Um dos maiores dilemas políticos e econômicos dos últimos tempos chegou ao “fim”. O Brexit — termo utilizado para definir a saída do Reino Unido da União Europeia — foi concretizado às 23h do dia 31 de janeiro de 2020, data que determinou de vez a saída de UK do bloco. Essa história que parecia nunca ter fim, agora, está só começando. Após deixar o bloco europeu, a Grã-Bretanha e a UE ainda tem muito o que discutir. Mas como começou tudo isso e quais são as persspectivas para o futuro político e econômico de algumas das maiores potências mundiais. Fizemos um guia que explica tim-tim por tim-tim o roteiro desta novela.
Brexit é o apelido, ou o nome reduzido, de Britain Exit, ou saíra britânica. Ele surgiu como uma forma mais rápida e fácil de falar sobre o assunto. Virou palavra de ordem no meio político e grito de guerra dos seus apoiadores, mas para quem não queria a saída do Reino Unido da União Europeia, Brexit não é nada mais que um palavrão.
Em 2015, o Partido Conservador convocou um referendo realizado em 23 de junho de 2016, perguntando para a população se o Reino Unido deveria sair da União Europeia. Ele foi chamado pelo então primeiro ministro britânico David Cameron, que na verdade era contra a saída da Inglaterra do bloco europeu, achando que, no fim, a população votaria, em maioria, pela permanência do Reino Unido na UE. Ledo engano. Foram 17,4 milhões (51,89%) a favor da saída contra 15,1 milhões (48,11%), que votaram pela permanência. Após o resultado, Cameron renunciou ao cargo de primeiro-ministro do Reino Unido.
A maioria dos eleitores pró-Brexit disseram temer a livre circulação de imigrantes e refugiados, alegando que os cidadãos dos países mais pobres estavam recebendo empregos e benefícios que eram para favorecer os britânicos. Muito deste pensamento vinha dos moradores de regiões interioranas da Inglaterra, que estavam sofrendo desde a crise econômica de 2008.
No lado comercial, as pequenas empresas estavam frustradas com as taxas da UE. Outros achavam que ao sair do bloco, a Inglaterra vai poder criar mais empregos. Eles também tinham a sensação de que o Reino Unido estva pagando mais à UE do que recebendo de volta em benefícios.
Os eleitores que escolheram que o Reino Unido ficasse na União Europeia eram majoritariamente de Londres, Escócia e Irlanda do Norte. Segundo eles, o livre comércio com a UE era satisfatório e que a maioria dos imigrantes da UE era jovem e ansiosa para trabalhar. Eles achavam que sair da UE prejudicaria o status global do Reino Unido, que ficaria sozinho para negociar com o resto do mundo.
Após Cameron renunciar como primeiro-ministro, quem assumiu o cargo foi Theresa May, que ficou responsável por fazer a negociação com a União Europeia sobre a saída do Reino Unido do bloco. Em 29 de março de 2017, ela enviou à UE a notificação de retirada do Artigo 50.2 do Parlamento Europeu. O artigo diz: “um Estado-Membro que decida retirar-se (do bloco) notificará o Conselho Europeu da sua intenção (…) a União negocia e conclui um acordo com esse Estado, estabelecendo as disposições para a sua retirada, tendo em conta o quadro das suas futuras relações com a União”. A decisão entre Reino Unido e UE foi adiada várias vezes, sendo a última para 31 de janeiro de 2020, quando finalmente o Reino Unido deixou o bloco.
Muitos chegaram a argumentar que os eleitores britânicos não entenderam as dificuldades econômicas que o Brexit imporia. Em 10 de dezembro de 2018, o Tribunal de Justiça Europeu decidiu que o Reino Unido poderia revogar unilateralmente seu pedido de Brexit para permanecer na UE. Porém isso não aconteceu e o país insistiu em continuar com o processo. De qualquer forma, os britânicos já estavam cansados do assunto e só queriam o Brexit resolvido.
Thereza May acabou não tendo o apoio que precisava no congresso britânico para conseguir voto da maioria nos acordos que propôs. Foi então que, em maio de 2019, ela renunciou, deixando o cargo em julho daquele ano. Em seu lugar, entrou o também conservador Boris Johnson, com uma ideia ainda mais fixa de conseguir definir a saída do Reino Unido da União Europeia. Com um discurso efusivo de “let’s get brexit done”, ele fortaleceu a população e os políticos para que houvesse uma saída rápida.
