Tudo sobre o sistema de saúde na Irlanda
1 ano atrás
Seguro Viagem
Sabia que é obrigatório ter um seguro viagem para ir pra Europa?
Seja para o intercâmbio ou para quem tem interesse em viver como residente em um país distante, é muito importante que você entenda como funciona o sistema de saúde do seu país de destino. E isso pode diferir muito de um país para outro. Na Irlanda, por exemplo, o sistema de saúde pública nada lembra o nosso formato no Brasil.
Chegar a um novo destino sem informações básicas sobre o que fazer em um momento de emergência, ou sem nenhum preparo em caso de algum problema de saúde, tornará a situação muito mais difícil.
Para evitar que esse seja o seu caso, o melhor a fazer é se informar sobre o tema e aprender como se preparar. E é sobre isso mesmo que vamos falar aqui.
Como funciona o sistema de saúde na Irlanda?
Como já mencionamos no começo, há uma grande diferença entre o funcionamento do sistema de saúde brasileiro e o irlandês. Em primeiro lugar, não existe um sistema público de saúde. Sendo assim, você precisa pagar por todos os procedimentos médicos. E isso vale mesmo para os irlandeses.
As exceções são cidadãos que possuem o Medical Card (benefícios fornecidos a cidadãos da União Europeia que garante tratamento e exames gratuitos a cidadãos desempregados que comprovem não poderem pagar pelas despesas), crianças até 6 anos e idosos aposentados. A menos que você já tenha cidadania, não precisa se preocupar com isso.
Porque estudantes estrangeiros não têm direito ao sistema público de saúde?
Um dos pré requisitos do visto de estudantes na Irlanda é a contratação de um seguro saúde, e isso não acontece por acaso. Primeiramente, apesar de estar aberto a estrangeiros, a Irlanda e nenhum outro país, conseguiria suprir a grande demanda em todos os setores sociais, incluindo os serviços à saúde.
Sendo assim, o governo estabelece algumas exigência para que, caso algo errado aconteça, o estrangeiro, seja ele estudante, ou visitante, tenha o suporte necessário.
No caso dos estudantes estrangeiros, a exigência é que ao contratar o pacote de intercâmbio, ele inclua o seguro governamental, que atende prioritariamente casos de emergência. Por ser básico, a recomendação é que se adquira um seguro saúde mais encorpado, para garantir que, em casos de consultas, tratamentos pontuais, e outras adversidades, o estudante não tenha que voltar ao Brasil desesperado.
É importante ressaltar que o seguro governamental vale apenas para a Irlanda. Se for necessário fazer uma viagem para outro país durante o intercâmbio, esse seguro não irá cobrir demais eventualidades, mesmo se acontecer alguma coisa no caminho de ida ou volta do país.
Se o curso tiver duração menor do que 3 meses, não é obrigatório ter o seguro governamental. Porém, o estudante ou viajante, ainda assim, precisa apresentar algum seguro de saúde particular ou de viagem, para o tempo que ficará no país.
Um sistema público que na verdade não tem nada de público
Pois é, a primeira coisa que precisa ficar clara é que, na Irlanda, a concepção de público não significa necessariamente gratuito. O sistema público é sim aberto a todos, incluindo estrangeiros, mas ele é pago. A diferença é que é infinitamente menos dispendioso que o sistema privado.
Mas como funciona? Vamos a um exemplo básico. Você acordou indisposto e o mal estar insiste, você então se dirige a um hospital público. Ao chegar, seus dados serão coletados e você será encaminhado ao atendimento, até este momento nada é cobrado, porém, após alguns dias a conta chegará em sua casa.
Atendimentos de emergência
Claro que, como qualquer pessoa, você pode acabar quebrando uma perna, ter uma reação alérgica, se envolver em um acidente, entre muitos outros possíveis desastres. Felizmente, basta você buscar atendimento de emergência rapidamente, se este for o caso.
Nenhum hospital se nega a estabilizar o paciente, independente do contexto. É uma das principais leis da medicina. Você ainda deve pagar por tratamentos, mas os procedimentos imediatos sempre serão oferecidos sem questionamento.Uma visita básica, sem grandes intervenções custa o valor mínimo de 100 euros. Pois é, ao pisar na unidade hospitalar você já deve ter essa cifra em sua mente, pois a conta chegará na sua casa. Em que casos esse valor se refere?
