Em qual país já é possível fazer intercâmbio?

Com o surgimento do novo coronavírus, muitas pessoas que estavam às vésperas de fazer um intercâmbio tiveram que postergar esse sonho por conta da pandemia.

Afinal, a Covid-19 atingiu literalmente o mundo todo, afetando diretamente a indústria de turismo e os planos de vários estudantes e profissionais. Diante deste cenário, o maior questionamento do momento é: em qual país já é possível fazer intercâmbio?

Quem estava prestes a embarcar para um intercâmbio e precisou cancelar de última hora a viagem, mudando completamente os planos, não vê a hora de saber quando poderá se organizar novamente para realizar o sonho de estudar no exterior, não é mesmo?

Mas atenção, porque cada país está com regras e restrições diferentes, principalmente em relação a entrada de estudantes estrangeiros.

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É possível fazer intercâmbio ainda em 2020?

A Belta tem atualizado frequentemente uma planilha com informações de destinos que estão já recebendo brasileiros. Foto: Reprodução/Belta

Uma coisa é certa: é importante ter calma e paciência, pois o recomendado pela maioria dos países é que os intercambistas remarquem as viagens para 2021 para poderem desfrutar de tudo com mais segurança e estabilidade.

A Belta – Brazilian Educational & Language Travel Association – que reúne as principais instituições brasileiras que trabalham com intercâmbio – tem atualizado informações em seu blog sobre quais países estão aceitando a entrada de brasileiros (veja imagem acima).

Na maioria dos países, as datas ainda não são claras por uma série de motivos e muitos estão exigindo que os imigrantes permaneçam 14 dias de quarentena, antes de começarem a circular pelas ruas e estabelecimentos.

Mas em qual país já é possível fazer intercâmbio ou qual deles está mais próximo de liberar a entrada de intercambistas?

Nova Zelândia

Destino de intercâmbio de muitos brasileiros, Nova Zelândia teve uma boa resposta contra a Covid-19. Foto: Blagov58 | Dreamstime.com

Sem dúvidas, o país mais próximo da abertura econômica é a Nova Zelândia, afinal, lá foi feito um dos controles mais eficientes do mundo durante a pandemia. Porém, o país ainda não está permitindo a entrada de novos estudantes, por medida de segurança e prevenção.

Os países da Oceania têm maiores chances de reabrir completamente suas economias, inclusive para escolas internacionais. Isso porque realmente seguiram todas as medidas de segurança quando a pandemia começou.

Para se ter uma ideia da eficiência, após 102 dias sem novos casos, uma família em Auckland (quatro pessoas que não saíram do país) foi testada positiva, causando um fechamento parcial da cidade, novamente.

Ainda assim, é muito provável que a Nova Zelândia será o primeiro a reabrir as portas para o intercâmbio, mas infelizmente uma data oficial ainda não foi divulgada.

Irlanda

Ao aterrissar na Irlanda, brasileiros precisam fazer 14 dias de quarentena. Reprodução: Morgan Mckinley

A Irlanda está alguns passos atrás da Nova Zelândia. A Ilha Esmeralda já fez revisões em várias datas de reabertura, devido ao aumento nos casos de coronavírus no país, situação que se repete em diversos lugares da Europa.

A reabertura de pubs e escolas estava prevista para setembro, mas ainda não se sabe se isso vai realmente acontecer. No entanto, a Irlanda já começa a notar redução nas pessoas dependendo do subsídio de desemprego do governo, um sinal de que a economia recomeça a girar, mesmo que ainda devagar.

Para quem deseja saber se é possível fazer um intercâmbio na Irlanda ainda este ano, infelizmente a resposta é não, ou melhor, não do jeito que provavelmente você gostaria, pois ainda há muitas restrições e as escolas de idiomas não tem prazo para retornar as aulas presenciais.

Tecnicamente, quem chega do Brasil para entrar na Irlanda precisa “apenas” fazer 14 dias de quarentena, mas a entrada no país vai depender das regras de imigração, que estão bem mais rígidas.

Leia também: Imigrantes proibidos de entrar na Irlanda podem ir para a cadeia

Quem se matricular em escolas de inglês terá apenas aulas online. Vale lembrar que o registro do visto de estudante para recém-chegados está tendo atrasos, assim como para o cartão PPS, essencial para pode trabalhar na ilha.

