O problema já é antigo. Imigrantes que chegam à Irlanda e não são autorizados a entrar no país podem ser levados até a penitenciária e por lá ficarem presos até um voo ser agendado de volta ao país de origem.
No ano de 2017, a brasileira Paloma Aparecida Carvalho passou uma noite e um dia na penitenciária do país depois de uma negativa dos agentes de imigração sobre sua entrada para visitar amigos. O caso repercutiu negativamente para a Irlanda, sendo manchete em diversos jornais brasileiros e irlandeses.
No mesmo ano, o comitê da ONU contra a tortura expressou preocupação com o fato de a Irlanda não ter seguido os planos de abrir um centro de imigração dedicado no aeroporto de Dublin.
Em pleno 2020, a situação parece não ter mudado. Isso porque, desde aquele ano, uma unidade de detenção imigratória foi prometida pelo governo para ser instalada no próprio aeroporto de Dublin, com uma configuração muito diferente de uma prisão, onde o imigrante convive com criminosos.
Segundo o jornal Irish Times, o centro de custódia deveria ter sido inaugurado em junho de 2019, mas está inutilizado. Isso significa que, novamente, outros casos como o de Paloma estão acontecendo.
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Em julho, a chilena Estefany Alquinta González foi detida por quase duas semanas na Prisão Mountjoy depois que sua entrada foi negada ao vir à Irlanda para estudar inglês. O pai havia morrido de coronavírus há dois meses e, segundo ela, isso pesou durante o tempo na prisão.
“As pessoas na prisão que estavam lidando comigo eram gentis, mas eu estava com muito medo. Eu não sabia o que iria acontecer comigo”, disse ao Irish Times.
Já o argentino Andrés Zelaya, em trânsito pelo aeroporto de Dublin a caminho de Londres, foi detido no dia 28 de julho na prisão de Cloverhill por duas noites após ser informado de que não poderia continuar a segunda etapa de sua jornada. Ele ficou preso com outros imigrantes, mas convivia com pessoas que cometeram crimes durante períodos de exercícios físicos e banhos de sol.
Em ambos os casos, o governo irlandês pediu desculpas pelas prisões, mas ainda não há uma resposta sobre quando e como essa situação irá mudar.
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