Uma das opções da saída do Reino Unido da UE era o “Brexit sem acordo”. Isso seria o desligamento do Reino Unido sem um acordo comercial. Mas a opção poderia ser um caos para os países do reino.
Com o novo adiamento para votação do acordo, em 31 de outubro de 2019, Johnson chamou para uma nova eleição geral no Reino Unido, que ocorreu em 12 de dezembro de 2019, com o intuito de obter maioria para aprovação do Brexit. O objetivo deu certo e o partido conservador de Johnson alcançou a maioria. Isso torna mais provável que o Brexit cumpra o seu Projeto de Lei de Retirada em 31 de janeiro de 2020.
Uma das mais complicadas ações para definir um acordo com a União Europeia era a Irlanda do Norte. O país, que fica na ilha junto com a República da Irlanda, foi o ponto de discórdia da maioria dos deputados britânicos. Apesar de serem países diferentes, a fronteira entre as Irlandas sempre foi aberta, de livre acesso, o que seria impossível no caso da saída do Reino Unido sem um acordo bem definido.
No dia 9 de janeiro de 2020, o Parlamento Britânico votou o acordo final, já aprovado pelos países membros da União Europeia, para a saída definitiva do Reino Unido. Foram 330 votos a favor e 231 contra a saída, marcando o fim de uma crise de três anos e meio. Às 23h de sexta-feira, 31 de janeiro de 2020, o Reino Unido deixou oficialmente o bloco. Em Bruxelas, capital da UE, a bandeira de UK foi removida formalmente no rol de bandeiras de países que fazem parte do bloco.
O acordo de Johnson é muito semelhante ao negociado por Theresa May. O Reino Unido permanece na UE durante o período de transição de no mínimo 11 meses. Uma diferença principal é que o Reino Unido não estaria em uma “união aduaneira” com a UE. Isso inclui a Irlanda do Norte, membro do Reino Unido. Mas permite que a Irlanda do Norte adote regras alfandegárias da UE de acordo com a República da Irlanda, um membro da UE. Isso evita uma borda rígida entre os dois.
A UE e o Reino Unido negociarão um acordo comercial que provavelmente imporá tarifas sobre as importações uns dos outros. Isso não se aplica a mercadorias já compradas ou em processo.
No acordo, os 3 milhões de cidadãos europeus que já vivem no Reino Unido continuarão vivendo e trabalhando no país sem visto de trabalho. Os 1,3 milhão de cidadãos do Reino Unido continuarão a fazer o mesmo na UE. Para o futuro, o Reino Unido propôs um sistema de imigração baseado nas habilidades dos trabalhadores. O Reino Unido deve pagar uma “fatura de divórcio” de 33 bilhões de libras para cumprir quaisquer compromissos financeiros restantes.
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Uma vez que o acordo foi aprovado pelo Parlamento britânico, uma cúpula especial da UE precisa aceitar o Brexit. Depois disso, a UE e o Reino Unido negociariam acordos comerciais. Ratificado pelo Parlamento do Reino Unido, o período de transição termina. A UE e o Reino Unido negociarão um acordo comercial que provavelmente imporá tarifas sobre as importações uns dos outros.
A saída do Reino Unido da União Europeia já teve resultados não satisfatórios. A incerteza sobre o Brexit diminuiu o crescimento do Reino Unido de 2,4% em 2015 para 1,5% em 2018. O governo do Reino Unido estimou que o Brexit reduziria o crescimento do Reino Unido em 6,7% em 15 anos. A libra britânica caiu de US $ 1,48 no dia do referendo para US $ 1,36 no dia seguinte. A libra, porém, pode se fortalecer, dependendo dos termos comerciais futuros.
O Brexit elimina o status de livre comércio da Grã-Bretanha com os outros membros da UE. As tarifas devem aumentar o custo das exportações. Isso pode prejudicar os exportadores do Reino Unido à medida que seus produtos se tornem mais caros na Europa.
As tarifas também podem aumentar os preços das importações para o Reino Unido. Mais de um terço de suas importações vêm da UE. Preços mais altos de importação criariam inflação e reduziriam o padrão de vida dos residentes no Reino Unido.
