Pensando em entrar para uma faculdade de medicina na Irlanda? Sabemos que muitos brasileiros têm o sonho de entrar em uma universidade no exterior, mas o que poucos sabem é que, na Ilha, o processo seletivo é um pouquinho diferente do Brasil.
Por lá, não existe vestibular, o candidato precisará preencher os pré-requisitos da instituição e fazer um teste específico para entrar em um curso de medicina no país.
Na Irlanda, existem seis escolas médicas que oferecem entrada para graduação, exceto a Universidade de Limerick, que atende especificamente candidatos de pós-graduação. Assim como no Brasil, estudar medicina na Irlanda é caro e pode chegar até 45 mil euros por ano dependendo da instituição de ensino.
O processo é longo, um pouco complicado e envolve algumas etapas para aplicação. Os candidatos podem se inscrever em programas de cinco e seis anos, e o tempo de duração do curso dependerá do seu nível atual de educação.
Segundo o site The Irish Times, a Irlanda forma mais médicos do que qualquer outro país em relação à sua população. São 24,9 graduados em medicina por 100 mil habitantes, bem acima do próximo país, a Dinamarca, e quase o dobro da média internacional de 13,1, de acordo com o relatório Health at a Glance 2018 da OCDE — Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico.
Hoje, o país tem cerca de 86 hospitais e compensa sua falta de profissionais importando médicos treinados de outros países. Parece loucura, não? Porém, é verdade! O país que mais forma médicos na Europa não consegue suprir a sua própria demanda na área da saúde.
O E-Dublin preparou um passo a passo para explicar como entrar em uma faculdade de medicina na Irlanda. Confira a seguir!
Leia também: Faculdade na Irlanda: cursos, universidades e processos seletivos
Diferentemente dos outros cursos, o candidato que deseja entrar para a faculdade de medicina na Irlanda precisa se inscrever em programas de cinco e seis anos. Mas lembra que mencionamos ser mais complicado?
A primeira forma de aplicação é quando o estudante termina o ensino médio no país; a segunda, quando o candidato já tem um diploma de graduação e deseja se inscrever para uma das escolas de medicina.
Existe uma diferença para aplicação do candidato cidadão europeu e do não europeu. Inclusive, essa condição impacta diretamente o seu bolso!
O valor do curso anual para quem é cidadão europeu é bem mais em conta. A boa notícia é que, se você estiver trabalhando no país por, pelo menos, três anos, já garante o direito de pagar o curso na mesma condição do cidadão europeu nas grandes universidades.
Sabendo dessa diferença, seu status é determinado no ato da sua inscrição e não pode ser alterado após o registro do primeiro ano. O cidadão europeu faz sua inscrição on-line direto no Central Applications Office (CAO) e paga uma taxa de, aproximadamente, 40 euros para aplicação.
Na sua inscrição para o CAO, o candidato envia seus dados pessoais, escola e exames realizados e, em seguida, seleciona as faculdades nas quais deseja se inscrever.
Todas as instituições irlandesas exigem que os candidatos europeus façam o teste de admissão, o Health Professions Admission Test — HPAT (Teste de Admissão às Profissões de Saúde) e a maioria exige um mínimo de Leaving Certificate H4 em disciplinas de ciências.
O candidato será elegível para competir por vagas em medicina, desde que atinja, no mínimo, 480* pontos, pague uma taxa de 140 euros e atenda aos requisitos de matrícula da faculdade. O teste é de múltipla escolha e dura, em média, 2 horas e meia, dividido em três módulos ou seções:
Se você quiser saber mais sobre os requisitos para os candidatos europeus, entre no site do The Medic Portal para conferir o detalhamento das exigências por universidade.
(*) Sujeito a alterações ano após ano.
As quatro principais cidades da Irlanda também hospedam as seis faculdades de medicina do país:
Mesmo tendo parâmetros iguais de ensino e requisitos mínimos de candidatura, cada universidade tem um tempo de estudo, processo seletivo e taxas de matrícula e anuidade diferentes.
Todas as escolas irlandesas têm uma abordagem bastante moderna da medicina, com uma base sólida em ciências biomédicas e anatômicas sendo ministrada por meio de Problem-Based Learning — PBL (Aprendizagem Baseada em Problemas), antes do início do ensino patológico e clínico nos últimos anos.
Elas oferecem um diploma de Bacharel em Medicina, Bacharel em Cirurgia e Bacharel em Arte Obstétrica. Todos esses diplomas são aceitos em países da União Europeia, assim como em muitas outras regiões do mundo, e permitem que os graduados façam o Exame de Licenciamento Médico dos Estados Unidos (USMLE), nos EUA, e o Exame de Avaliação do Conselho Médico do Canadá.
