Muitos brasileiros ainda não ouviram falar desse modelo de empréstimos e investimentos que diverge radicalmente do padrão do mercado ao fazer a conexão direta entre investidores e empreendedores que necessitam de dinheiro.
Os empréstimos P2P oferecem juros mais baixos para os pagadores, e grandes retornos para os investidores, mas será que dá pra confiar?
Bem, você nunca deve se arriscar no que não entende, por isso preparamos esse artigo com tudo que você precisa saber sobre esse modelo de negócio, seja para investir, ou para pegar emprestado.
O termo P2P, do inglês peer-to-peer, não é estranho para quem já usou torrents (esperamos que não para pirataria), e quer dizer “de pessoa para pessoa”. Sua tradução encompassa bem o funcionamento dessa modalidade de crédito.
Empréstimo P2P, também conhecido como P2P lending ou crowdlending é um empréstimo coletivo onde investidores emprestam dinheiro diretamente a tomadores de crédito, recebendo integralmente os juros propostos, e arcando completamente com os riscos associados a operação.
Essas operações financeiras normalmente são realizadas com a intermediação de empresas com fins lucrativos, no Brasil, sociedades de empréstimo entre pessoas, que coletam uma taxa do tomador. Esse modelo de financiamento coletivo existe no Reino Unido desde 2005, e se difundiu no restante do mundo em decorrência da crise financeira de 2008.
Através de empréstimos P2P, pessoas podem investir diretamente em pessoas e projetos sem a burocracia das instituições financeiras tradicionais. Essa modalidade de crédito é específica para pequenos negócios e ideias, estando, no Brasil, limitada a 15 mil reais.
É interessante notar que Empréstimos P2P são tecnicamente um investimento de renda fixa, pois os investidores sabem exatamente quanto irão receber por mês no momento do empréstimo. No entanto, são de altíssimo risco, pois se seus credores não cumprirem suas obrigações, nada será recebido.
Todo o processo acontece pela internet. As fintechs especializadas em empréstimos coletivos captam possíveis tomadores através de suas plataformas digitais, onde fazem análises de crédito e acordam os juros e prazos do empréstimo. Os contratos de empréstimo são organizados em pacotes de acordo com o perfil de risco e retorno sob investimento, e oferecidos aos investidores que podem comprar partes desse pacote.
Alternativamente, existem plataformas em que os beneficiários podem definir a taxa de juros que estão dispostos a pagar e são casados com o contrato de empréstimo apropriado através de uma espécie de leilão invertido.
Os investidores, por sua vez, podem escolher quanto de risco estão dispostos a assumir, o que também definirá o máximo que podem ganhar.
Investimentos de alto retorno são sempre acompanhados de altos riscos, e isso não é diferente para os empréstimos P2P, onde se os tomadores deixarem de pagar você simplesmente não recebe o dinheiro. Esses riscos são minimizados, em parte, com a junção de diversos contratos de empréstimo em pacotes, onde se um dos beneficiários for inadimplente, outros irão compensar sua falta.
Apesar das probabilidades não serem necessariamente ruins, não existe garantia de que elas serão sempre favoráveis. É importante lembrar que esse crédito não possui garantia alguma do governo.
No exterior, onde é permitido que as fintechs de empréstimos P2P participem mais ativamente do processo, existem sim opções de investimento com medidas de segurança, como bens dados por garantia, ou mesmo a garantia de seu dinheiro de volta oferecida pela intermediadora. No Brasil, essas opções ainda são inexistentes.
O que torna a proposta atraente é a alta remuneração. Os retornos podem chegar a até 63% ao ano, dependendo do risco assumido. Pode se pensar em 16% de retorno anual, se a ideia for assumir uma postura mais conservadora (menos arriscada seria o termo apropriado) e optar por contratos de risco mais baixo.
Outra vantagem, é a de que seu investimento já começa a dar retorno, com acréscimo de juros, no próximo mês, e continuamente dali em diante.
Apesar dos números atraentes, é importante tomar uma postura de investidor frente a eles, e lembrar que as previsões podem não se cumprir. Em uma boa carteira, os investimentos de alto risco devem ser diversificados, e até contrabalanceados com os de baixo risco (numa visão mais conservadora). E isso não é diferente só porque empréstimos P2P são um investimento alternativo.
Em resumo, empréstimos P2P são uma opção de investimento de alto risco e alto retorno interessantíssima, para quem sabe lidar com investimentos de alto risco.
Continue lendo para saber onde investir no Brasil e no Exterior.
Em ordem alfabética as 4 maiores empresas que oferecem investimentos P2P no Brasil são Iouu, Kavod Lending, Nexoos e Tutu Digital. Todas as 4 são empresas recentes, fundadas de 2016 para cá, no entanto, já movimentaram milhões de reais. Aqui vale um destaque para a Nexoos, que é a mais antiga e que já movimentou mais de 100 milhões de reais.
De acordo com informações divulgadas pelas próprias empresas a média de inadimplência histórica não é alta, sendo de 10% na Kavod e menos de 2% na Iouu. Veja abaixo dados de cada empresa datados de 2019.
Iouu | Kavod | Nexoos | Tutu Digital | |
Fundação | 2016 | 2016 | 2016 | 2017 |
Valor captado | 2,1 milhões | 4 Milhões | +100 Milhões | 3 Milhões |
Inadimplência | <2% | 10% | 7% | 2,4% |
Rentabilidade Histórica | 27.69% a.a. | 15,8% a.a. | 18% a.a. | 38% a.a. |
No exterior, esse modelo de investimento já está estabelecido a mais tempo, dessa forma, as opções são mais diversas, tanto no que se refere a retornos, quanto segurança.
Empresas como a Mintos, oferecem garantias em alguns contratos e o serviço de investimento automático do seus retornos mensais em contratos com características pré-aprovadas por você. Além disso, ter investimentos em outras moedas é sempre uma forma sábia de se proteger e lucrar com o excesso de variação do real. Vale conferir.
As principais empresas para investir em empréstimos P2P no exterior são a Mintos e a Fast Invest. Se engana quem pensa que é necessário sair do Brasil para isso, basta uma conta na Transferwise por exemplo.
E aí, o que acha de empréstimos P2P, tem alguma dúvida? Fique a vontade para perguntar nos comentários, faremos o possível para ajudar.
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