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Está difícil alugar na Irlanda? Entenda o porquê

Não adianta, passa ano, chega ano e a dificuldade de conseguir uma moradia por aqui parece ficar cada vez mais evidente. Os preços aumentaram, a burocracia também, se transformando em uma verdadeira competição conseguir um local para morar. Além, é claro, da lei da oferta e procura que não falha. Os problemas de moradia na Irlanda tem afetado até mesmo os próprios irlandeses e estar ciente dessa problemática é importante.

Mas, se você está se perguntando que tipo de problemas você poderá enfrentar na busca pela moradia, veja alguns exemplos mais comuns e o depoimento de quem já passou por esse processo.

Superlotação

É incrível como não acreditamos até vermos com os próprios olhos, mas existem, sim, casas com dois quartos e um banheiro sendo divididas por mais de 10 pessoas! O que faz as pessoas aceitarem? O valor bem menor do aluguel e o desespero de ter que sair do hostel e arranjar uma moradia fixa com urgência são dois dos principais motivos. Não precisa nem dizer que as consequências dessa superlotação costumam ser bem desastrosas. Economizar é importante, principalmente nos primeiros meses sem emprego, mas nesse caso o barato pode sair caro. Falta de privacidade, a dificuldade de organizar uma casa com tanta gente, os transtornos e filas na hora de sair de casa para coisas simples, como tomar um simples banho quente, etc.

Casas super lotadas é uma realidade na vida dos estudantes na Irlanda. Créditos: Pixabay

Couchsurfing?

Parece brincadeira, mas não é. A procura anda tão grande que tem gente se aproveitando da situação para alugar qualquer canto da casa, e o pior, muitas pessoas conseguem estudantes desesperados dispostos a pagar para viver em tais condições. E muitas vezes, apesar das condições inapropriadas, o valor do aluguel pode ser muito similar a dos demais moradores da casa. Cuidado! Lembre-se que os desafios dos primeiros meses de intercâmbio são muitos e ter um lugar e condições decentes para morar conta muito. Não se desespere aceitando dormir em sofás, por exemplo, pois o que pode ser a solução para seus problemas, após alguns dias pode se tornar um grande pesadelo.

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Tem gente alugando até um cantinho no sofá para não ficar sem teto. Créditos: Pixabay

Sublocação

Parece que não, mas é crime! Eu mesma já tive que passar por isso. Geralmente são brasileiros que assinam o contrato direto com o landlord e com ele em mãos, se sentem no direito de cobrar o que achar mais conveniente para as pessoas que entrarem na casa. Muitos superlotam o local e o dinheiro é tanto que vivem disso. É ficar esperto, pedir o contrato e, dependendo do caso, até falar com o landlord pessoalmente.

Mesmo assim, achou uma boa oportunidade e quer correr o risco? Fique esperto, pois você pode acabar sendo despejado de um dia para o outro, pois em muitos casos o landlord não sabe dessa negociação e, ao descobrir, simplesmente manda todo mundo embora.

Uma coisa que as pessoas não se dão conta é que, ao contrário do que ocorre no Brasil, onde sempre se dá um jeitinho aqui e ali para resolver os problemas, na Irlanda a coisa é bem diferente e os irlandeses não permitem tais práticas. Então é importante, principalmente na chegada ao país, se preservar para evitar problemas do tipo.

Informe-se para não cair em ciladas. Créditos: Pixabay

O que diz o estudante Diego Servulo?

“Cheguei à Dublin em outubro de 2014. Fechei com a agência 2 semanas de acomodação estudantil e comecei a procurar vagas através do classificados no Facebook e indicações de amigos que já estavam aqui. Enfim, surgiu uma vaga em um studio para 2 pessoas, o aluguel era €300 e o depósito €800. A pessoa que estava passando a vaga era brasileira e quando fui conhecer o local com minha amiga foi assustador. Sem condições de moradia, sujo e cheio de restos de drogas espalhadas pelo chão. Perguntei a respeito do valor do depósito, ele não soube explicar, pedi o contato do landlord e o contrato do aluguel, ele não disponibilizou e ainda exigiu que fosse pago todos os meses diretamente a ele e não ao landlord. Ou seja, não teríamos nenhuma segurança e a qualquer momento poderíamos ser despejados por ele, e não teríamos como comprovar os pagamentos dos aluguéis. Obviamente não aceitamos a proposta devido à falta de condições de moradia, higiene e também pela sublocação e falta de confiabilidade por não disponibilizar os devidos documentos para a locação do imóvel. Infelizmente aqui esse tipo de negócio tem se tornado corriqueiro.”

Killiney. Créditos: Diego Servulo

Thiago Souza diz que a concorrência é grande

“Depois de um mês na Irlanda, finalmente consegui uma entrevista para tentar arrumar uma vaga definitiva em um apartamento perto do centro. Porém, ao chegar ao local, tive a triste decepção de ver que estava disputando a vaga com mais 8 pessoas. Fui prejulgado pela minha aparência e nacionalidade, além de terem exigido referência de trabalho e um alto nível de inglês, que estar somente há um mês no país ainda não tinha.

No final saí triste pela péssima experiência e aprendi algumas lições como, por exemplo, que a procura é muito maior que a oferta e que é complicado encontrar flatmates que estejam dispostos a ajudar o próximo sem que pensem somente em dinheiro e no quanto o outro trará de benefício. Felizmente, após essa experiência fiz grandes amizades, o que facilitou, e muito, encontrar uma moradia e formar uma família por aqui.”

Thiago Souza (terceiro da esquerda para direita) e seus flatmates, que viraram sua família. Créditos: Arquivo pessoal

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Começando Meu Intercâmbio” é uma série que surgiu para ajudar os recém-chegados à Irlanda nos seus primeiros passos na Ilha Verde. Além do próprio relato da nossa colunista Carol Braziel, os textos serão sempre recheados de links úteis, com dicas e o passo a passo para cada uma das etapas (abertura de conta bancária, procura por acomodação, Irish Residence Permit – IRP, procura por emprego diversos detalhes do dia a dia na Irlanda).

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Envie uma mensagem para jornalismo@edublin.com.br

 

Carol Braziel

Formada em Relações Públicas e pós-graduada em MKT pela ESPM|Brasil. Com mais de seis anos de experiência em MKT, decidiu vivenciar o sonho de morar na Europa, mais precisamente na terra dos Leprechauns. Apaixonada incurável por viagens, tem como vício a leitura e pesquisa sobre destinos, curiosidades e roteiros de viagens pelo mundo.

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