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Eu na Imigração – O Exterminador do Futuro

Uma das grandes preocupações dos intercambistas é a passagem pela imigração. Seja na chegada à Irlanda ou nos países de conexão (Inglaterra, Espanha, França ou Holanda, citando os mais comuns). Com o intuito de mostrar um pouco desta realidade para quem está por vir, ou planejando a viagem, o E-Dublin vai contar a história de brasileiros que tiveram algum problema – ou não- na hora de receber o carimbo de entrada na Ilha Esmeralda.

A história da Maisa Santana é um dos exemplos do que pode acontecer na imigração. Não queremos assustar ninguém, muito pelo contrário. Estamos aqui para alertar que situações como esta podem ocorrer e o mais importante é sempre manter a calma. A Maisa fez escala em Amsterdam e teve alguns imprevistos com a imigração do país. Mas no final, deu tudo certo!

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Fui pra Dublin em Abril de 2009. Tirei férias do meu trabalho e escolhi a Irlanda porque tinha uma amiga que morava em Dublin. Eu estava com a documentação toda certinha, passagemde volta, seguro de vida, Carta Convite, reserva de hostel, até a minha carteira de trabalho para comprovar que tinha trabalho e residência fixa no Brasil. Eu nunca tinha saído do país e estudei inglês há muito tempo atrás, ou seja, tinha todas as dúvidas e medos possíveis. Muitas pessoas me indicaram a ida por Amsterdam. “Espanha pode dar problema, os caras adoram barrar o pessoal”, falavam para mim. Ou seja, paguei R$ 150 a mais na passagem e fui de KLM, por “segurança”. Pousando em Amsterdam comecei a vibrar…juro, olhei pelas janelinhas e pensei: “tô longe demais”. Saí do avião com um baita sorriso estampado no rosto. Eu estava MUITO contente. Nessa hora avisaram que iam olhar nossos passaportes. Eu continuei sorrindo maravilhada, até que o “Exterminador do Futuro” me parou.

Sério..o cara tinha a maior cara de “Vou matar você”. Ele perguntou para onde eu ia? Fazer o quê? Se eu tinha passagem de volta? E de repente disse a palavra que me desestruturou : “Me acompanha”. Sentei em uma salinha separada e em poucos minutos trouxeram mais algumas pessoas. Três homens e uma moça. Ela era brasileira e estava acompanhada de um rapaz. Eu tinha visto ambos conversando ainda no Brasil, sentaram juntos no avião, mas na hora em que barraram ela perguntaram se eles estavam juntos e o rapaz disse “não” e foi embora. Eu fiquei indignada. Depois pensei: “ Será que é algum código do tipo: salve-se quem puder?” Bom, a menina não tinha passagem de volta e fizeram o maior auê com ela. Pediram para ela mostrar quanto tinha de dinheiro. Enfim, não sei o que aconteceu com ela. O segundo homem tinha uma identificação da viação Gol presa na mala dele. Eu pensei em puxar papo, depois pensei “Melhor não, podem achar que estamos juntos…”Aí fiquei quietinha. Também não sei o que aconteceu com ele. Um outro rapaz não falava uma palavra em inglês. Revistaram ele, deitaram ele no chão. Nessa hora eu fiquei com medo, me senti dentro daqueles filmes americanos, tipo “Queima de arquivo”. Na hora do medo a gente viaja nas ideias. Conclusão: também não sei o que aconteceu com ele.

Eu não entendia tudo, só pescava algumas palavras e em certos momentos pensava “Calma, você tem que se manter calma, aparentar tranquilidade. Eles podem estar te analisando por isso”. Em outros momentos pensava “Como eu sou azarada! Vem por Amsterdam mesmo! Agora você vai ser barrada! Vão te mandar de volta pro Brasil”. Finalmente o “Exterminador do Futuro” veio falar comigo de novo. Nessa hora tinha baixado o santo nele, o  cara veio com um sorriso sereno, uma cara de amigável e até consegui notar que ele era muito parecido com aquele ator do “Gênio Indomável”. Ele fez as mesmas perguntas novamente. Mostrei toda a papelada que levava comigo. Aí ele olhou pra mim sorriu e disse : “Tá feito, pode ir”. Se tivesse trilha sonora nessa hora seria aquela da corrida de São Silvestre. Esse susto todo em Amsterdam me deixou mais esperta, então vamos pular para imigração em Dublin.

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Entrei na fila com os papéis na mão. Na minha vez o oficial perguntou se eu falava inglês. Eu respondi que falava um pouco. Aí ele fez as mesmas perguntas básicas de sempre. E encasquetou a perguntar do meu trabalho: “do que era a empresa, o que eu fazia lá, etc”. E claro que essas respostas eu não tinha decorado! Me virei nos 30 pra responder e para a minha sorte, trabalho em uma empresa de plataformas aéreas e justamente naquele dia no aeroporto de Dublin havia duas plataformas trabalhando do lado de fora. Eu vi enquanto o avião pousava e e contei isso pro oficial. “Acabei de ver duas plataformas aéreas lá fora do aeroporto”. Ele deu uma gargalhada e disse ” Excelente!”. Tirou a fotinho, carimbou meu passaporte e me liberou. Mas a história não acaba por aí. Depois que eu subi as escadas, notei que havia uma pessoa parada com um cachorro e várias pessoas próximas em volta, mas nem olhei direito. Eu, na minha santa ingenuidade, pensei “Acho que estão vendo o cachorro e achando bonitinho..”. Como boa brasileira, tentei dar um jeitinho e pensei “vou passar pelo lado pra sair mais depressa…”. Já desconfiam o que aconteceu né? Os caras vieram pra cima de mim. Percebi que eu tinha que deixar o cachorro me cheirar e voltei pra fila.E, finalmente, utilizei o meu primeiro e companheiro de toda a viagem ” Sorry! Sorry”.

Bom galera, essa é apenas a minha história. Pode ser que você encontre ou não um “Exterminador do Futuro”. Ou também não saiba todas as respostas. Talvez você nem fuja do cachorro farejador como eu. Mas o importante é não dar sopa para o azar! Esteja prevenido, se informe, esteja com todos os documentos necessários pra fazer dar certo. Porque dá certo, e no final a recompensa é maravilhosa!

Um beijo! Saudades de Dublin! Hasta La vista!”

Maisa Santana.
Campinas/SP – Brasil.

Este post foi atualizado e revisado por Júlia Paniz em Janeiro 2014.

Edu Giansante

Fundador e CEO do edublin, Edu chegou na Irlanda em 2008, no ano pré-crise, pegou a nevasca de 2010 e comeu cérebro de cabra em Marrakesh. O Edu também é baterista da banda Irlandesa Medz.

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