No meu segundo texto, vou contar como foi a minha experiência na busca por empego no setor de tecnologia nos Estados Unidos e no Canadá, e o que me motivou a apostar na Irlanda.
Decisão tomada, chegou a hora de colocar todos os meus desejos na mesa para desenhar o meu futuro longe do Brasil. O primeiro destino na minha mente foi o Estados Unidos. Comecei a me candidatas às vagas, pesquisar sobre vistos, e logo de cara me deparei com um balde de água fria.
Descobri logo nas primeiras pesquisas, que eu poderia aplicar facilmente para muitas das vagas disponíveis no mercado de tecnologia americano, porém com a mesma rapidez também descobri que as restrições para emissão de um visto de trabalho são inúmeras. Se eu entrasse como estudante, o caminho mais fácil, não poderia, de forma alguma, prospectar por um trabalho. Já no caso do visto de trabalho em si, o processo é bem complexo na terra do Tio Sam. Existe um limite de vagas, assim como um limite de período para se candidatas à elas. Esse ano, o período iniciou-se em 1º de abril e segue até outubro – ou até quando as vagas disponíveis forem preenchidas. Ou seja, se você não consegue uma proposta de trabalho, após esse período, nem adianta, pois terá que esperar até o próximo ano para solicitar um novo visto. Para quem consegue a permissão de trabalho, ela dura, no máximo, três anos.
Diante desses entraves, as sedutoras vagas que já enchiam meus olhos foram ficando para trás, assim como a possibilidade de trabalhar no país.
Como as coisas não estavam fáceis nos Estados Unidos, embarquei de cabeça nos programas de incentivo a imigração do governo canadense. Já faz um tempo que o Canadá tem afrouxado as regras para profissionais qualificados e foi de olho nessa oportunidade que me interessei pelo programa Express Entry.
Esse programa é baseado em um sistema de pontos – por meio de um formulário, o candidato vai acumulando pontos de acordo com diversos fatores, incluindo fluência no Inglês e Francês, experiência profissional, etc. Esses fatores que o qualificam para o programa, podendo, assim, imigrar para o país e ingressar no mercado profissional.
Tudo isso começou a me deixar bem animado. Apesar de grande parte das oportunidades em TI do programa serem nas províncias onde o francês é a língua oficial – e, consequentemente, a fluência mínima no idioma era exigência primordial – passei a apostar nas vagas restantes em outras regiões, onde eu poderia atuar apenas com o inglês, já que só falo bonjour em francês.
Logo nas primeiras semanas enviando o currículo, recebi vários contatos de recrutadores e agendei três entrevistas. Porém… mais um entrave! O VISTO! Já nas primeiras perguntas da entrevista, surgia a questão do visto! E foi justamente ele que fez minha animação se desintegrar. No Canadá, o processo de visto demora, em média, 6 meses. E, claro, as empresas não estavam dispostas a esperar todo esse tempo.
Essa experiência no Canadá foi ainda mais frustrante, pois até consegui me sair bem nas entrevistas e as oportunidades profissionais eram muito promissoras, mas a lentidão para o visto me deixou de mãos atadas.
Já desanimado com as experiências negativas nos países dos meus sonhos, um belo dia, conversando com um ex-colega de trabalho, que atualmente reside em Dublin, meu olhar se voltpu para a Irlanda. Nos nossos bate-papos sobre o mercado de TI, ele foi me contando sobre o crescimento do setor no país, mais especificamente em Dublin.
Para a minha surpresa, o processo de visto parecia muito menos burocrático e, assim como nos outros países, existe uma grande demanda por profissionais da minha área. E foi assim que eu comecei a pesquisar tudo referente à Irlanda, um país que eu nunca tinha parado para prestar atenção.
Aliás, foi aqui mesmo, no E-Dublin, que comecei a descobrir a Ilha Esmeralda: como é viver no país, o custo de vida, o acesso para estrangeiros e, principalmente, as novidades sobre o mercado de tecnologia. Como o meu foco sempre foi profissional, ainda do Brasil comecei a aplicar para vagas em sites como o Monster, Indeed, Glassdoor e, por último e mais efetivo, na minha opinião, o LinkedIn.
Assim como nas experiências anteriores, consegui bons retornos de empresas e recrutadores, porém, novamente haveria um entrave. Apesar de ter realizado algumas entrevistas por Skype, o recrutamento na Irlanda ocorre em diversas fases. O fato de eu ainda estar no Brasil se tornou o meu novo calcanhar de aquiles. Foi então que percebi que precisa dar um passo ainda maior na direção da minha carreira internacional.
Após uma longa conversa com a minha esposa, decidi que partiria em direção à Ilha que há alguns meses eu nem sabia que existia, para apostar todas as minhas cartas na direção da minha carreira internacional. O fato de poder entrar como estudante de inglês foi um facilitador, pois, estando aqui, poderia dar sequência às demais etapas do processo seletivo para as vagas aplicadas.
E foi assim que no dia 11 de março de 2017, eu desembarcava na Irlanda com muitas expectativas, além de uma entrevista de trabalho agendada para a mesma semana. Nesses dois meses aqui, já fui consultado por alguns recrutadores, já participei de 13 entrevistas, estou na segunda fase de três empresas e cada vez mais confiante que tomei a decisão certa ao deixar tudo para trás no Brasil e apostar no mercado irlandês!
Sobre o Autor:
Revisado por Tarcísio Junior
Imagens via Dreamstime
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