- Atendimento de emergência
- Pequenos machucados atendidos na emergência
- Atendimento nas unidades de tratamento
- Para ter todos os casos que se aplica a cobrança mínima de 100 euros acesse o Citizens Information.
Vale ressaltar que a cobrança só se aplica para pacientes que chegaram ao hospital sem um encaminhamento médico, ou seja, chegaram pelo serviço de emergência.
Você já deve estar fazendo as contas! E se eu precisar de um intervenção cirúrgica ou algo mais sério? Calma, respire fundo. O serviço público é assegurado a todos, e em casos mais graves, a regra diz que, em uma internação onde o paciente precisa ficar por dias, o valor da diária custa 80 euros, e nunca ultrapassará 800 Euros. Ou seja, em caso de um procedimento cirúrgico, que exija permanência longa no hospital, a sua conta findará nos 800 euros. E o atendimento será realizado independente do tempo que você precisará da internação.
Porém, essa regra não se aplica para quem possui o medical card ou outros tipos de assistência social, como é o caso de deficientes físicos, crianças até uma certa idade e idosos, já que eles possuem regras diferentes e geralmente possuem ampla cobertura nos serviços gerais de saúde.
General Practitioner (GP): O famoso clínico geral
Outra coisa que você perceberá na Irlanda, é a dificuldade de ser encaminhado a um especialista. Sabe aquela coisa de ir ao clínico geral só para pedir um encaminhamento para o Oftalmologista, ou qualquer outra especialidade? Esqueça.
Na Irlanda, a coisa não é assim tão simples, e na maioria dos casos, é o clínico geral que vai tentar resolver o seu problema. E a decisão de eventualmente te encaminhar a um especialista será unicamente dele.
Isso é bem complicado, pois na maioria dos casos, perde-se um tempo com paliativos indicados pelo GP, quando na verdade, um aval de um especialista tornaria o tratamento muito mais efetivo. Mas, infelizmente esse é um dos problemas do sistema público irlandês.
Outra diferença é que o GP não é escolhido por uma decisão unicamente sua. Geralmente você será indicado a um GP que atua na sua região, ou pelo menos por vários deles que atenda na unidade de saúde pública mais próximo de sua casa. Aliás, todos os procedimentos médicos, encaminhamentos, etc, devem ser indicados pelo seu GP específico, então escolher um GP é fundamental para qualquer eventualidade médica no país, pois será para ele que informações, boletins médicos e resultados de exames serão encaminhados. Dificilmente você terá acesso direto a resultado de exames, por exemplo.
Quanto custa uma visita a um GP na Irlanda?
Como já mencionamos, não há um sistema de saúde público e gratuito na Irlanda, então você terá que pagar por todas as consultas realizadas. O valor base para cada visita pode variar de acordo com a área na qual o GP atua, mas costuma ficar em torno de 60 euros. Bem caro para os padrões de lá.
Além disso, uma visita ao médico também custa o seu tempo! Em média, um paciente precisa de 6 horas do seu dia para ir até o consultório, esperar atendimento, ser atendido e sair. É um dia inteiro de trabalho perdido. É por essas e outras razões que o sistema de saúde por lá não é considerado um dos melhores.
Medical Card: quem tem direito?
Já mencionamos que há um jeito de conseguir tratamento médico gratuito na Irlanda: através do Medical Card. Infelizmente, esse é um benefício exclusivo para cidadãos do país. Se você tem um visto de turista, estudante ou similar, precisa conseguir se naturalizar ou adquirir dupla cidadania primeiro.
Se você já possui cidadania, ainda precisa estar abaixo de uma determinada faixa de renda para receber este benefício. Suas propriedades, economias e salário contam nesta análise, exceto pela sua casa própria, se tiver. O governo também oferece o benefício a pessoas acima da faixa de renda, mas que comprovem que as despesas médicas estão acima de suas capacidades.
Qualidade do tratamento médico na Irlanda
É comum que muitos brasileiros, especialmente os que vão para o exterior, falem mal de todos os sistemas aqui no Brasil. Porém, quando falamos em saúde, o SUS ainda é um dos melhores do mundo, com especialistas altamente qualificados e cobertura em diversas áreas. Tudo isso sem custo.