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O Reino Unido já está vulnerável porque as ondas de calor e as secas causadas pelo aquecimento global reduziram a produção local de alimentos. O Reino Unido pode perder algumas vantagens da tecnologias de ponta da UE, pois o bloco concede a seus membros proteção ambiental, pesquisa, desenvolvimento e energia.
O Brexit pode prejudicar os trabalhadores mais jovens da Grã-Bretanha. Os empregos não estarão mais tão prontamente disponíveis para os trabalhadores do Reino Unido após o Brexit. Os empregadores poderão ter mais dificuldade em encontrar candidatos para vagas especializadas. Uma razão é que o número de trabalhadores nascidos na UE caiu 95% em 2017. Isso afetou mais as ocupações pouco qualificadas e média qualificadas.
Mesmo com a saída do Reino Unido já definida, a Irlanda segue angustiada com o resultado do Brexit. Com um futuro meio nebuloso, é impossível prever tudo o que acontecerá durante o período de transição. Mas alguns pontos já foram levantados por especialistas no assunto e em pesquisas relacionadas ao tema.
O turismo na Irlanda poderá ser afetado após o Brexit. Conforme a Fáilte Ireland — autoridade nacional de desenvolvimento do Turismo na Irlanda — mais de um milhão de turistas britânicos podem deixar de visitar a Irlanda, resultando na perda de 380 milhões de euros por ano. Cerca de 3,5 milhões de visitas da Grã-Bretanha foram registradas em 2018, contribuindo com cerca de 1 bilhão de euros para a economia irlandesa. Sem tantos turistas, os empregos também podem ser afetados. Estima-se até 1.000 vagas extintas no setor.
Em uma crise de acomodação real, a Irlanda está tendo cada vez mais dificuldades em dar moradia para a quantidade de habitantes existentes na ilha. Com o Brexit, a volta de irlandeses para sua terra natal pode auxiliar no crescimento da crise. De acordo com o Real Estate Alliance (REA), 46% dos agentes imobiliários irlandeses computaram aumento nos pedidos de compra de imóveis na Irlanda provenientes do Reino Unido em 2018. Das consultas por imóveis, 52% são provenientes de emigrantes em retorno. Ou seja, irlandeses que estão morando no Reino Unido, mas querem voltar para sua terra natal. De todas as transações de propriedade com compradores do Reino Unido, 17% estão diretamente relacionadas ao Brexit. Cerca de 40% dos compradores estão se mudando para a Irlanda vindos de Londres e do sudeste da Inglaterra.
E dos que estão em busca de moradia na Irlanda, 23% disseram que vão se mudar para trabalhar na ilha. Desse total, 46% estarão trabalhando diretamente na Irlanda. Assim, haverá mais mão de obra disponível para as vagas na ilha. Por outro lado, ainda há os brasileiros com dupla cidadania (UE) que trabalham no Reino Unido e ainda não sabem se poderão continuar por lá. A Irlanda pode ser o destino deles também.
Uma pesquisa realizada pelo Department of Business, Enterprise and Innovation (Departamento de Negócios, Empresa e Inovação) da Irlanda, em parcerias com a Behavior and Attitudes, forneceu resultados a partir do envio de questionários a mais de 1.000 PMEs (Pequenas e Médias Empresas), entre setembro e outubro de 2019. O objetivo da pesquisa foi reunir informações sobre o impacto atual e antecipado do Brexit na Irlanda.
De acordo com o estudo, 72% das empresas disseram que sofrerão algum impacto com o Brexit. O número subia para 85% no caso de um Brexit sem acordo. Quase 50% das PMEs disseram que podem ser impactadas por questões alfandegárias, mas apenas 10% tomaram medidas para resolver a questão.
A pesquisa também questionou se já houve algum impacto sofrido pelas PMEs mesmo antes da resolução do Brexit. A maioria disse que sim. Foram 13% que responderam já terem sentido um impacto significativo e 39% que reportaram “algum impacto” por causa do impasse sobre a saída do Reino Unido da UE. Quase metade, 48%, porém, disse não ter sentido impacto algum.
