Faça chuva ou faça sol, frio ou calor, lá estão eles trabalhando. A vida de um entregador na Irlanda não costuma ser muito fácil. Para quem não sabe, a maioria deles é de brasileiros, que optam por trabalhar de delivery na Irlanda como uma forma de complementar a renda no país.
Com uma bicicleta ou moto e uma conta em uma empresa de entregas é possível trabalhar buscando comida nos restaurantes e entregando na casa dos clientes. Geralmente, quem faz esse serviço trabalha sozinho e precisa estar regularizado na Ilha para não ter maiores problemas.
O edublin conversou com quem trabalha na área para entender melhor como funciona esse tipo de emprego e mostra neste artigo tudo sobre como ser entregador na Irlanda. Confira!
Leia também: Trabalhar na Irlanda: regras, vistos e profissões para brasileiros
Uma das profissões mais populares entre intercambistas é ser entregador na Irlanda. Para quem usa bicicleta, as principais empresas de delivery são Deliveroo, UberEats e JustEat.
Trabalhar com delivery requer força de vontade e disposição. Apesar de ser um trabalho considerado “simples”, falta segurança, é cansativo e desafiador principalmente pela quantidade de horas que o entregador precisa fazer para obter uma boa remuneração. Por outro lado, ele tem liberdade de fazer seus próprios horários e estabelecer suas metas diárias de trabalho.
Quem conta essa rotina é um perfil no Instagram chamado Pedalando na Irlanda, uma ótima fonte de pesquisa para quem deseja começar na profissão, traz dicas de segurança, acessórios, entre outras informações.
Agora, de um modo geral, vamos falar um pouco sobre as principais empresas de delivery na Irlanda:
Deliveroo é a principal empresa de entrega de alimentos on-line na Irlanda. Além da Ilha, ela opera em mais duzentas localidades como Reino Unido, Holanda, França, Bélgica, entre outros. Em dezembro de 2017, um estudo da consultoria macroeconômica Capital Economics revelou que a Deliveroo ajudou a criar 7.200 empregos em todo o setor de restaurantes desde que foi lançada em 2013.
Uber Eats é uma plataforma de entrega de refeições e alimentos on-line, que fazia originalmente parte do serviço de motorista do Uber, mas que depois se tornou um aplicativo. O serviço faz parceria com restaurantes locais, em cidades selecionadas em todo o mundo. É muito utilizado pelos brasileiros que desejam trabalhar com delivery.
Just Eat é um serviço de entrega e pedido de comida on-line britânico (anteriormente dinamarquês), que atua como um intermediário entre os clientes e pontos de venda independentes de alimentos para viagem. Segundo seu site, a empresa opera em 13 países da Europa, Ásia, Oceania e Américas.
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Cada empresa tem suas próprias regras e políticas de trabalho para delivery na Irlanda. Abaixo, vamos mostrar o passo a passo para registro das que mencionamos nesta matéria.
Vale ressaltar que todas as informações foram extraídas dos sites das empresas.
Deliveroo
Uber Eats
Just Eat
Não basta ter uma conta no aplicativo. O entregador vai precisar investir em equipamentos básicos para começar as entregas, como a bicicleta, celular, capacete, entre outros acessórios. Falando nos materiais de trabalho, as próprias empresas vendem em seus sites uniformes, bolsa térmica personalizada, entre outros acessórios, para facilitar e identificar os “drivers”.
Segundo informações do Pedalando na Irlanda, é fundamental que os entregadores utilizem equipamentos de segurança, lanternas dianteiras e traseiras que são obrigatórias. Além de evitar multa, o entregador trabalhará com mais segurança. O perfil ainda recomenda andar com um kit de manutenção básica para, pelo menos, poder trocar os pneus em casos de urgência.
No aplicativo Deliveroo, por exemplo, os horários de trabalho começam às 8h da manhã e podem chegar até às 2h da madrugada.
As melhores épocas para trabalhar nos aplicativos são no inverno e nos dias de chuva e frio, que costumam ter muitos pedidos por hora e um pequeno aumento na remuneração, que pretende incentivar os entregadores a saírem pelas ruas. Mas não é fácil trabalhar com essas condições, viu?
É muito comum os entregadores ganharem “tips”, que podem variar muito de um dia para o outro. Os clientes sabem exatamente a sua localização, porém muitos não acompanham o trajeto da entrega, dificultando ainda mais o trabalho dos entregadores.
