Estudantes do chamado “Junior Cycle” (Ciclo Júnior), no sistema educacional irlandês, terão aprendizado sobre orientação sexual e identidade de gênero dentro das aulas de educação sexual. Os temas foram propostos e aprovados dentro de um novo currículo escolar que vai ter início em setembro.
O novo currículo de educação sexual para alunos do Ciclo Júnior tem como objetivo mostrar aos alunos como “a orientação sexual e a identidade de gênero são vivenciadas e expressas de diversas maneiras”.
O “Junior Cycle” abrange os três primeiros anos do ensino secundário na Irlanda, com alunos matriculados entre os 12.e 15 anos de idade.
O jornal The Irish Times teve acesso ao novo programa SPHE (Social Personal and Health Education), que deverá ser publicado em breve e lançado nas escolas a partir de setembro. O currículo deste programa estava desatualizado há 20 anos e a nova versão deverá seguir a revisão encomendada pelo governo.
De acordo com The Irish Times, o programa de ensino de 26 páginas, com 100 horas de aprendizado durante os três anos do ciclo júnior, e terá como foco três vertentes principais:
Fontes disseram ao jornal que o conteúdo “visa promover o diálogo e a discussão sobre essas questões em um ambiente seguro com um professor informado”. Temáticas como autoconsciência e autoestima, bem-estar emocional, uso de pornografia e questões como consentimento sexual também aparecem no currículo.
Os alunos serão capazes de “reconhecer os fatores e influências que moldam a auto identidade dos jovens, como família, colegas, cultura, identidade de gênero, orientação sexual, raça/etnia, deficiências/habilidades, crenças religiosas /visões de mundo” e “apreciar a amplitude do que constitui a sexualidade humana e como a orientação sexual e a identidade de gênero são vivenciadas e expressas de diversas maneiras”.
A linguagem, segundo informou a reportagem, é adaptada para a idade do ciclo junior.
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O ensino sobre a identidade de gênero gerou burburinho na comunidade cristão da Irlanda, com alguns grupos católicos, em particular, acusando os formuladores de políticas de buscarem promover uma “nova doutrina de auto identidade de gênero”.
A Associação Católica de Pais de Escolas Secundárias acusou os formuladores de políticas públicas de “procurar promover uma ideologia que se recusa a reconhecer fatos biológicos básicos em favor de uma nova doutrina de auto identidade de gênero”.
A Associação de Patronos e Administradores de Escolas Católicas disse que as escolas católicas devem levar em consideração o “direito constitucionalmente protegido dos patronos de administrar suas escolas a partir de uma perspectiva baseada na fé”.
A crítica vai de encontro a muitos grupos da sociedade civil que pediram um foco na identidade de gênero como parte de uma necessidade mais ampla de promover a conscientização sobre questões LGBTQIA+.
A Transgender Equality Network of Ireland (Teni) disse que acolheu particularmente “a menção ao espectro da orientação sexual, identidade e expressão de gênero”. O BelongTo disse que muitos jovens pedem melhorias nos relacionamentos e na educação sexual há anos.
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