Não é novidade que a Irlanda é um país multicultural que acolhe as mais diversas nacionalidades.
Mas será que o mercado de trabalho irlandês acompanha esses passos, abraça os profissionais estrangeiros e dá espaço para imigrantes não só competirem com os nativos, mas se sentirem como tais?
Entenda como anda o cenário atual da inclusão no mercado de trabalho aqui na Ilha.
Uma pesquisa conduzida pelo Economic and Social Research Institute aponta que 17% da população irlandesa não nasceu no país. De acordo com o estudo, o cenário atual do mercado de trabalho na Ilha mostra que os imigrantes têm basicamente as mesmas chances de serem contratados que os irlandeses.
Mas não é bem assim. Um outro estudo feito no ano passado, o Ethnicity and Nationality in the Labour Market, mostrou que pessoas não nascidas na Europa têm 1,6 vezes mais chances de sofrerem algum tipo de discriminação no ambiente de trabalho aqui na Irlanda.
O relatório mostra também que o grupo de negros não-europeus são os mais afetados. Esse é 5 vezes mais suscetível a ser discriminado durante a procura por uma vaga de emprego, assim como é 2,7 vezes mais provável sofrer discriminação no ambiente de trabalho.
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O governo irlandês tem promovido algumas ações para lidar com a falta de integração dos imigrantes na comunidade local. O esquema National Funding to Promote the Integration of Immigrants foi introduzido em 2017 com esse objetivo.
Lançado pelo Departamento de Justiça e Igualdade, o plano engloba diversos projetos nacionais que são implantados de forma local. No total, 15 deles receberam quase 2 milhões de euros para serem executados dentro de 36 meses.
Um desses foi o Employment and Integration Service, Mendicity Institution. O serviço facilita o acesso à contratação de moradores de rua, vulneráveis e imigrantes que vivem em Dublin. O programa fornece suporte personalizado na busca por um emprego por meio de workshops e equipes especializadas em processos seletivos de recrutamento.
Outro grupo que é historicamente discriminado não só na Irlanda, mas em todo o mundo, é o de mulheres. O contraste na folha de pagamento de homens e mulheres chega, em média, a 19%, segundo o Global Wages Record 2018.
De acordo com dados atualizados do Central Statistics Office, o CSO, as mulheres na Irlanda ganham 14% a menos do que os homens. O cenário não parece melhorar. Na verdade, houve um aumento de 2% na desigualdade salarial entre os gêneros desde 2014.
Uma outra estatística alarmante foi descoberta em pesquisa feita pela Dublin City University em parceria com a 30% Club, uma organização que se propõe a tomar medidas que promovem a diversidade de gêneros em equipes de gerência. Segundo o estudo, apenas 17% das cadeiras de CEO são preenchidas por mulheres aqui na Ilha.
Quando se trata de mulheres imigrantes, a diferença é ainda maior. Por isso, algumas medidas vêm sendo tomadas pelo governo irlandês para que a disparidade diminua. O projeto denominado “Building Better Futures — Building Social Enterprise with Migrant Women Entrepreneurs” ajuda mulheres imigrantes com experiência prévia no mundo dos negócios e que tenham uma boa ideia de startup.
Um outro projeto, lançado pelo Southside Partnership e financiado pelo European Social Fund, também visa recolocar as mulheres imigrantes no cenário do mercado de trabalho aqui na Irlanda. A iniciativa auxilia a busca por uma vaga de emprego instruindo as beneficiárias sobre a situação atual.
A organização que se propõe a cuidar dos direitos dos imigrantes aqui na Irlanda tem um projeto bacana para ajudar não-europeus em situação de pobreza, exclusão e discriminação no país. O plano beneficia mais de 3 mil pessoas em toda a Ilha, ajudando na busca pelo acesso aos direitos e serviços que são garantidos por lei, mas nem sempre respeitados.
O programa de 13 semanas engloba aulas de inglês, dicas de empregabilidade, voluntariado, suporte na busca por um emprego e mais. A ideia é montar um plano personalizado para cada um dos 500 imigrantes beneficiários, a fim de eles poderem se integrar de forma mais fluida no mercado de trabalho.
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