Mesmo com o desejo de investir e crescer durante o ano de 2019, muitas empresas decidiram esperar o Brexit para tomar alguma decisão mais significativa. Foram 32% das PMEs que adiaram uma decisão ou investimento comercial, enquanto 17% aceleraram seu crescimento antes da decisão final sobre UK e UE. Empresas que possuem negócios de exportação foram as que mais ficaram estáticas.
Segundo o estudo, o maior impacto do Brexit vai ocorrer com médias empresas, ou seja, aquelas que possuem mais de 50 funcionários. As ligadas a algum tipo de exportação ou importação, principalmente do e para o Reino Unido, também terão maior impacto por conta do Brexit. Empresas relacionadas à indústria alimentícia e aquelas que estão em regiões de fronteira com a Irlanda do Norte também podem sofrer mais.
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As discussões sobre o Brexit continuam aumentando nos negócios. Um adicional de 14% das PME foi atraído para o debate nos últimos 6 meses. Foram 77% das empresas que discutiram o Brexit em seus negócios (86% delas com negócios de exportações ao Reino Unido). As principais áreas de debate e preocupação são a cadeia de suprimentos, tarifas e protocolos alfandegários. Mais da metade, 66%, buscou informações participando de um workshop, solicitando algum suporte ou fazendo leituras de informações sobre o assunto.
Se a maioria está discutindo ou se informando, uma minoria está preparada. Apenas 31% disse já ter tomado algum tipo de ação. Isso ocorre principalmente na cadeia de suprimentos (16%), declarações alfandegárias (10%), tarifas (7%) e expedição de carga (6%). Entre elas, 21% treinam alguém internamente para lidar com o Brexit. Segundo a pesquisa, ainda é difícil para as PMEs agirem quando os desafios ainda não são conhecidos.
Em uma outra pesquisa, realizada quadrimestralmente pelo AIB Brexit Sentiment Index, baseada nos resultados de entrevistas telefônicas com 500 PMEs na República da Irlanda e 200 na Irlanda do Norte, mostrou que 7% das empresas dizem ter um plano e 51% estão realizando pesquisas a respeito antes de tomar alguma decisão. Segundo o estudo, os empresários disseram não querer gastar tempo e dinheiro em um plano quando não sabem o que vai acontecer. Os resultados são do terceiro quadrimestre de 2019
O AIB Brexit Sentiment Index também mostra que três quartos das empresas irlandesas estão preocupadas com o futuro de seus negócios e 86% prevêem um impacto negativo para a economia em geral na Irlanda. Empresas de manufatura e transporte estão entre as mais negativas. Segundo a pesquisa, as preocupações das empresas estão em torno de suas exportações, pois existe muita demanda para o Reino Unido. Na sequência vem o setor de transportes, com uma negativa forte em relação ao Brexit, preocupado principalmente com a interrupção do fluxo livre de mercadorias e taxas alfandegárias.
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Entre as pequenas empresas, 14% adiaram os empréstimos bancários para capital de giro. Firmas irlandesas que planejavam aumentar suas operações, 50% cancelaram ou postergaram esses planos, sendo 66% na Irlanda do Norte.
O Department of Business, Enterprise and Innovation (Departamento de Negócios, Empresa e Inovação) da Irlanda criou um checklist com diversas questões que auxilia as empresas na preparação para o Brexit. São perguntas sobre alfâdega, questões sanitárias, tipo de frete e transporte, certificação de produtos, suporte financeiro, entre outros pontos que o empresário deve ticar para saber se já foi resolvido dentro de sua companhia.
Em outra parte, o documento traz uma grande lista de corporações, institutos, órgãos e demais tipos de suporte aos empresários para que eles possam lidar com os problemas relacionados ao Brexit, com telefones, websites e outras informações.
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O governo também lançou um hotsite exclusivo sobre o assunto, o Getting Ireland Brexit Ready. Na abertura do site, eles explicam: “Se você é um cidadão preocupado ou se pergunta como o Brexit pode afetar seus negócios, o objetivo deste site do governo é ajudar você a se preparar.”
O site é uma ampliação do checklist com informações ainda mais detalhadas para entender tudo sobre como o Brexit vai afetar a Irlanda, reunindo artigos, dicas, consultas, contatos, entre muitos outros tipos de informações.