No perfil, você pode encontrar mais informações nos destaques sobre como funcionam os aplicativos, recomendações de bikes, entre outras dicas que facilitam o dia a dia dos entregadores na Irlanda.
A maioria dos entregadores na Irlanda começam a sua jornada de trabalho na hora do almoço. A dinâmica funciona da seguinte forma: o restaurante recebe o pedido, simultaneamente o driver recebe a ordem, vai até o restaurante buscar a mercadoria e faz a entrega. Tudo isso por meio do aplicativo que é integrado com o Google Maps.
A prioridade da entrega é para o driver com carro, depois moto, bicicleta elétrica e por último a bike normal. A preferência é sempre de quem consegue entregar mais rápido! Não é uma rotina, mas um entregador com moto, por exemplo, consegue fazer mais dinheiro, uma média de 100 euros por dia, dependendo da época do ano.
Antes de falarmos sobre esse assunto, você precisa entender como funciona a dinâmica do cadastro. Geralmente, essas empresas fazem contratos de prestação de serviço (self-employed), no qual o autônomo fica responsável por conduzir o seu “próprio negócio”. Quem tem o visto Stamp 2, por exemplo, não pode ser autônomo na Irlanda.
Por esse motivo, hoje, o pré-requisito principal para cadastro nesses aplicativos é o passaporte europeu, Stamp 4, visto de trabalho ou outra permissão para ser autônomo, o que não acontece com estudantes de idiomas. Mas nem sempre foi assim, pois, antes, os estrangeiros conseguiam trabalhar com entregas.
Vamos dar o exemplo do Uber Eats. Quando a empresa começou a fazer os primeiros cadastros na Irlanda, qualquer pessoa conseguia se inscrever como entregador na plataforma (antes, o candidato só precisava de um documento com foto). Porém, o Uber Eats começou a cancelar os contratos ativos desses estrangeiros para se enquadrar às leis do país.
Atenção: donos de conta de aplicativos de entrega precisam declarar Imposto de Renda (Revenue) como autônomos.
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Depende! É muito comum entregadores brasileiros que não têm conta em uma empresa de delivery “alugarem” de alguém o cadastro. Os preços do aluguel giram em torno de 50 e 100 euros por semana.
A prática não é permitida por muitas empresas. Quem quebrar as regras pode ter a conta cancelada no aplicativo de entrega ou, ainda, ter outras penalidades por infringir leis trabalhistas na Irlanda.
Porém, empresas como o Deliveroo permitem que os donos de conta coloquem um substituto para atuar nas ruas, conforme descreve em seu site. Vale lembrar que o dono da conta é responsável pela administração do dinheiro e, inclusive, da declaração do imposto de renda.
O Revenue aumentou a pressão sobre entregadores de aplicativo para pagamento de taxas na Irlanda. A regra de que trabalhadores de aplicativo de delivery precisam declarar os ganhos sempre existiu.
De acordo com o Revenue, é possível regularizar as taxas a partir dos ganhos obtidos com o Deliveroo de forma totalmente online.
É preciso apresentar uma declaração de imposto de renda e incluir todos os rendimentos auferidos no site do Revenue, fazendo todas as declarações pendentes (Formulário 11) usando o ROS (Revenue Online Service).
É preciso entender a realidade como ela é. Existem milhares de depoimentos nas redes sociais de hostilidade contra os trabalhadores de delivery na Irlanda. Os brasileiros muitas vezes são vítimas de violência e ataques nas cidades e, a cada ano que passa, cresce o número de relatos envolvendo adolescentes que atacam os estrangeiros por preconceito.
As empresas dizem estar cientes dos acontecimentos, mas, na prática, fazem pouco caso para garantir a segurança de quem trabalha nas ruas. Mesmo com as constantes reivindicações, a Deliveroo, por exemplo, chegou reduzir o pagamento mínimo por entrega de €4,30 para €2,90.
A empresa frequentemente faz mudanças no sistema que tornam o trabalho mais difícil e pressionam os trabalhadores para fazer entregas cada vez mais rápidas. Em um fórum do Reddit, um usuário conta que foi punido por não ser rápido o suficiente, pois parava no sinal vermelho.
Além da violência e das agressões físicas e verbais, os entregadores precisam lidar com os perigos no trânsito, condições climáticas e cansaço físico, já que muitos deles precisam pedalar por horas sem ao menos ter uma bicicleta elétrica.