O governo irlandês, no entanto, indicou para que as escolas não matriculem novos alunos até 2021. Não é obrigação, mas provavelmente as instituições irão cumprir o determinado. Confira as informações nesta matéria publicada pelo E-Dublin.

Por isso, o ideal é se organizar para o primeiro ou segundo semestre de 2021. Até lá, possivelmente já haverá uma data oficial em relação à abertura das ecolas de inglês, além da liberação da quarentena e uma disponibilidade maior para aproveitar tudo que a Irlanda tem para oferecer com segurança.

Canadá

No Canadá, ainda há muitas restrições por causa do novo coronavírus. Foto: Miroslav Liska | Dreamstime.com

No Canadá, as escolas devem voltar a funcionar em tempo integral já em setembro, em quase todo país. No entanto, no país os planos de reabertura são diferentes em cada estado e as fronteiras com os EUA, para viagens não essenciais, estão fechadas como medida de contenção para ambos países.

O Canadá está com certa estabilidade nos casos já há dois meses. Porém, a volta a vida normal ainda é incerta e a abertura das escolas em setembro está cercada de cuidados e dúvidas acerca dos impactos.

No entanto, uma iniciativa bacana no Canadá foi a possibilidade de fazer cursos de estudo e trabalho à distância. Para cursos elegíveis ao PGWP (Visto para Recém Graduados), você pode começar o curso on-line e ter acesso ao visto de trabalho ao final do curso, não é ótimo?

Leia também: O Canadá é o destino para você?

Malta

Malta não permite a entrada de estrangeiros vindos do Brasil. Foto: Zoltan Gabor | Dreamstime

Mesmo Malta agindo rápido quando os primeiros casos de coronavírus chegaram ao país, ainda não é possível realizar seu intercâmbio presencial por lá, principalmente se você estiver vivendo no Brasil.

Dia 1 de Julho o país oficializou a reabertura para turismo, com uma lista controlada de países aprovados. O Brasil, claro, não é um dos aprovados. Porém, a reabertura pode ter um impacto importante no aumento de casos no país. Por isso, ainda não é recomendado que intercambistas embarquem para Malta para realizar um intercâmbio. O ideal é aguardar um decreto oficial liberando essa entrada.

O arquipélago tem uma população pequena e o fechamento das fronteiras no início da pandemia foi, de certa forma, mais simples e eficiente. Por outro lado, Malta tem quase 1/4 da sua economia dependente do turismo e intercâmbio.

Por esse motivo, com os esforços realizados, restaurantes, bares, cafés puderam abrir em maio, enquanto escolas e igrejas ficaram fechadas.

  • Informações podem ser acessadas aqui.

Leia também: 5 destinos paradisíacos para estudar inglês em Malta

Reino Unido

Reino Unido foi um dos lugares mais atingidos pelo coronavírus na Europa.© Lukasz Kasperek | Dreamstime.com

Infelizmente, sem chance do seu intercâmbio no Reino Unido acontecer em 2020, pois é um dos principais destinos dos estudantes e um dos que mais vem sofrendo com o coronavírus.

Depois de não dar a devida atenção a pandemia, o Reino Unido se tornou um dos países com maior número de infectados e mortos, tendo até seu primeiro ministro em apuros.

O preço disso foi o alto número de vítimas e uma crise mais “resistente” do que em outros países, por isso, o país passou quase um mês oscilando entre 4 e 6 mil casos novos por dia, sendo que 6000 foi o pico deles.

Com esse cenário, é inviável a liberação de intercambistas na terra da Rainha. Como infelizmente ainda não há uma data prevista para a entrada de estudantes no país, então, o jeito é ter bastante paciência ou escolher um outro destino para realizar seu intercâmbio em 2021.

  • Informações podem ser acessadas aqui.

Austrália

A Austrália, como outros países da Oceania, poderá abrir em breve para intercâmbio. Foto: Boggy | Dreamstime.com

Seu intercâmbio para a Austrália só poderá acontecer quando as fronteiras do país estiverem definitivamente abertas. Porém, a abertura das fronteiras está prevista somente a partir de janeiro de 2021.