No geral, o nosso país tem tratamentos e exames de muito maior qualidade que a Irlanda, com exceção da área obstétrica. Em muitos países europeus, a gravidez é uma preocupação muito maior no país inteiro.
Não é incomum, por exemplo, estrangeiros reclamarem de diagnósticos incorretos, demorados ou mesmo da dificuldade de acesso a especialistas, como já comentamos. Inclusive, a necessidade de uma reforma urgente no setor de saúde irlandês é um dos principais temas do governo.
Porém, no cenário europeu, segundo os índices de países que oferecem melhores condições na saúde pública, a Irlanda não aparece tão mal assim. No ranking de 2017 com o top 20 países com melhor qualidade na saúde, a Irlanda aparece na 13 posição, atrás de países como Reino Unido, Portugal e França. Os melhores com sistema de saúde são a Holanda, Suíça e Noruega.
Consulta e exames médicos
Como já mencionamos, as visitas, exames e tratamentos são pagos, então você deve entrar em contato com um hospital ou clínica para marcar sua consulta, ou esperar na fila pelo atendimento.
Primeiro você vai até um Clínico Geral, lá chamado de “General Practitioner” ou apenas GP. O valor cobrado costuma ficar entre 50 e 70 euros, dependendo da área onde a consulta é realizada. E se o médico indicar a consulta com um especialista, ele mesmo vai te encaminhar.
Tratamentos de urgência são um caso à parte. Ao chegar em um hospital, você deve pagar uma taxa de 100 euros, que já inclui exames que sejam realizados nesse processo.
Apenas como conselho, é bom você procurar um médico assim que sentir que algo está errado com você. É muito comum deixar o tratamento para depois quando ele custa dinheiro, mas se você esperar demais, pode ser que a doença progrida e você tenha que gastar ainda mais para se curar.
Que seguro de saúde escolher para a sua viagem?
Mesmo que você chegue em um hospital sangrando e receba um curativo, a conta não vai ficar diferente. Você ainda precisará pagar pelo que usou em algum momento. Como o país não quer que um visitante fique desamparado, mas também não pode obrigar o profissional médico a trabalhar de graça, é obrigatório para todos os viajantes, intercambistas e mesmo pessoas em processo de migração, terem um seguro de saúde.
Como o nome já diz, este seguro serve para cobrir as despesas médicas que forem necessárias durante sua viagem. A cobertura do plano pode variar de acordo com suas condições específicas de saúde, assim como o valor cobrado.
Listamos aqui alguns pontos importantes sobre o tema que você vai querer saber: segue no próximo post.
Seguros diferentes para diferentes vistos
É importante lembrar que há diferentes tipos de seguros de saúde, o os quais são associados com sua estadia. Por exemplo, se você chega lá com um visto de estudante (Stamp 2), precisa de um seguro governamental, ou seja, provido por uma empresa da Irlanda. Caso fique menos de 90 dias, terá o visto de turista, que não possui a mesma exigência. Nesse caso, basta ter um seguro proporcionado por uma empresa de viagens.
No próximo post estão os principais deles.Seguro Governamental
O seguro governamental é exigido de todos os estudantes intercambistas. Como o governo não pode garantir a eficácia de outros seguros sempre, é exigido que o estudante adquira um seguro governamental em sua agência de intercâmbio ou diretamente com a instituição de ensino.
Com ele, você tem acesso ao sistema “público” de saúde do qual já falamos um pouco. E, na verdade, ele só dá cobertura para os casos mais graves, como acidentes, perda de algum membro ou mesmo morte. Além disso, você terá que pagar por outras consultas e tratamentos envolvidos. Por um preço de 150 euros, ele só compensa por ser obrigatório.
Seguro/Assistência de Viagem
Em seguida, o seguro de viagem é o mais comum, também exigido para pessoas que entram no país. Porém, ele também é obrigatório para turistas que ficam por até 90 dias e deve ter cobertura mínima de 30 mil euros.
Felizmente, esse tipo de seguro é bem mais confiável. Ele dá conta de problemas de saúde, consultas e até extravio de bagagem. A abrangência da cobertura depende do quanto você está disposto a desembolsar. O mais barato para um período completo de intercâmbio (8 meses) fica em torno de R$2.000.