Em agosto deste ano, um brasileiro morreu após um acidente no North Wall Quay, em Dublin. Thiago Cortes, de 28 anos, do Rio de Janeiro, foi atropelado enquanto pedalava, fazendo entregas para o aplicativo Deliveroo. O motorista fugiu, não prestou socorro e Thiago acabou morrendo no hospital.
Como contamos aqui no edublin, a Garda encontrou o carro abandonado perto do local, mas o motorista não foi encontrado. Logo em seguida, a polícia interrogou um adolescente que é suspeito de ser o motorista do carro que atropelou e matou Thiago.
O adolescente, menor de idade, foi considerado suspeito do crime depois que seu nome foi revelado durante contatos entre a Garda e membros da comunidade local. Além dele, mais outros três jovens são suspeitos, todos pertencentes à mesma comunidade do subúrbio de Dublin. Até o fechamento desta matéria, ninguém foi preso.
A comunidade brasileira na Irlanda foi às ruas para protestar e prestar homenagens a Thiago. O movimento foi organizado por grupos de WhatsApp e Facebook, capitaneados por entregadores e pela Associação de Escolas de Inglês. Mais de mil pessoas marcharam pela cidade e cobraram justiça.
O corpo de Thiago Cortes foi cremado e as cinzas espalhadas em um parque que ele gostava na cidade irlandesa. Na internet, uma vaquinha on-line foi criada para ajudar a família do brasileiro.
Para responder como é a experiência em ser entregador na Irlanda, o edublin conversou com dois brasileiros que atuam nas ruas de Dublin. Eles mostram como é o dia a dia deles na Ilha.
O paranaense Benjamin Escudero, de 38 anos, começou a trabalhar como entregador,, pois foi a opção mais fácil que encontrou assim que chegou à Irlanda. Hoje, mesmo com seu emprego part-time, ainda continua trabalhando com delivery. Segundo ele, o lockdown ajudou bastante os entregadores na Irlanda.
“Todo dinheiro que fizer como delivery, você o recebe limpo sem precisar pagar impostos. Além disso, você trabalha no seu tempo livre e faz o seu próprio horário de trabalho. Na hora do almoço, por exemplo, eu costumo tirar cerca de 70 euros por dia. Mas depende muito das condições climáticas e época do ano. Já tem dias que não consigo tirar nem 5 euros, pois tenho poucas entregas”.
De acordo com Benjamin, durante o inverno, as entregas aumentam e o entregador consegue ganhar mais do que um salário mínimo. “Ganhamos por entrega e não por hora. Eu investi em equipamentos para o meu conforto, principalmente nos dias de frio e chuva. Trabalho no mínimo 10 horas e no máximo 12 horas por dia. Essa profissão dá muito dinheiro aqui na Ilha, mas você precisa ter disciplina para trabalhar. Investir em equipamentos para trabalhar aumenta seus lucros também, como comprar uma bicicleta elétrica, por exemplo”, ressaltou.
Leonardo Santos, de 38 anos, que também trabalha como delivery na Irlanda, disse que estar preparado para as condições climáticas é fundamental para a profissão.
“A gente precisa estar bem agasalhado, pois aqui venta muito e chove bastante. O delivery oferece uma blusa corta vento e você precisa comprar uma calça impermeável para não se molhar. Você realmente precisa fazer esse investimento, pois passa muitas horas na rua. Tudo isso para conseguir trabalhar e não ficar doente. São nessas condições que você costuma ganhar mais dinheiro, já que diminui a quantidade de drivers”, destacou o brasiliense.
A segurança é um ponto que deixa os entregadores em alerta. Mesmo assim, os drivers continuam suas entregas, tomando todos os cuidados necessários e atentos às áreas de entrega críticas.
“Alguns adolescentes jogam ovos e pedras e ameaçam os entregadores. É um medo constante, mas precisamos trabalhar. Tem alguns lugares que a gente evita no centro de Dublin, pois existe um alto índice de violência. Mesmo sendo considerada uma cidade segura, tem um alto índice de roubo de bicicletas. Como faço o meu horário, a outra parte do meu tempo dedico aos estudos. Estou estudando para tentar algo na área de tecnologia da informação. Graças ao meu trabalho, consigo pagar minhas contas e tenho tempo para me organizar para o que o quero”, finalizou Leonardo.
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