Todo início de ano é igual: resoluções, projetos e aquela remexida no nosso interior, que faz reaparecer aqueles desejos guardados durante 365 dias. Mas aí, o tempo vai passando e eles voltam para a nossa ‘gaveta’ mais uma vez, pra reaparecer só próximo ano, né? Nessas últimas semanas, fui surpreendida por duas mensagens, a primeira delas, no blog, dizendo: “Liliane, desculpe, sei que nem nos conhecemos, mas precisava compartilhar com você. Trabalhei por 13 anos numa empresa e agora, com 29 anos, pedi demissão e resolvi que vou viver o meu sonho de fazer intercâmbio”. A outra, do meu amigo William, lá de Passo Fundo: “Lili, larguei meu cargo na vida pública e estou indo para o Canadá!”.
Gente, ao ler isso, um arrepio subiu a minha espinha e uma sensação de felicidade tomou conta do meu coração. Quantas vezes deixamos nossos sonhos de lado por medo do que a sociedade vai dizer ou pensar? Quantas vezes deixamos de dizer um “eu te amo” por medo de não sermos correspondidos? E a faculdade que fazemos apenas porque nossos pais querem ou porque é o que cabe no bolso e podemos pagar? E o namoro ou casamento que não vai bem, mas mesmo assim insistimos em levar adiante? Não, não me interprete mal! Eu sei que não é simples assim e eu não quero que você saia por aí chutando o balde, largando o emprego, pedindo a separação, trancando o curso da faculdade ou comprando uma passagem para o primeiro voo rumo a qualquer lugar do mundo – longe disso!
Eu quero apenas que você reflita o que está fazendo da sua vida e se vale a pena passar o resto dela fazendo aquilo que você não tem certeza se é ou não para você, vivendo o que os outros querem que você viva. Sabe, quando eu resolvi ‘largar’ minha vida no Brasil para morar na Irlanda, eu tinha dois medos. O primeiro deles era chegar aos 30 anos de idade sem ter carro, apartamento ou uma carreira consolidada, mas, por outro lado, viver tudo o que eu sempre quis, todos aqueles pequenos sonhos que muitos julgam como bobagem. Já o segundo, era chegar aos 50 anos com um super apartamento, carro zero, emprego dos sonhos, mas olhar para trás e perceber que não vivi meus sonhos, por medo ou insegurança do que os outros iriam pensar. E você tem alguma dúvida de qual das duas opções mais me assusta? Por menor que seja seu sonho, por mais insignificante que ele possa parecer, não o deixe passar. Não viva aquilo que não te faz bem.
DESINTOXIQUE-SE, ENCORAJE-SE e VIVA de verdade, para depois não chegar no final e dizer “e se eu tivesse…”
Que o novo ano traga mais THAÍSes, mais WILLIAMs, mais LILIANEs!
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