Seguro Privado
Se você não gostou das opções de seguro viagem que te deram, pode optar por um seguro privado oferecido por uma empresa irlandesa. Desde que ela esteja dentro da lista de aprovações do país. Com isso, você também vai cumprir s requisitos para sua viagem.
Em alguns casos, você pode chegar com o seguro governamental e depois decidir se vale a pena investir em um seguro local. O valor varia de acordo com a cobertura e com o número de pessoas, assim como qualquer plano de saúde. Ele pode ir desde 40 euros por mês até mais de 100 euros por mês.É possível viajar e até passar um bom tempo na Irlanda só com o seguro governamental. Mas, se você tem algum problema de saúde persistente ou está com dificuldades para se adaptar ao clima, é melhor se prevenir do que remediar.
Médicos especialistas
Como já mencionamos, a maioria das pessoas entra primeiro em contato com o GP, o clínico geral. Porém, alguns tratamentos precisam ser realizados por um especialista na área, o que pode mudar um pouco as coisas.
Digamos, por exemplo, que você precisa de um oftalmologista. Via de regra, o seguro governamental padrão não cobre o serviço, então você deve ir a uma clínica e pagar o valor normal pela consulta, que pode ficar em torno de 50 euros. Alternativamente, você pode conseguir uma cobertura maior para o seu seguro, permitindo que você faça um tratamento de vista enquanto está no exterior.
O mesmo vale para tratamentos emergenciais e que precisam de continuidade depois que você começa sua viagem, como o uso de aparelho odontológico. É bem caro cuidar da saúde bucal por lá, então é melhor você ir preparado. Há clínicas que podem cobrar mais de 100 euros pelo processo. Por isso, esteja atento para ter um seguro saúde como intercambista.
Quanto custa uma visita ao dentista na Irlanda?
Como nem tudo nessa vida é perfeito, a Irlanda não é diferente. E quando o assunto é a saúde bucal, a Irlanda é bem complicada. Uma rápida observada nos dentes dos próprios irlandeses já indicará a dura realidade. Dentista na Irlanda custa uma fortuna, para qualquer mortal que viva no país.
Os Irlandeses, mais preocupados com a saúde dos dentes, por exemplo, costumam recorrer a países do Leste Europeu, para fazer tratamentos dentários, já que nos limites da Ilha Esmeralda, os valores são muito altas e algumas vezes impraticáveis.
Nossa dica sempre é fazer um check up geral antes de embarcar para uma temporada no exterior. Mas em caso de uma emergência, ou uma dor de dente que surja ao acaso, é importante ter em mente, que vai pesar no bolso.
As consultas básicas costumam partir dos 50 euros. Dependendo da cotação, pode ficar um pouco mais caro do que seria em algumas partes do Brasil. Se incluir limpeza ou outros tratamentos, o preço pode facilmente passar dos 100 euros. E se for canal, troca de dentes ou outros procedimentos mais complicados, espere algo acima dos 500. Sem falar que o seguro saúde geralmente não inclui essa especialidade.
Calma, nem tudo aqui é ruim. No geral, o atendimento dos dentistas é muito bom e direto. Não tem aquele famoso estigma de tentar “puxar papo” enquanto você está com a boca aberta e dormente. O equipamento também costuma ser muito mais refinado, sem os barulhos que assombram todo mundo que vai ao dentista.
E se eu ficar grávida durante o intercâmbio?
Ok, essa é uma situação bem delicada. Não é incomum que, durante um intercâmbio, você se envolva com alguém, seja do próprio país ou outro intercambista. E como toda relação, isso pode resultar em uma gravidez inesperada. Mesmo os melhores métodos contraceptivos podem falhar.
Mas não se preocupe (muito). Há algumas coisas que você pode fazer para diminuir o impacto dessa mudança.
Seus direitos como gestante
Primeiramente, você tem também o direito à licença maternidade e de se ausentar do trabalho para consultas médicas. Os primeiros meses de gestação são os mais críticos, tanto para o bebê quanto para a mãe, então as empresas têm a responsabilidade de não submeter mulheres grávidas a nenhuma pressão desnecessária.
A licença maternidade não tem restrição alguma em relação ao tempo de serviço, total de horas trabalhadas nem nada do tipo. Basta ter um emprego formal e você pode tirar uma licença remunerada de até 6 meses. Se quiser, pode estendê-la por mais 4 meses sem remuneração, mas garantindo seu cargo quando voltar
Meu filho será irlandês?
