Na semana em que os irlandeses debatem um importante capítulo relacionado à Legalização ou não do Aborto, no Brasil, o cenário é de indignação e descrença.
O país, que já vem acumulando uma grande desconfiança com o cenário moral e político, entrou, mais uma vez, em alerta total. Agora, culminada pela greve dos caminhoneiros.
A alta no preço dos combustíveis fez com que os motoristas de caminhões provocassem uma grande paralisação, deixando de fazer os transportes e fechando rodovias em todo o território nacional. O caos se instalou, e muita gente se desesperou para conseguir encher o tanque dos automóveis e estocar comida.
Com a alta no preço dos combustíveis — a gasolina chegou à média de R$ 5 e o diesel, R$ 4,80 — a Associação Brasileira dos Caminhoneiros deu um ultimato ao governo na sexta-feira, 18 de maio, com o intuito de encontrar uma solução para a crise.
Sem acordo, entraram em greve por tempo indeterminado. A proposta era reduzir a zero a carga tributária sobre o diesel para continuar circulando.
O bloqueio nas rodovias e a paralisação começaram na segunda, dia 21. Isso afetou, gradativamente, a distribuição de produtos e, em especial, combustíveis pelo país, já que os caminhões são quase que totalmente responsáveis pela entrega de álcool, gasolina e diesel.
Assim, como consequência, a frota de veículos foi reduzida em diversas cidades, além do aumento nos preços na maioria dos produtos de supermercados, por exemplo.
Filas gigantescas de automóveis procuravam combustíveis restantes nos postos de gasolina. Com o aumento da procura, houve relatos de gasolina sendo vendida a R$ 9 em postos.
Aeroportos também precisaram remanejar voos pela falta de combustíveis nos aviões. Setores da alimentação, correspondência, saúde e, até, educação, com escolas fechadas, entre muitos outros, foram afetados.
Caminhoneiros e o governo entraram em acordo somente na quinta-feira, dia 24, quando o presidente Michel Temer anunciou R$ 4,9 bilhões para conter a crise e fazer os reajustes.
Os caminhoneiros prometeram 15 dias de pausa na paralisação. A ANP (Agência Nacional do Petróleo) também anunciou medidas para conter preços abusivos e garantir o abastecimento.
Porém, o acordo não agradou a todos os motoristas, e muitos seguiram nas estradas. O governo, então, anunciou uma linha dura contra os manifestantes que insistem no bloqueio.
Essas notícias deixaram apreensivas muitas pessoas que estão passando pela experiência do intercâmbio e vivendo no exterior. A preocupação é com a família, com os amigos e com a situação delicada do nosso querido Brasil.
“Fiquei aflita com meus pais, pois não sabia exatamente o que estava acontecendo. Falei com eles, mas apesar de estarem bem, não consigo parar de pensar nessa situação no Brasil, com os preços subindo sempre e afetando as famílias e os trabalhadores”, disse Julia França, que está morando em Dublin há dois anos.
A falta de ferrovias no Brasil é uma das grandes críticas ao país, por valorizar bem mais o transporte rodoviário do que o ferroviário. Não existem grandes projetos de mudança para os trens voltarem a circular pelo Brasil, mas, segundo especialistas, isso traria uma mudança absoluta tanto no preço dos combustíveis como na distribuição de produtos pelo país.
A Europa é conhecida por ter mantido suas linhas de trem. E mais, utilizado esse meio de transporte de forma eficiente e segura até hoje.
Em Dublin, por exemplo, o transporte feito sem o uso de combustível é possível. O Luas e o Dart são provas de que o sistema ferroviário, com o uso de energia limpa (elétrica), funciona e é valorizado, além das diversas opções de viagens intermunicipais feitas de trem.
Outra valorização são as bicicletas, com uma malha de ciclovia que cruza a cidade de ponta a ponta. Claro que ainda é necessário ter ônibus e carros para a locomoção, mas outros meios de transporte dão alívio maior ao trânsito.
Imagens via Dreamstime
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