O partido Sinn Féin tornou-se o maior da Assembleia da Irlanda do Norte pela primeira vez após um histórico triunfo eleitoral ocorrido no último fim de semana.
A eleição elegeu 27 deputados do Sinn Féin contra 25 do Partido Unionista Democrático (DUP), os dois maiores do país.
O Sinn Féin é nacionalista e tem como histórico ser a favor da reunião da Irlanda do Norte e República da Irlanda em um só país, enquanto o DUP é unionista e defende a permanência do lado norte junto ao Reino Unido.
Por isso mesmo, com a eleição ganha pelos nacionalistas, o debate volta à tona.
“Hoje representa um momento de mudança muito significativo. É um momento decisivo em nossa política e para nosso povo”, disse a líder do Sinn Fein na Irlanda do Norte, Michelle O’Neill.
Ela ressaltou que agora deve haver um “debate honesto” em torno do objetivo do partido de unificar o território com a República da Irlanda.
Sim! Mas, para isso, o processo não é tão simples. Para que as duas “Irlandas” se reúnam, é preciso que seja feito um referendo tanto na República da Irlanda quanto na Irlanda do Norte, autorizado pelo governo britânico.
No início de 2020, uma pesquisa feita pelo The Times apontou que os irlandeses têm esse desejo de reunificação.
Mais de 40% das pessoas que participaram da pesquisa afirmaram ver uma Irlanda unida já na próxima década, enquanto outros 19% querem que a unificação aconteça dentro de 20 anos.
Outros 12% querem a união nos próximos 30 anos e mais 8% se contentariam que isso ocorresse daqui três décadas. Foram apenas 20% dos irlandeses se opondo à ideia das duas Irlandas reunidas novamente.
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Pelas regras atuais, o maior partido, no caso Sinn Féin, deve ocupar o cargo de primeiro-ministro do país, que lidera o poder executivo.
Assim, a líder do Sinn Féin, Michelle O’Neill, certamente terá direito ao cargo. Embora o partido republicano tenha direito ao papel de primeiro-ministro, a incerteza continua pairando sobre o futuro da legislatura descentralizada em Belfast.
Isso porque, segundo as regras, os cargos de primeiro-ministro e vice-primeiro-ministro devem ser ocupados pelos mais votados partidos unionistas e nacionalistas.
De acordo com o último resultado, o vice-primeiro-ministro deve ser um representante do DUP, segundo partido mais votado e unionista.
Em fevereiro, o DUP retirou seu primeiro-ministro, Paul Givan, do cargo em protesto ao protocolo da Irlanda do Norte — acordo comercial pós-Brexit ao qual os sindicalistas se opõem.
A renúncia de Givan removeu automaticamente O’Neill do cargo de vice-primeira-ministra.
O’Neill já disse que estará lá no “primeiro dia” pronta para formar um governo quando a nova Assembleia se reunir na próxima semana, mas o DUP deixou claro que não retornará ao compartilhamento de poder até que as mudanças no protocolo sejam aprovadas.
Em um tuíte, ela disse que falou com Boris Johnson, primeiro-ministro britânico após o resultado da eleição. “Lembrei-lhe que a recusa do DUP em formar um executivo está punindo o público, deixando trabalhadores e famílias na mão. O público aqui não pode ser um peão no jogo do governo britânico com a UE. Hora de formar um Executivo agora.”
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