Então, para quem tinha planos de realizar intercâmbio nas cidades australianas em 2020, é melhor já rever as datas e planejar esse sonho com mais calma, tendo em mente que provavelmente só no ano que vem poderá de fato embarcar. Vamos torcer para que siga assim, né?

O país passou quase ileso pela grande onda que houve em todo o mundo, mas teve um crescimento dos casos recentemente.

Leia também: Quais são os principais destinos na Austrália?

Aula de inglês on-line é opção para intercâmbio

Os cursos online são a opção mais válida para estudar inglês no exterior durante a pandemia da Covid-19. Foto: Thomas Lefebvre/Unsplash

Apesar dos países acima não terem liberado ainda a entrada dos estudantes, a maioria deles está utilizando a tecnologia para dar continuidade nos estudos de quem estava no país quando a pandemia surgiu. Neste caso, os intercambistas puderam continuar acompanhando as aulas por plataformas on-line, permanecendo em segurança dentro de casa.

Aula on-line não é a mesma coisa que estar de fato no país, vivendo a cultura e explorando os lugares, porém, é uma excelente opção para quem não quer parar de aperfeiçoar o idioma e ainda é uma possibilidade para interagir com pessoas de várias nacionalidades, afinal, todos estão virtualmente conectados.

Como essa nova realidade de aulas on-line se mostraram efetivas, algumas escolas até estão ofertando essa opção para quem já tinha um intercâmbio agendado. Se for o seu caso, entre em contato com a escola que escolheu e veja sobre essa opção, quem sabe ela não se encaixa de alguma maneira nos seus planos.

Como o brasileiro está encarando o fato de fazer intercâmbio em meio à pandemia?

É claro que precisar adiar o sonho de realizar um intercâmbio foi uma notícia que deixou a maioria dos brasileiros bastante decepcionados. Porém, o covid-19 foi algo realmente inesperado e que obrigou literalmente todas as pessoas a mudarem os planos e se readaptarem a nova realidade.

Mesmo com todos os imprevistos e mudanças, os brasileiros fazem jus à fama e realmente não desistem nunca. Na verdade, 85% dos brasileiros afirmaram que pretende fazer intercâmbio assim que for permitido e, 80% disse que não quer trocar o inglês presencial pelo on-line e que preferem aguardar a liberação oficial dos países para planejar novamente os estudos no exterior.

Número de intercambistas brasileiros subiu 20% em 2019

Cerca de 13 mil brasileiros fizeram intercâmbio na Irlanda em 2019. Foto: Sezer Ozger | Dreamstime.com

No Brasil, o número de pessoas que procuram fazer intercâmbio cresceu muito na última década e, cada vez mais, brasileiros de todas as idades estão buscando oportunidades e novos desafios fora do país, tanto de estudo, de trabalho, como desejam conhecer e viver uma nova cultura.

Pesquisa realizada em 2019 entre 522 agências de intercâmbio no país aponta que o número de estudantes que embarcaram para fazer intercâmbio cresceu 20,46% comparado ao ano anterior.

Foram mais de 365 mil brasileiros. E a procura por intercâmbio continuava em curva ascendente até fevereiro deste ano.

Curiosidade: só na Irlanda em 2019 tinha cerca de 13.000 brasileiros e a expectativa era de superar o número de 15.000 em 2020. Muitos brasileiros retornaram para o país de imediato quando a pandemia chegou, pois, as fronteiras foram fechadas e muitos voos cancelados.

Intercâmbio em 2020 ou 2021?

Como este artigo mostra, ainda há muitas barreiras para se fazer intercâmbio em 2020. Apesar disso, há possibilidade de encontrar países onde é possível desembarcar saindo do Brasil.

No entanto, é preciso fazer uma reflexão e entender se o momento é agora ou seria melhor espera e aproveitar para ter mais tempo em planejar o intercâmbio com calma, reestruturar de fato tudo o que já estava definido e ficar de olho nas notícias para saber quando o seu destino de intercâmbio irá liberar a entrada para os estudantes.

Muito provavelmente as coisas só voltarão ao normal em 2021, para quem quer e pode esperar até lá, agora é importante aproveitar para pesquisar melhor sobre o seu país de escolha, guardar mais dinheiro e ter paciência.

Colaborador edublin

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