A resposta curta é: depende. Há várias possibilidades.
Se o pai for irlandês e vocês ainda tiverem contato, você pode falar com ele e registrar a criança no nome dos dois. Aí o bebê pode receber cidadania irlandesa, assim como brasileira. O processo não é automático. O pai, nacional da Irlanda, deve dar entrada no pedido de registro, fornecendo os documentos necessários. Sem esse apoio, não é possível conseguir a cidadania.
Além disso, depois que seu filho estiver registrado como irlandês, você também pode se aplicar para um Stamp 4, que te garante residência na Irlanda.
Se você reside na Irlanda por pelo menos 3 anos legalmente, seu filho também pode ser registrado lá.
O último caso é para refugiados, os quais não podem pedir a cidadania de seu país de origem. Mas como você está lá de viagem ou em intercâmbio, esse não será seu problema.
Onde peço ajuda?
Como a gravidez nunca foi fácil, a Irlanda possui alguns serviços de apoio gratuitos para gestantes, como o Positive Options. Seu principal objetivo é ajudar a mulher a encontrar soluções para seus problemas durante este período, como ajuda psicológica, financeira, etc.
É um local de acolhimento muito apreciado por diversas mulheres. As visitas são confidenciais, então você pode contar qualquer problema e terá bons conselhos para lidar com a situação.
É possível fazer aborto na Irlanda?
Até outro dia, na Irlanda o aborto era assunto tabu, mesmo com os números evidentes de irlandesas que cruzavam a fronteira com o Reino Unido todos os anos para usufruir da legalidade do aborto na Ilha vizinha, mas isso acabou. Em maio de 2018, com 66,4% dos votos, os irlandeses decidiram repelir a Oitava Emenda da constituição, que, em vigor desde 1983, garantia a igualdade de direito à vida entre o feto e a gestante, sendo uma das leis antiaborto mais rigorosas do mundo.
Com o resultado do referendo, o parlamento irlandês tem autorização para elaborar uma lei que prevê o aborto legal para todas as mulheres nas primeiras 12 semanas de gravidez.
Até a 24ª semana de gestação, mulheres serão autorizadas a interromper a gravidez em situações que coloquem em risco a sua vida ou saúde ou em casos em que o feto não tenha chance de sobrevivência fora do corpo da mãe.
Porém, nestas situações, deve haver um consenso entre dois médicos para que o procedimento seja autorizado.
De acordo com o governo irlandês, a nova lei que reforma a constituição atual deve entrar em vigor até o final deste ano.
Até o momento, estima-se que cerca de 3.500 mulheres irlandesas se dirigem anualmente à Inglaterra e País de Gales para terminarem suas gravidezes de forma segura.
Dados apontam que, anualmente, mais de 2 mil irlandesas que não possuem condições financeiras de viajar ao Reino Unido para realizar esse procedimento costumam adquirir pílulas abortivas pela internet, o que é extremamente perigoso e coloca suas vidas em risco.
Como comprar medicamentos na Irlanda?
Algumas pessoas fazem uso continuado de medicamentos, como em caso de diabetes, problemas na tireóide, etc. Outras, vão ter uma infecção de garganta aqui, outra ali, e surge aquela necessidade de uma medicação específica.
A boa notícia é, isso não será o fim do mundo. Como no Brasil, uma ida ao GP resolverá o seu problemas, a má é que, cada visita ao GP vai custar no mínimo 50 euros, mesmo que seja só para solicitar uma medicação específica, como é o caso da tireóide.
Diferentemente do Brasil, onde a receita médicas às vezes é esquecida, na Irlanda, só se comprar medicamento com a dita cuja, e não adianta choramingar na frente do atendente da farmácia. Poucos são os medicamentos que podem ser comprados sem receitas. E quando digo poucos, são poucos MESMO.
Uma recomendação importante para quem faz uso de medicamento continuado, até mesmo no caso dos anticoncepcionais, é trazer a quantidade para o tempo inicial do intercâmbio, pelo menos pelos 8 meses. Assim evita-se gastos extras com idas ao GP, só para esse fim.
