A crise do coronavírus vem afetando muitas pessoas mundialmente, inclusive a vida dos intercambistas. Esse momento histórico é um cenário inusitado com o qual muitos viajantes precisam lidar, adaptando-se como podem, principalmente na parte das finanças pessoais.
Aqueles que não souberem se adequar precisarão desistir do intercâmbio ou sofrerão muito para sobrevirem durante a pandemia longe de casa.
Para começar, quem já havia se preparado antes está lidando com a crise mais de forma mais tranquila, porque os intercambistas mais organizados na área financeira possivelmente já tinham sua reserva de emergência.
Essa reserva é um dos fundamentos básicos para ter saúde financeira — recomendada para todas as pessoas, e especialmente para quem está morando fora, é essencial.
Ter esse fundo significa ter um montante de dinheiro guardado especialmente para momentos emergenciais, como a perda de um emprego, cirurgia inesperada, acidente etc.
Esse recurso guardado é o que dará garantia de segurança e tranquilidade financeira frente a uma situação ruim. Pelo menos, a parte financeira não trará preocupações maiores.
Assim, o pagamento das contas fixas e débitos mensais poderão ser feitos sem grandes perdas de padrão de vida.
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Especialistas financeiros recomendam que o valor desse montante deve ser entre 6 a 12 meses da renda mensal atual, aplicado em algum investimento de fácil acessibilidade (alta liquidez), o que seria, por exemplo, uma conta poupança do Brasil, mas no país onde o intercambista está vivendo.
Na Irlanda, seria uma “saving account”, que, mesmo não rendendo muito, é melhor do que não ter rendimento com dinheiro parado na conta.
Então, se você está na Irlanda, trabalha 20h semanais (total de 80h por mês em média), ganhando € 10,10 por hora, sua reserva de emergência deve ser, no mínimo, € 4.848. Para muitos, esse valor é bastante alto, porém, com planejamento e poupando aos poucos, é bem possível chegar a esse valor.
Para os intercambistas que não conseguem fazer a reserva de emergência neste momento em que a crise já se instalou porque não se prepararam anteriormente, há dicas preciosas de como lidar com as finanças pessoais durante a pandemia da Covid-19.
Tudo isso tem como objetivo não só solucionar o problema atual (como a falta/redução de renda) daqueles que estão vivendo em outro país, mas também como melhorar as finanças pessoais para o futuro.
Com a crise ocorrendo, o primeiro passo é pegar lápis e papel (ou uma planilha no Excel) e descrever todos os valores do orçamento. Eles devem ser separados em:
Em um orçamento que tem entradas de receitas, o princípio é sempre gastar menos do que recebe. O objetivo é que, em todo fim de mês, o cálculo resulte em saldo positivo, a fim de poder investir o valor restante em objetivos financeiros, sendo o primeiro deles a reserva de emergência.
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Como o isolamento em casa é uma das recomendações da OMS, os gastos mensais das pessoas em quarentena reduziram bastante, tendo primordialmente apenas gastos com a acomodação no geral e comida. Sendo assim, contabilize exatamente quais são seus gastos essenciais para poder viver, tendo como resultado o seu custo mensal de vida hoje.
Caso você tenha perdido o emprego, depois de fazer esse cálculo, consulte o quanto de dinheiro possui (na conta bancária e em espécie) e calcule quanto tempo conseguiria se manter no país.
Esse tipo de exercício é fundamental para organizar o orçamento e passar a ter finanças mais saudáveis. Porém, é uma atividade que deve ser mantida para o resto da vida com o intuito de se tornar um hábito de controle financeiro.
O segundo passo está relacionado à otimização das despesas. Agora é a hora de identificar gastos que podem ser reduzidos, seja no supermercado ao deixar de comprar aquele chocolatezinho ou reduzir o consumo de bebidas alcoólicas, itens que costumam pesar bastante no orçamento do intercambista.
A ida a restaurantes também foram eliminadas, reduzindo o valor total das despesas, mas lembre-se de que nessa categoria também entram os “deliveries” de pedidos de comidas prontas em casa.
