Por meio de uma videoconferência, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, participou nesta quarta-feira, 6 de abril, de uma reunião com políticos e autoridades no Parlamento da Irlanda, em Dublin.
Além dos deputados e integrantes do governo irlandês, todos os diplomatas de países estrangeiros foram convidados. O embaixador do Brasil na Irlanda, Marcel Biato, estava entre eles e conversou com o edublin sobre sua participação e a percepção que teve do evento.
Biato destacou que a sessão foi uma demonstração da enorme importância do governo da Irlanda na defesa da Ucrânia, “sobretudo da abertura do país e da solidariedade com o povo ucraniano”.
Segundo ele, Zelensky concentrou sua fala na gravidade do que está ocorrendo na Ucrânia, principalmente na “política russa de gerar fome”.
“Há uma série de referências históricas. A Ucrânia é um país que nos anos 1920 sofreu um trauma, com a morte de milhões, causada por uma fome artificial. Ele ecoou um episódio histórico para mostrar como os russos têm uma agenda de extermínio”, disse.
Biato ressaltou a fala de Zelensky de que a fome causada pela guerra não é só ucraniana, já que a Ucrânia é um grande exportador de alimentos, e ainda fez o paralelo com a Irlanda, que sofreu com a Great Famine (Grande fome) no século 19.
O agradecimento do presidente ucraniano à solidariedade irlandesa foi uma forma de rever sua posição sobre o país, já que, recentemente, ele tinha avaliado a atitude da Irlanda perante à Guerra na Ucrânia como “mais ou menos”.
“Hoje, ele fez questão de ser muito positivo e de forma alguma qualificou o apreço e o reconhecimento pelo que a Irlanda está fazendo, apoiando as pessoas, e também o apoio na questão da defesa do ingresso da Ucrânia na União Europeia. A Irlanda tem sido muito vocal nisso e de que haja mais sanções (contra a Rússia). A Irlanda está em posição de vanguarda nesses termos e ele reconheceu.”
Para Biato, convidar a Embaixada do Brasil em Dublin para estar presente neste momento é um gesto importante de valorização.
“Nós precisamos ter uma política solidária, é preciso que o mundo todo se una em torno da defesa da Ucrânia, o que significa sobretudo nas sanções e receber refugiados. Acho que tem essa sinalização para a comunidade internacional e para o Brasil, junto aos outros países. Não somos (o Brasil) da linha de frente, não estamos envolvidos diretamente, mas é um recado para a comunidade internacional”, disse.
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Zelensky, durante seu discurso, disse que, apesar da Irlanda ser um país neutro, não se manteve nessa posição em relação “ao desastre e aos percalços que a Rússia trouxe para a Ucrânia”.
“Sou grato a vocês, por cada cidadão irlandês, obrigado pelo suporte às sanções contra a Rússia”, disse. Ele agradeceu ainda pelo apoio humanitário e financeiro à Ucrânia e por irlandeses receberem ucranianos “que encontraram abrigo na sua terra”.
Leia o discurso na íntegra do presidente ucraniano ou veja o vídeo acima.
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