Todas as universidades oferecem estágios clínicos, nos últimos anos de curso, e os alunos podem se beneficiar de instalações de última geração.
Uma vez que o estudante de medicina se forma no curso, ele deve treinar em um hospital irlandês por um ano. Depois disso, eles são livres para exercer a profissão de doutores e escolher sua área de especialização.
Sim, estudantes internacionais podem fazer faculdade de medicina na Irlanda. Porém, os candidatos estrangeiros precisam atender requisitos diferentes dos cidadãos europeus.
Eles são avaliados individualmente, e as universidades não têm requisitos específicos de nota mínima para esses candidatos, embora a natureza competitiva dos cursos signifique que uma boa pontuação será exigida de todos os candidatos.
Os candidatos não europeus devem se inscrever diretamente no próprio site da universidade, por meio de programas acadêmicos não pertencentes à União Europeia e respeitando o prazo final estabelecido. Geralmente, as inscrições são feitas por meio do Programa Atlantic Bridge.
O candidato deverá preencher o formulário de solicitação para receber mais informações sobre como será feita a sua inscrição eletrônica, instruções das universidades, requisitos de admissão e outras diretrizes.
O Programa fornece um serviço de inscrição simplificado e um conjunto de documentos de apoio (transcrições, cartas de referência, entre outros), no qual os candidatos podem se inscrever em todas as seis escolas médicas irlandesas.
Importante destacar que qualquer aluno cuja língua materna não seja o inglês deve apresentar um certificado de proficiência no idioma, como TOEFL ou IELTS. Vale ressaltar que essa etapa vem antes da inscrição na universidade, ok?
Além disso, o estudante internacional vai precisar providenciar a tradução juramentada do seu diploma de ensino médio e histórico escolar, fazer um seguro-saúde (governamental ou privado), para emitir o seu visto de estudante (Stamp 2), que deve ser solicitado assim que candidato chega ao país.
Em posse dos documentos necessários (passaporte válido, carta da instituição de ensino, comprovação financeira, seguro-saúde e comprovante de residência), o estudante deve comparecer em um escritório de imigração para tirar o visto.
Quer saber qual a melhor empresa de tradução juramentada do mercado? Vamos recomendar uma que tem alguns dos melhores rankings do mercado, a Yellowling.
Agora que já explicamos as formas de ingresso em uma faculdade de medicina na Irlanda, vamos falar um pouco sobre o mercado de trabalho no país.
As principais áreas de atuação dos médicos são nos hospitais públicos e particulares; clínicas médicas; instituições de caridade; em domicílio, como General Practitioner (GP); Home Care; lares de idosos, entre outros.
O setor de saúde irlandês está sempre carecendo de profissionais para suprir a crescente demanda de atendimento. Isso significa que, se você tem formação na área da saúde, poderá fazer carreira no país.
Contudo, é importante estar atento às burocracias exigidas pelo governo irlandês para exercer a sua profissão por lá.
Mais da metade dos médicos formados são estudantes internacionais. No entanto, após obterem seus diplomas, os recém-formados costumam deixar a Ilha devido a dificuldades em conseguir um estágio — a última etapa da educação médica antes do treinamento de pós-graduação, em um hospital irlandês por um ano.
Em média, o salário de um médico recém-formado em funções hospitalares é de 4 mil euros, com carga horária entre 35-40 horas semanais.
O presidente Michael D Higgins assinou emenda do projeto de lei 2019, The Regulated Professions (Health and Social Care) amendment Bill 2019, sobre profissões regulamentadas de saúde e assistência social, permitindo que médicos estrangeiros já registrados no país possam se inscrever para residência médica.
Anteriormente, apenas irlandeses, europeus e médicos de alguns países selecionados podiam se inscrever no programa. Isso porque o Irish Medical Council (conselho médico irlandês) reconhecia apenas qualificações médicas profissionais de médicos fora da UE que fossem da Austrália, Malásia, Nova Zelândia, Paquistão, Sudão, África do Sul, Reino Unido e Malta.
O médico estrangeiro, porém, ainda terá que enfrentar um problema: conseguir ser selecionado para os treinamentos. Isso porque a fila vai privilegiar irlandeses, europeus e, por fim, estrangeiros. Ou seja, se sobrar alguma vaga, ela será oferecida a candidatos qualificados de fora da UE.
Durante as festividades de fim de ano, o transporte público de Dublin passa por mudanças…
À medida que nos aproximamos das festas de fim de ano, surge o desafio emocional…
Desde 1º de dezembro de 2024, as tarifas de táxi na Irlanda sofreram um aumento…
A deportação voluntária é um dos mecanismos utilizados por governos para lidar com a presença…
A Irlanda continua sendo um dos países mais caros para se viver em comparação com…
A Ceia de Natal na Irlanda é bem diferente do Brasil. Muitas das guloseimas às…