Se por um lado, no velho continente o momento é de incertezas, de outro, para os brasileiros que vão viajar ou para quem ainda deseja investir em libras ou euros pensando mais adiante, esse pode ser um bom momento. Isso por conta de todo o alvoroço no mercado financeiro europeu, desde o referendo e anúncio da saída do Reino Unido da União Europeia.
A queda abrupta da libra esterlina, acompanhada pela oscilação do euro, deixou muitos intercambistas em alerta e motivados a aproveitar a baixa para trocar reais por euros. Mas, o que dizem os especialistas? Vale correr para a casa de câmbio? É realmente o melhor momento para quem vai viajar ou mesmo pretende investir na moeda estrangeira?
Em entrevista recente ao jornal Zero Hora, do Rio Grande do Sul, a economista e professora do Instituto Coppead de Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Margarida Gutierrez, apontou que a situação pode ser favorável somente para quem busca comprar as moedas com o objetivo de investir a longo prazo: “Com exceção do dólar e do iene, todas as outras moedas estão desvalorizando, mas não sabemos se isso será temporário ou não. Assim como a libra e o euro se desvalorizaram, também é possível que voltem a valorizar nos próximos dias ou semanas, portanto, a recomendação agora é não fazer movimentações com esse objetivo”.
No caso daqueles que pretendem viajar para a Europa, o diretor da distribuidora de câmbio turismo Cotação, Alexandre Fialho, orienta que a hora é de aproveitar e comprar a moeda estrangeira: “Como não sabemos qual será o melhor dia para fazer o câmbio, pois ele pode tanto cair mais ainda ou aumentar um pouco, orientamos que a pessoa divida a compra”. A dica é separar o dinheiro que irá gastar no exterior em três e fazer os câmbios em períodos distintos. Com relação às compras com cartão de crédito, o ideal é deixá-las de lado. “Como a conta em reais depende do câmbio da data do fechamento da fatura, o melhor é garantir a cotação do dia comprando em moeda”, alertou Fialho.
No caso do estudante Gustavo Balbuíno, após uma demissão coletiva e receber a rescisão trabalhista, ele teve a certeza que era a hora de investir num intercâmbio. No Brasil, ele trabalhava como comprador e na hora de investir na moeda estrangeira diz ter optado por fazê-lo aos poucos, por conta da flutuação da moeda. “Fui comprando aos poucos. A primeira compra consegui uma cotação de R$ 4,17. Depois, por R$ 4,00; por último, por R$ 3,90”.
Revisado por Tarcísio Junior
Imagem da capa via Shutterstock
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