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Golpe contra babás preocupa brasileiras na Irlanda

Um tipo de golpe está circulando pela internet e feito vítimas na Irlanda, principalmente entre os brasileiros. Pessoas que quase caíram na mentira relataram como isso acontece.

Trata-se de uma vaga de trabalho falsa divulgada em sites de emprego irlandeses em que um pai de família tenta convencer as pessoas a trabalhar como babás/aupair, cuidando dos filhos dele. A família estaria morando nos Estados Unidos e voltaria para a Irlanda em pouco tempo. Por isso, ele faz uma série de pedidos para o candidato. O intuito, porém, é roubar o dinheiro de quem ingenuamente quer ajudar. O mesmo golpe é aplicado de outras formas como aluguel de quartos. Entenda como funciona.

O contato

Busca por trabalho como babá fez com que vítimas fossem atrás de vaga falsa. Foto: Pixattitude/Dreamstime

Geralmente o golpista utiliza de diversas ferramentas na internet para conseguir se aproximar de pessoas que estão em busca de emprego como babás. A estudante Dayane Mendes relatou que se cadastrou em um site irlandês e recebeu uma mensagem de uma suposta oferta de trabalho com o e-mail da pessoa. “Enviei e-mail dizendo que estava interessada, ele me fez algumas perguntas normais de entrevista”, disse. Segundo ela, até então nada estava de errado e estava torcendo pela vaga.

Pedido estranho

Cópia do e-mail enviado à vítima com nome (supostamente falso) do golpista. Foto: Acervo pessoal

Ao aceitar o trabalho, o novo “patrão” diz que gostaria de fazer uma surpresa aos filhos e pede à candidata ao cargo que se encarregue de comprar novos brinquedos para as crianças. “Ele disse que estava na Califórnia, que chegaria em 20 maio, pediu para eu pesquisar brinquedos para o filho. Após eu enviar links com os preços, ele disse que mandaria um cheque de 350 euros para eu comprar”, relatou Dayane, que ficou desconfiada.

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Cheque não tem fundo

Cheque enviado à vítima não tem fundo. Foto: Acervo pessoal

Um cheque demora cinco dias para que o valor caia de fato na conta da pessoa, mas o crédito já aparece para o usuário logo que depositado. O golpista utiliza esse tempo para aplicar o golpe. Ele afirma para a vítima que desistiu de fazer a compra e pede que ela deposite o dinheiro de volta. Quando isso acontece, o dinheiro sai da conta da vítima. No quinto dia, porém, o banco informa que o cheque era inválido e não será depositado.

Experiência deixou vítimas mais atentas

Dayane disse que a inexperiência a deixou mais vulnerável para não identificar de início que se tratava de um golpe. “Após essa experiência, estou analisando melhor as vagas que vejo. Tudo que for relacionado a dinheiro, pesquise, desconfie e não faça nada sem entender antes os procedimentos”, afirmou.

Golpes devem ser denunciados à Garda

Vítimas do falso pai de família foram à Garda para denunciado caso. Foto: Le Cong Duc Dao/Dreamstime

O E-Dublin entrou em contato com pelo menos mais cinco meninas que quase caíram no golpe, mas não quiseram se identificar. Porém, todas disseram que vão levar os casos para a Garda para que se tome alguma providência.

Existem, ainda, diversos órgãos que apoiam os trabalhadores imigrantes. Outras instituições são especificamente para auxiliar pessoas que trabalham como babás. Entre elas, está a Au Pair World Safety e a Au Pair Rights Ireland.

Golpe é antigo e feito de diversas formas

Para evitar cair em golpes, não aceite cheques de estranhos. Prefira dinheiro em papel ou depósito. Foto: Razihusin/Dreamstime

Pesquisas feitas pela internet para esta reportagem mostraram que o golpe não é novo. Existem muitos casos, mas com histórias diferentes. Por exemplo, casos em que alguém aluga um quarto e envia o cheque antes de se hospedar para pagar antecipado, ou então o pagamento de depósito de uma casa.

Entre as dicas para não cair em golpes, está não aceitar cheques como pagamento de forma alguma. Prefira receber o dinheiro em mãos ou pedir para que alguém faça um depósito bancário em dinheiro ou transferência. É mais seguro e eficiente.

Imagens via Dreamstime
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Rubinho Vitti

Jornalista de Piracicaba, SP, vive em Dublin desde outubro de 2017. Foi editor e repórter nas áreas de cultura e entretenimento. Também é músico, canceriano e apaixonado por arte e cultura pop.

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