Esses gastos podem ser ainda maiores por causa da quarentena, já que todo mundo está mais tempo em casa do que antes. Tome cuidado com os deliveries, pois podem pesar bastante.
Para ajudar a identificar mais essas despesas, faça o seguinte exercício de dividir os gastos nas categorias:
A dica é cortar primeiramente os gastos de luxo e tentar substituir/diminuir os gastos de conforto. Os gastos básicos são mais difíceis de serem reduzidos, mais ainda sim é possível.
Um dos maiores gastos dos intercambistas no mundo inteiro é o gasto com a acomodação. Sem dúvida alguma, essa é uma das despesas que mais pesa no orçamento mensal, principalmente na Irlanda.
Uma alternativa nesse caso é conversar com os proprietários dos imóveis (os “landlords”) e negociar o valor do aluguel, para diminuir ou chegar a algum acordo possível para os inquilinos continuarem morando lá, sem ter grandes perdas para ambos os lados.
O “landlord” poderá perder bastante tendo inquilinos que não pagam ou que serão obrigados a saírem de suas acomodações. Então, negociar pode trazer grandes benefícios para o bolso do intercambista nesse momento.
Nesse tópico, ainda entram as despesas básicas, como as contas de luz e água. Provavelmente, são os gastos que tendem a ser maiores, dado o fato de que as pessoas estão passando mais tempo em casa e consomem mais energia, água e gás (em alguns países).
Como geralmente os intercambistas dividem as acomodações com outros moradores, o controle desses gastos também é dificultado pela convivência de pessoas diferentes dentro da mesma casa.
Porém, todos estão juntos no mesmo barco, e é hora de pensar que fazer pequenas melhorias em conjunto é uma das formas de lidar melhor com os problemas e chegar a possíveis soluções.
Portanto, conversar com os flatmates, negociar e chegar a uma conclusão de como podem reduzir (ou evitar que aumentem) os gastos da acomodação com atitudes como:
Para aqueles que perderam o emprego, ou tiveram sua renda reduzida, uma das alternativas para equilibrar o orçamento, além de cortar gastos, é aumentar as receitas. A primeira alternativa é o que muitos governos já estão fazendo, que é oferecer um auxílio governamental para aqueles que estão precisando para sobreviver. Na Irlanda, esse auxílio já foi liberado, sendo o valor de € 350 por semana.
Para cada país, há especificidades de como aplicar para receber a ajuda. Então, pesquise quais são esses termos no seu país para não perder a oportunidade. Existem outros métodos de obter renda extra dentro do mundo chamado “internet”. Eles sempre existiram. Porém, com o isolamento, vêm sendo utilizados mais do que nunca. Veja alguns exemplos:
Tais exemplos de como conseguir renda extra dentro de casa podem ser feitos de qualquer lugar do mundo, sendo uma opção até para depois da quarentena.
Este é um período em que precisaremos rever os nossos conceitos de responsabilidade social. Além do próprio isolamento — para evitar perpetuação acelerada do vírus, o que acaba gerando mais mortes —, outro ponto sobre o qual devemos ter ciência responsabilidade é como passamos a consumir depois que a pandemia começou.
É importante evitar estocar produtos. Segundo a lei da oferta e demanda, quanto menos produtos nos supermercados, maiores as chances de eles aumentarem de preço. Além do mais, é possível serem gastos desnecessários, que só vão desequilibrar um orçamento já delicado. E comprar o desnecessário pode privar outra pessoa, que realmente precisa daquele produto e não o encontrará na prateleira.
O confinamento e o isolamento social estão fazendo com que as pessoas reflitam muito sobre suas vidas, e uma dessas áreas de reflexão tem sido a financeira — já que ela foi muito afetada para a maioria. Que tais reflexões gerem mudanças positivas nas rotinas de cada um por meio de novas atitudes que trarão benefícios para a vida inteira.
Para os viajantes, a boa organização das finanças pessoais faz com que nossos sonhos se realizem ainda mais facilmente, para viajar e conhecer outras culturas, tendo experiências ainda mais incríveis (tentando minimizar ao máximo os perrengues que sempre acabam surgindo, sendo o coronavírus o maior de todos eles).
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