Cerca de 8 mil eleitores brasileiros compareceram às seções eleitorais de Dublin no último domingo, 2 de outubro, para participar do primeiro turno das eleições 2022 do Brasil. O número é cerca de 75% do total de eleitores aptos para votar na Irlanda, um total de quase 12 mil brasileiros.
Os presentes, no entanto, precisaram esperar cerca de 3h a 4h horas para conseguir chegar até sua seção. Apesar disso, não houve casos de violência relatados.
O edublin conversou com o embaixador do Brasil em Dublin, Marcel Biato, que comentou os principais pontos da votação no país e explicou se haverá mudanças para a votação no segundo turno.
Assista a entrevista completa no vídeo abaixo:
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Uma fila quilométrica foi formada para poder votar no dia 2 de outubro.
Da entrada da Erin School, local de votação em Dublin 1, a fila circundava o quarteirão, entre a North Great George’s Street, Parnell Street, Hill Street, Denmark Street Great e voltando para a rua da escola, onde ainda formava duas voltas.
Muita gente esperou cerca de 3h a 4h para poder votar, outros desistiram por terem compromissos de trabalho ou morarem em outra cidade.
Às 16h, uma hora antes do término da votação, segundo Biato, ainda havia cerca de 3 mil pessoas na fila. Apesar disso, segundo ele, quem aguardava conseguiu votar mesmo depois do horário.
“Foi necessário estender o período de votação. O procedimento normal nesses casos é que as pessoas que chegam até às 17h recebam uma senha e, portanto, possam votar mesmo depois do horário. É uma forma de respeitar o direito do cidadão, mas, diante do tamanho e do número, foi autorizado estender o período de votação mesmo sem a senha, até porque era humanamente impossível distribuí-las”, afirmou.
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A Embaixada afirmou que está estudando uma forma melhor de distribuir a fila para que as pessoas esperem menos para votar no segundo turno. “Estamos empenhados em melhorar, examinando as alternativas, inclusive a possibilidade de mudar (de local), mas tudo vai depender do que acontecer nos próximos dias”, afirmou.
Segundo Biato, um dos desafios é poder organizar a fila em um espaço público. “Sofremos a limitação de estar em uma rua pública. O que vamos fazer é assegurar que, na próxima vez, nós tenhamos um sistema de dividir em maior número de filas antes de entrar no prédio.”
A ideia, segundo ele, é formar filas para cada uma das 16 seções ou agrupá-las.
“Vamos tentar organizar um sistema de barreiras para podermos, com mais antecedência, posicionar as pessoas com acesso mais fácil. Esperamos também ter um mecanismo mais ágil de identificar e atender as pessoas com mais necessidades.”
De acordo com Biato, a Irlanda foi o país com o menor número de abstenções, com um engajamento maior do que em outros países.
“Normalmente, o grau de comparecimento costuma ser por volta de 30% a 40% da lista total de eleitores no exterior. Aqui, nós chegamos a mais de 70%. De cerca de 12 mil brasileiros inscritos, votaram 8 mil, ou seja, três quartos do total. Quase o dobro da média do exterior.”
Biato, que participou ativamente de toda a organização, disse ter ficado admirado com o “entusiasmo e a motivação das pessoas”. “A eleição aqui em Dublin foi muito exitosa no sentido de que um número muito grande de brasileiros puderam exercer seu direito condicional”, enfatizou o embaixador.
O embaixador afirmou que não houve registro de violência e que a Garda não precisou ser acionada. “O que prevaleceu foi esse sentimento de alegria, satisfação, mesmo quando dois grupos de apoiadores adversários se encontravam, o ambiente era mais de uma espécie de rivalidade amistosa e nada de violência, nenhuma agressividade — nem verbal, muito menos física.”
Marcel Biato afirmou que espera o mesmo comportamento no segundo turno. “Pedimos às pessoas que voltem a votar com igual entusiasmo e espírito cívico. Esperamos um número igual ou até maior.”
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