A família do entregador brasileiro que está sob custódia em Dublin desde a semana passada, acusado de ter matado um adolescente de 16 anos, contou um outro lado da história que está sendo narrada pela polícia e pela mídia irlandesa.
Segundo foi divulgado pela imprensa, o crime aconteceu quinta-feira, 28 de janeiro, por volta das 21h, no bairro East Wall, em Dublin. A vítima, Josh Dunne, e seus amigos se envolveram em uma briga que estava ocorrendo entre três homens.
Dois deles seriam deliveries (entregadores) e estariam agredindo um outro, de 23 anos, que havia sido acusado de roubar a bicicleta de um terceiro, também entregador. Josh, um amigo e o acusado de roubo foram esfaqueados e levados para o hospital, mas Josh não resistiu aos ferimentos.
Aos jornais, porta-vozes da Garda, a polícia irlandesa, disseram acreditar que Josh e os amigos não estavam envolvidos inicialmente no incidente e intervieram como forma de “acalmar a situação”. Isso foi o suficiente para que as páginas do noticiário irlandês estampassem manchetes dizendo que a morte do adolescente foi um ato de heroísmo, criando uma atmosfera de “herói” e “vilão”, o que inflamou alguns cidadãos irlandeses, gerando um clima de xenofobia.
Segundo a família informou ao E-Dublin, os entregadores brasileiros foram atacados por um grupo de jovens e o acusado agiu em legítima defesa.
“Precisamos de ajuda, pois o que tem sido apresentado na mídia irlandesa, até o momento, só cobre uma parte dos fatos”, disse a companheira do brasileiro em custódia, afirmando que o casal mora na Irlanda há dois anos e que se mudou para estudar inglês e trabalhar.
Segundo ela, há pontos distorcidos na história. “Os adolescentes que começaram com agressões verbais e depois físicas. A briga com o grupo de adolescentes não foi premeditada e nem incitada. Tudo foi em legítima defesa”, disse.
“O incidente começou quando meu esposo e um colega tentaram impedir o roubo de uma bicicleta que pertencia a um (outro) colega. De repente, em torno de dez adolescentes, que não tinham nada a ver com a história, apareceram e começaram a bater no meu esposo e em seu colega. As agressões foram tão sérias e covardes que mesmo quando o colega estava caído os chutes e pontapés não pararam. Eles estavam encurralados, sendo agredidos e tentando se defender”, disse ela.
Outra questão levantada pela esposa foi a de que o acusado se apresentou na unidade da Garda de East Wall por vontade própria, junto com um advogado e um tradutor, depois que ele soube da notícia de que um dos adolescentes envolvidos na confusão havia morrido.
A esposa do acusado relembra que o tipo de comportamento dos adolescentes é algo rotineiro na Irlanda. “Vários outros relatos de agressões gratuitas contra entregadores acontecem todos os dias. Infelizmente, eles estão fora de controle, tornando assim tão perigosa a profissão de delivery”.
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O próprio E-Dublin já mostrou que casos de ataques a entregadores, principalmente brasileiros, são frequentes e que isso não é algo que vem ocorrendo apenas recentemente.
A esposa ressaltou ainda que a comunidade brasileira tem dado muito apoio e suporte à família desde de que o caso veio a público. “Somos extremamente gratos por isso”.
Outros familiares e amigos que entraram em contato com o E-Dublin também ressaltaram a preocupação e o choque da família. Eles afirmaram que o acusado já havia sido vítima de furto de bicicleta três vezes desde que chegou à Irlanda.
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