão, quase que inevitável. E por fim o clima, embora eu goste, não é fácil para a maioria ter que lidar com as chuvas frequentes, dias frios e curtos e sempre nublados além do vento. Ainda assim, eu decidi ficar. Sou um louco! (risos)

Karina Miguel

 

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Viajar pela Europa tem um preço acessível© Anyaberkut | Dreamstime.com

A minha vida social na Irlanda é muito mais ativa do que era no Brasil, aqui ficar em casa é uma questão de opção e não de falta de opção. Posso ir num pub ouvir uma banda nova que toca incrivelmente bem e não gastar nada. Posso ir pra balada, me divertir a noite toda e gastar pouco, posso ir pra festas na casa de amigos.

No Brasil eu morava em Limeira, interior de SP, eu raramente saia, a maioria dos meus amigos já chegou a fase de casar, então sempre tem programas de casais. Apresentações na minha cidade eram raras, nunca de graça, ir pra São Paulo exige tempo e dinheiro e as vezes a gente não tem as duas coisas ao mesmo tempo.

Além da diversão eu realmente estou sentindo que meu inglês está cada dia melhor, minha intenção é voltar pro Brasil sabendo que meu inglês é avançado/fluente em um país de língua inglesa. Pensar em voltar pro Brasil é muito difícil, aqui eu sou uma pessoa que eu gosto mais, menos preocupada com o ter, lá eu só pensava em comprar carro, comprar casa, celular da moda, aqui é prefiro pagar pouco no aluguel e poder ir viajar.

Ávany França

Jornalista por profissão, já passou por editorias de moda, gastronomia, história e turismo. Uma vida sem desafios não foi desenhada para essa baiana de Salvador. Amante das viagens, coleciona mais de 80 destinos no passaporte. Quer saber mais? Corre porque até você terminar de ler esse perfil já terei alguma novidade.

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