Existem alguns medicamentos básicos que são liberados, mas eles podem ter nomes diferentes dos que são usados por aqui. Aqui vai uma lista para você não se confundir:
- Pananol: equivalente ao paracetamol, fácil de encontrar em mercados e recomendado para dores de cabeça e febre;
- Aspirin: a querida aspirina;
- Anadin: o Anador, usado para dores de cabeça, no corpo e febre;
- Omeprazol: remédio que alivia rapidamente dores de estômago;
- Cought Control: exatamente como o nome diz, é um xarope para a tosse e dores peitorais;
- Vaporub: é o conhecido Vick aqui do Brasil, remédio para resfriados e sinusites;
- Lemsip: outro remédio para gripe, mas na forma de um chá;
- Strepsils: uma simples pastilha para dor de garganta e mau hálito;
- Gaviscon: remédio contra a queimação do estômago.
Como levar medicamentos na minha mala de viagem?
Talvez você não queira chegar lá despreparado para qualquer problema de saúde, especialmente se possui enxaqueca e dores crônicas. Por isso é comum que os viajantes levem seus próprios medicamentos nas bolsas e malas quando pegam o avião. Porém, devido a restrições da lei, isso não é permitido para qualquer medicamento.
As coisas que você pode levar são suas lentes de contato, solução fisiológica e colírio. Tudo dentro do limite de 100ml. Os remédios da lista acima podem ser comprados em farmácias, então não há problema.
Agora, para remédios prescritos, como é o caso da insulina para diabéticos, você precisa apresentar uma receita médica na hora de viajar. Ela não precisa estar em inglês, apenas devidamente assinada pelo médico.
Por conta da diferença climática você pode precisar de suplemento de vitaminas
Como adendo, é bom lembrar que o clima da Irlanda é completamente diferente do Brasil. Por isso há alguns mercados e médicos que recomendam a ingestão de vitaminas extras durante sua estadia. Por exemplo, não faz muito sol lá, o que pode prejudicar sua absorção de vitamina D.
Porém, não é tão necessário começar a tomar remédios só por causa dessa mudança. Na verdade, boa parte destas necessidades são supridas por pequenas mudanças na sua dieta. A menos que você tenha um caso clínico ou sua alimentação seja bem desbalanceada, não há muito benefício em tomar complexos vitamínicos. A recomendação é só comprar estes remédios por recomendação médica, nunca como uma prevenção casual.
Sabia que você pode engordar durante o intercâmbio?
Sabe aquela velha história de que, ao viajar, você sempre volta mais gordinho? Bem, em alguns aspectos, ela é verdadeira! Mas não se preocupe, pois vários dos fatores envolvidos podem ser remediados ou amenizados. Vamos direto a eles:
O frio e a mudança de hábitos
Sim, lugares frios costumam te deixar mais gordo. Não por que eles têm alguma relação com o metabolismo (eles têm), mas sim por que você tende a passar mais tempo dentro de casa quando está muito frio do lado de fora. E para quem morou no Brasil a vida toda, o frio da Irlanda é extremo!
Mas calma, tudo isso é uma questão de costume. Se você mudar sua dieta no começo para se adaptar às suas necessidades energéticas, logo vai estar se mexendo de novo e poderá comer normalmente.
Facilidade para comer comida processada
A praticidade e a preguiça sempre foram aliadas do ganho de peso. E quando você vai para outro país, pode ter certeza que você vai cair nessa armadilha.
Mais uma vez, é uma questão de costume e mudar seus hábitos em algum momento. No começo, você vai recorrer aos congelados e o que for mais fácil de conseguir. Mas assim que se adaptar à rotina, tudo deve se normalizar.
Ansiedade da viagem
Por fim, seu estado emocional também afeta seu ganho de peso. Em parte, ansiedade faz com que você coma mais besteira para se aliviar, mas ela também afeta seu metabolismo e seus hábitos.
Pessoas que se sentem tristes e cansadas ficam mais lentas e consomem menos energia ao longo do dia. Isso leva a um acúmulo de energia no corpo, que causa aquelas gordurinhas extras.
Saúde emocional também é importante no Intercâmbio
Por mais que você se sinta bem agora, nunca se sabe quanto o contato com um ambiente estranho pode te afetar. Toda mudança requer adaptação, afinal, e não faltam fontes de ansiedade nesse processo.
