Categories: Destinos pelo Mundo

Eu, minha ex-namorada e uma van: como eu fui parar na Nova Zelândia

Eu tinha 18 anos quando olhei, pela primeira vez, uma foto de Melbourne, Austrália. Foi amor à primeira vista e, no mesmo momento, decidi que aquele seria o país onde eu gostaria de viver.

A vida mudou, o tempo passou e muita coisa aconteceu. E, assim, 10 anos depois, o dia finalmente chegou. Eu deixava a tão amada Vila do Sapo, em Carapicuíba — SP, para desembarcar em Sydney, na Austrália.

Foto: Arquivo Pessoal

Yeah, Austrália! Um dos países mais belos do mundo, com alta qualidade de vida, de povo receptivo e com uma segurança que beira o inimaginável para nós brasileiros. Porém, com todas essas vantagens, assim como outros países, a Austrália impõe várias barreiras para tentar controlar quem entra em seu território.

No total, foram sete anos estudando e trabalhando. Na maioria das vezes, mais de 15 horas por dia e em diferentes empregos. Foi uma experiência incrível. Aprendi muito!

Virei chef em um restaurante, dirigi uma van por toda a cidade limpando janelas e telhados, também lavei muita louça e limpei muito banheiro. Todos esses trabalhos me permitiram continuar buscando o sonho do visto a cada renovação.

Continua após a publicidade

Após muita correria, dei um passo largo e me formei como Instrutor Fitness e Esportes Massage Terapeuta. Foi nesse momento que a vida começou a mudar e, dessa vez, para melhor.

Trabalhava menos horas e ganhava mais. Saí do Tinder e encontrei minha namorada italiana na escola de massagem. Pouco tempo depois, abrimos juntos nossa própria clínica de massagem no centro de Sydney, e o visto foi encaminhado novamente: dessa vez, não tinha como dar errado.

Leia também: Quais são os vistos possíveis para brasileiros na Nova Zelândia?

Foto: Arquivo Pessoal

Mas nem sempre as coisas acontecem da maneira que esperamos. A legislação australiana mudou e, mais uma vez, fomos afetados por ela. Era hora de partir, porque eu não tinha chance de aplicar para nenhum outro visto dentro do país.

E isso foi um susto muito grande. Eu tinha em mente que a caminhada poderia ser muito difícil, mas isso não importava, pois eu sabia que, no fim, ficaria no país dos meus sonhos e o visto seria aprovado. Não aconteceu.

Minha ex e eu terminamos o namoro alguns meses antes de sairmos do país. Conhecemos outras pessoas, e a amizade continuou. Ela foi passar alguns meses na Índia, e eu mandei mensagens para vários amigos na Europa pedindo abrigo por alguns dias, pois era hora de tirar um tempo para respirar.

Foto: Arquivo Pessoal

Foram quase 3 meses na Europa, passando pelas principais capitais, conhecendo muita gente e revendo vários amigos, tudo sem muito planejamento, sem muita grana, só aceitando as surpresas que uma viagem dessas, sozinho com uma mochila nas costas, pode trazer.

Uma das paradas foi na Itália, onde revi minha ex-namorada e sua família. Lá, discutimos destinos que tínhamos em mente e para onde teríamos mais chances de imigrar.

Nova Zelândia era o plano. Porém, cada um por si, dessa vez. Ela gostaria de ir para Wellington, e eu chegaria em Auckland. Aplicaria para um trabalho em qualquer canto do país.

No dia 11 de maio de 2018, eu cheguei à Nova Zelândia. Ela chegou dois dias depois. Marcamos de tomar um café juntos para falar um “oi” e um “tchau, boa sorte”. Porém, no meio da conversa, mencionei que, no dia anterior, no hostel, ouvi uma garota americana vendendo uma campervan para uma outra garota, quando me intrometi e perguntei se poderia dar uma olhada também.

Foto: Arquivo Pessoal

A van era perfeita, lugar para duas pessoas, um colchão de casal atrás e utensílios de cozinha, incluindo um fogão de uma boca, tudo pela metade do preço. Isso aconteceu porque elas estavam deixando o país em dois dias e precisavam vender o mais urgente possível.

Vinte minutos depois e estávamos “chorando” para a americana baixar ainda mais o preço. Oferta aceita, era hora de abraçar a mudança de planos e pegar a estrada.

Foto: Arquivo Pessoal

Foto: Arquivo Pessoal

E assim começava mais uma aventura. Eu e minha ex-namorada, a bordo de uma campervan.

Para acompanhar as aventuras do William em busca de trabalho e visto na Nova Zelândia acesse: Instagram – @willtube21 / @metheroadandmyex

Encontrou algum erro ou quer nos comunicar uma informação?
Envie uma mensagem para jornalismo@edublin.com.br

Colaborador edublin

Este conteúdo - assim como as respectivas imagens, vídeos e áudios - é de responsabilidade do colaborador do edublin e está sujeito a alterações sem aviso prévio. Quer ver sua matéria no edublin ou ficou interessado em colaborar? Envie sua matéria por aqui!

Recent Posts

Pesquisa do LinkedIn mostra preferências dos brasileiros para trabalhar no exterior

Uma pesquisa recente do LinkedIn, divulgada pela BBC Brasil, revelou os destinos mais procurados por…

1 de novembro de 2024

Primeiro-ministro irlandês promete força-tarefa para reabrir trilha entre Bray-Greystones em Wicklow, na Irlanda

O primeiro-ministro irlandês (Taoiseach) Simon Harris anunciou, no último domingo, a criação de uma força-tarefa…

30 de outubro de 2024

O que é o IRP (Irish Residence Permit): como funciona a permissão de residência irlandesa

O IRP é a sigla para "Irish Residence Permit", que em português significa "Permissão de…

30 de outubro de 2024

Após fim do horário de verão, sol já se põe na Irlanda antes das 17h; veja como fica a duração da luz solar nas próximas semanas

É, meus caros, o inverno vem aí e com ele os dias mais escuros. Após…

29 de outubro de 2024

Digitalização dos serviços de imigração da Irlanda: conheça o novo Portal Digital

Há cerca de três anos, o departamento de imigração da Irlanda deu um passo atrás…

29 de outubro de 2024

O que fazer em Donegal: dicas de passeios e melhores praias

Hoje, você vai descobrir o que fazer em Donegal, um condado da Irlanda que está…

29 de outubro de 2024