A Irlanda do Norte permanece com o Reino Unido e a República da Irlanda na UE. O plano de Johnson evitou uma fronteira aduaneira entre os dois países irlandeses, que poderia ter reacendido os problemas, já que foi motivo de um conflito de 30 anos entre as Irlandas principalmente entre nacionalistas irlandeses católicos e protestantes pró-britânicos. Em 1998, terminou com a promessa de não haver fronteira entre a Irlanda do Norte e a Irlanda. Uma fronteira forçaria 9.500 passageiros a passar pela alfândega a caminho do trabalho e da escola e 2.100 trabalhadores que se deslocam para a Grã-Bretanha.
Desde que o Brexit começou a aparecer no horizonte da Europa, uma questão importante foi levantada. Como ficaria a República da Irlanda e a Irlanda do Norte? Com o problema da falta de fronteira entre os dois territórios, esse foi um dos pontos mais discutidos entre as autoridades. Por isso, levantou-se uma possibilidade que antigamente poderia ser impossível: a união entre as duas Irlandas.
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Declarações do Taoiseach Leo Varadkar em 2019 mostrou que existe sim essa possibilidade por causa de um acordo entre a República da Irlanda e o Reino Unido a respeito da Irlanda do Norte, o Good Friday Agreement (acordo da Sexta-feira Santa). Segundo ele, existem regras que podem significar a união se a população desejar.
O Acordo de Belfast ou Acordo da Sexta-feira Santa foi criado em abril de 1998 para selar a paz entre os governos britânico e irlandês. Entre os pontos do acordo, há uma previsão de que, o povo, por meio de um referendo, pode decidir a questão da reunião das duas Irlandas.
Varadkar disse: “É explícito sobre uma série de coisas; explícito sobre o princípio do consentimento, que a Irlanda do Norte é parte do Reino Unido até que as pessoas decidam o contrário”. A Constituição da Irlanda declara que uma Irlanda unida só pode ocorrer por meios pacíficos se a maioria das pessoas da República e da Irlanda do Norte a aceitar.
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Com o Brexit colocando a união das Irlandas de volta às rodas de conversa, uma pesquisa criada na Irlanda do Norte mostrou que cerca da metade da população nortenha gostaria que houvesse a reunificação. Foram 51% que votaram a favor da união.
O partido republicano da Irlanda colocou em sua agenda como prioridade de governo focar na união. O assunto está constantemente rondando os partidos políticos. O partido republicano Sinn Féin planeja realizar o fórum All-Ireland Forum on Unity para discutir o tema e defende lançar um referendo sobre a união em 2025.
Em ambas as Irlandas, há pessoas que são militam a favor, os nationalists/republicans, com maioria católica, e aqueles que são contra, os unionists/loyalists, com maioria protestante, que querem manter a Irlanda do Norte no Reino Unido. Isso inspira diversos conflitos entre os dois grupos.
O Acordo da Sexta-feira Santa foi uma forma de encerrar os conflitos entre Irlanda e Irlanda do Norte, em 1998. A guerra entre republicanos militantes (que se esforçaram para unificar a Irlanda do Norte com a República da Irlanda) e aqueles que queriam preservar a Irlanda do Norte no Reino Unido pode voltar após a decisão final do Brexit. Mais de 3.600 pessoas morreram com o embate. Alguns grupos dissidentes seguiram fazendo ataques, mas raramente.
Com o Brexit, tais grupos dissidentes da Irlanda do Norte podem voltar com força por dar a eles uma nova vantagem política, estimulando campanhas terroristas que antes eram consideradas inativas. De acordo com um relatório do Serviço de Polícia da Irlanda do Norte, houve um aumento da violência paramilitar em 2019. Foram 67 vítimas de ataques contra 51 no ano anterior.
Na Irlanda do Norte, o referendo sobre o Brexit, de 2016, foi votado, pela maioria, para que o Reino Unido ficasse na União Europeia o que impulsionou a voltar se falar sobre a união das Irlandas e, consequentemente, os ataques. Um grupo paramilitar chamdo New IRA, que reúne integrantes de outros pequenos grupos, fez um ataque terrorista em janeiro de 2019, o detonando um carro bomba fora do tribunal na cidade de Derry. Em abril, membros do grupo mataram a jornalista Lyra McKee durante uma noite de intenso tumulto, também em Derry.
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