Para que você não tenha nenhuma crise emocional, separamos aqui alguns pontos importantes para sua saúde emocional ao chegar à Irlanda:
Se prepare emocionalmente para a viagem
Este é um ponto bem recorrente, mas que ainda gera problemas para novos intercambistas e imigrantes. Não faltam pessoas que agem como se a viagem não fosse nada de mais, chegam ao aeroporto e têm uma explosão de nervosismo.
Preparação emocional é muito importante para evitar esse problema. Você pode refletir sobre a viagem, decidir o que fará quando chegar, se imaginar já no lugar, planejar a parte prática da viagem, controlar suas expectativas, entre outras coisas. Tudo isso vai adiantar um pouco o cenário para o seu cérebro, facilitando um pouco a adaptação.
Entenda o impacto emocional das emoções negativas
Sentir saudade de casa é normal e bem saudável, mas isso não se estas emoções se tornarem pesadas demais para você. Manter uma perspectiva negativa e focar apenas nas decepções não é nada bom para sua saúde emocional.
Uma solução possível, por mais estranho que pareça, é ativamente pensar em coisas positivas, das quais você goste em sua estadia. Isso envolve uma autodisciplina muito grande, o que pode ser complicado para algumas pessoas.
Algumas pessoas tentam aliviar isso se mudando em grupos ou com um parceiro, o que pode ajudar a aliviar a tensão da adaptação, mas que também traz seus próprios desafios. Afinal, o estresse de um é sempre compartilhado pelo outro. Sendo essa uma mudança muito profunda, é ideal que você só faça isso com pessoas que já conheça e tenha alguma convivência, ou o choque será ainda maior.
Conheça as instituições de apoio emocional disponíveis na Irlanda
Depressão, ansiedade, síndrome do pânico, relacionamento, entre outros problemas de saúde emocional tendem a ficar mais fortes durante sua estadia na Irlanda. Felizmente, o país não deixa as pessoas desamparadas enquanto estão por lá. Aqui vai uma lista rápida de instituições nas quais você pode buscar apoio:
- Accord: se você está casado e possui problemas de relacionamento, o Accord é um dos serviços mais comuns. Ele é de origem católica, mas lida com problemas bem diversos e não relacionados à religião;
- The Samaritans: pessoas com tendências suicidas e de automutilação sempre precisam de apoio imediato. Para esses casos, seja com você ou com alguém próximo, o The Samaritans é uma boa fonte de apoio, uma organização sem fins lucrativos focada na prevenção da violência contra o próprio corpo;
- Aware: depressão e bipolaridade são consideravelmente comuns. A instituição Aware atende pessoas através de e-mail, internet, telefone ou em grupos de suporte, dando o atendimento imediato necessário. A instituição também oferece cursos para quem lida com pessoas que sofrem de depressão;
- Pieta House: também focada em suicídio e automutilação, a Pieta House oferece atendimento com profissionais e também cursos para lidar com pessoas próximas que passem por estas situações;
- Turn2Me: através do site, você cria uma conta anônima para conversar com pessoas, lidando principalmente com a solidão. Não substitui o tratamento com psicólogo para nenhuma doença emocional, mas já é uma forma de remediação imediata;
- Associação de Distúrbios Alimentares da Irlanda: como o nome já diz, é uma instituição que ajuda a lidar com problemas emocionais relacionados ao peso do corpo, como anorexia e depressão por obesidade;
- LGBT.ie: discriminação contra homossexuais, pessoas trans e afins ainda existem ao redor do mundo. Neste grupo, você pode buscar apoio em conversas de telefone, mensagens e em grupos presenciais.
Lembre-se: independentemente de sua situação, o mais importante é sempre procurar ajuda.
Emergências no Exterior: Para quem pedir socorro?
ão classificadas como emergência as seguintes situações: ocorrências policiais, detenção, tráfico de pessoas, violência e maus tratos, catástrofes naturais e conflitos armados, acidentes e hospitalizações, falecimentos, inadmissões e deportação.
Como proceder?
O Ministério das Relações Exteriores disponibiliza online a lista de embaixadas e consulados ao redor do mundo, com seus respectivos contatos. No caso da Irlanda, a embaixada brasileira está localizada em Dublin, na Charlotte Way, bloco 8, Harcourt Centre, em Dublin 2.
