Crédito: Yarruta | Dreamstime.com
Entrei na sala de embarque sem olhar para trás. Ver meu passado poderia me fazer desistir do futuro. Entrei sozinho e fiquei observando os outros. Quase me arrependi. Para quê largar tudo? Festas nas casas dos amigos e almoços aos domingos, um emprego estável, um carro próprio, um apartamento alugado. Tudo que, como dizia Raul Seixas, fazia de mim um cidadão respeitável.
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Resolvi começar uma vida nova. Enchi duas malas de roupa, esperança e expectativa. O medo entrou, sorrateiro, na mochila, mesmo eu tentando evitá-lo. Uma tal de saudade antecipada também se escondeu e veio sussurrando no meu ouvido o caminho todo. Eu não sabia o que me esperava do outro lado do mundo. Eu só conhecia o que eu deixava para trás. O novo poderia ser melhor ou pior. Sem dúvida, seria diferente.
À medida que o avião ganhava o céu, foi tudo ficando para trás. Sensação de liberdade e medo aumentavam na mesma proporção. O que eu queria mesmo? Melhorar meu inglês? Não era só isso. Eu queria mudar a vista da minha janela e minha própria vista. Afinal, quem viaja para fora só está procurando viajar para dentro. Eu queria jogar tudo para o alto e acabei jogando tudo numa mala. Eu queria o novo, o louco, o impossível e o imprevisível.
Eu já não queria limites, queria ser livre. Eu desejava movimento e por isso resolvi voar. Ainda quero tudo isso. O medo começa a dar lugar ao conforto. A vista da minha janela já mudou. O sol e os prédios deram lugar à chuva e uma ruazinha quase deserta. Eu já não me arrependo. E já quero mais.
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