Como se preparar e quais são as habilidades mais procuradas no aquecido mercado de tecnologia da informação na Irlanda?
Se você está em busca de uma carreira internacional e tem procurado por vagas em grandes empresas fora do Brasil, você já deve ter se perguntado: Mas, afinal, quais são as habilidades mais procuradas no mercado de TI na Irlanda?
Sem dúvidas posso dizer que, assim como no resto do mundo, na Irlanda existe uma grande carência de desenvolvedores de software.
Um time pequeno em qualquer empresa do segmento, por exemplo, pode ser formado minimamente por um gerente de projetos, um analista de qualidade, um analista de configuração e, pelo menos, seis desenvolvedores, que podem ser classificados como front-end, back-end e mobile. Ou seja, dá para perceber que a maior parte das vagas são para os desenvolvedores.
Já para a área de gerência, em que se exige boa comunicação verbal, as vagas são mais limitadas e geralmente acabam ficando com os irlandeses. Isso ocorre por uma série de razões lógicas, dentre elas: a necessidade de uma excelente comunicação em inglês, por ser um cargo que envolve a gestão de pessoas – assim como a importância na compreensão das normas trabalhistas irlandesas – e, por fim, por conta do acesso a algumas informações confidenciais.
Aquela ideia de que um gerente de projeto é, na verdade, um antigo ótimo desenvolvedor que foi promovido, ficou velha. Isso não se aplica por aqui.
A carreira de um desenvolvedor de software passa por muitas linguagens de programação até que ele se apaixone por uma e se especialize. Não entrando no mérito da discussão de qual lado da força você esteja, o fato é que Java ainda é a linguagem mais queridinha no mundo do desenvolvimento, rodando em mais de 3 bilhões de aparelhos. Mesmo com críticas e problemas de segurança, ainda há uma demanda pesada de aplicações em Java. O próprio Google usa Java como base para o desenvolvimento de aplicações para o Android, um segmento que não deve esfriar tão cedo.
Vagas de trabalho em outras tecnologias também existem, é claro, porém esteja ciente de que seu escopo irá diminuir muito.
Na batalha por uma oportunidade na Irlanda, é comum observar na descrição de uma vaga a busca por habilidades “mutantes”. O que isso significa? Que além da especialidade ofertada, eles também ficarão ainda mais satisfeitos pelo máximo de outras qualidades que você possa oferecer: se você for um cientista que conheça bem a fundo cem ou mais diferentes linguagens de programação, que seja também um bom matemático, ótimo inventor, autodidata, autogerenciável, fluente em mais de um idioma, de bom relacionamento pessoal, administrador de banco de dados, administrador de redes… pintor, escultor, botânico, poeta, músico. Tudo no estado da arte. E mesmo quando se encontra essa fera – ou sheldon – no primeiro dia de trabalho, está lá aquela classe Java com 5000 linhas te esperando com um belo comentário /*alterar por sua conta e risco*/ ou uma tabela no banco de dados chamada “parâmetros”, com 255 campos e somente um registro.
“Saber que tomate é uma fruta é conhecimento, não colocar um tomate na salada de frutas é sabedoria.” (autor desconhecido)
Infelizmente, as instituições de ensino geralmente nos preparam apenas para o universo teórico. No mercado internacional, a experiência prática conta e muito. Lembre-se que na hora de uma entrevista técnica você será questionado sobre situações do cotidiano de uma fábrica de software. Situações que só a experiência podem responder. Mas lembre-se, estudar muito também é adquirir experiência.
Esteja certo que você será cobrado por cada item descrito no seu currículo. Por isso, tente colocar todas suas habilidades como palavras-chave, fáceis de se identificar. Foque nas suas especialidades. Se você tiver mais de um perfil, agrupe por categoria e insira na primeira página. Isso facilita o trabalho de um recrutador leigo em tecnologia e reduz a probabilidade do seu currículo ser eliminado nesta etapa.
Nota do autor:
Se você busca uma oportunidade profissional internacional, não venha sem experiência comprovada – lembrando-se que as certificações também somam pontos. Lembre-se, também, de que um bom currículo pode vender uma boa imagem para um recrutador, mas não garante que você passará para a etapa da entrevista técnica.
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