Em caso de emergências e necessidade de contatar as embaixadas fora do horário comercial, o MRE disponibiliza, também, os números dos celulares de plantão de todas as suas repartições consulares. Caso não consiga ser atendido, é recomendado ligar para o telefone do plantão no Brasil, pelo número (61) 8197-2284. Esse número também pode ser usado para receber mensagens pelo Whatsapp.
Apoio do Brasil – NAB
Para os familiares no Brasil que precisem prestar assistência a um brasileiro no exterior, o procedimento é diferente. Para isso é necessário entrar em contato com o Núcleo de Assistência a Brasileiros (NAB), sediado em Brasília. Esse órgão é responsável por encaminhar solicitações à Embaixada e Consulados e intermediar contatos no Brasil com familiares e conhecidos de brasileiros que se encontrem no exterior.
O NAB pode ser acionado de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h, tanto por e-mail ([email protected]) quanto por telefone (61) 2030-8804 ou Facebook, pela página do Portal Consular.
Ao solicitar ajuda é recomendado ter em mãos o maior número possível de informações sobre o caso em questão, além de dados como o nome completo da pessoa a ser assistida, data de nascimento, filiação, número de passaporte (se possível), e também um breve relato do ocorrido, descrevendo o que e onde aconteceu, além de telefones de contato.
O MRE destaca que em casos de graves problemas de saúde, os consulados e embaixadas podem oferecer informações sobre hospitais que oferecem atendimento gratuito. Entretanto, essa disponibilidade varia de acordo com o país em questão.
Também de acordo com o MRE, os consulados ou embaixadas não se responsabilizam pelos custos das despesas médicas ou remédios. Inclusive, o próprio órgão recomenda a aquisição de um seguro saúde antes de embarcar para o exterior.
No caso de falecimento de um cidadão brasileiro no exterior, o MRE também ressalta que não está previsto na lei a obrigatoriedade do governo brasileiro de custear os valores referentes ao sepultamento local ou ao traslado para o Brasil de restos mortais do cidadão falecido no exterior.
Despesas de sepultamento, cremação, embalsamamento e transporte de restos mortais para o Brasil deverão correr por conta da família ou amigos do falecido. Na falta de recursos o corpo será sepultado no exterior pelo governo local.
A página do Ministério oferece informações detalhadas sobre a participação das embaixadas e consulados brasileiros no caso de emergências no exterior.
Apoio Local
Algumas instituições de caridade, assim como órgãos de apoio aos imigrantes locais, também costumam dar suporte a estrangeiros em situações emergenciais. Por isso, vale sempre ter anotados os contatos das instituições locais que podem ser acionadas em uma emergência. O auxílio vai desde a ajuda com intérpretes e advogados à mediação entre autoridades locais e familiares distantes. Na Irlanda, por exemplo, destacam-se a Nasc Ireland e o Citizen Information.
Morte no intercâmbio, como proceder?
Infelizmente, a morte é de fato, a única certeza que teremos na vida, e infelizmente ninguém consegue prever quando ela chegará. Já houve vários casos de intercambistas que faleceram durante o intercâmbio, seja em consequência de um acidente, seja por outras tragédias, como suicídio, ou doenças graves inesperadas.
A realidade é, a morte também pode ser uma realidade na vida do intercâmbio e principalmente na dos familiares no Brasil. E é importante saber pelo menos, o que fazer e como proceder, caso algo dessa natureza ocorra. Afinal, os nossos colegas de casa, de escola, se tornam nossa família por aqui, e serão os primeiros a ter que lidar com uma fatalidade desse teor.
Primeiramente, caso alguém morra, o registro de óbito deve ser feito mediante declaração da família, com ao menos uma pessoa visitando o Setor Consular da Embaixada do Brasil em Dublin. Se não houver um cidadão brasileiro, pode ser outra pessoa próxima. Essa declaração é necessária para que outros direitos pós-morte sejam garantidos.
Para mais detalhes sobre o procedimento, visite o site da Embaixada do Brasil em Dublin.
Enfim, com toda essa informação, você terá boas chances de se dar bem com o sistema de saúde irlandês. Um pouco de preparo é tudo que você precisa.
Este guia foi produzido pela colaboradora: Irene Canadinhas
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