Insegurança no inglês. Quem nunca?

Estudar em um outro país, num idioma que não é o seu, é desafiador. Não importa se mora a 1, 3, 5 anos. Cada dia é uma saga diferente, desde o novo vocabulário, a pronúncia e uma dor de cabeça ao escrever textos que parecem tão simples, mas tem toda uma estrutura gramatical por trás que precisa ser respeitada. A falta de referência e domínio do idioma são grandes obstáculos.

Quem disse que seria fácil? O aprendizado é diário. Seja pra falar ou escrever. E nesse processo é muito comum a gente duvidar da nossa capacidade, do nosso potencial e achar que nunca vamos dominar o idioma. A insegurança toma conta.

Decidi parar de reclamar e comecei a abraçar todas as oportunidades que apareceram na minha frente. Foto: Danielle McIness/Unsplash

O processo de autossabotagem é muito forte. E nessa queda de braço, nem sempre conseguimos vencer sozinhos.

Acredito que é essencial ter amigos e a ajuda de profissionais das mais diversas áreas, que podem ser um empurrão e tanto no momento que mais precisamos.

Lembro que neste semestre cheguei a pensar em desistir da faculdade devido à alta quantidade de trabalho para fazer. Estava esgotada e quase surtando. Fui pra minha sessão de terapia (essencial para organizar as ideias) e comecei a falar que não aguentava mais essa vida… E para minha surpresa, recebi um soco no estômago em forma de pergunta que ficou ecoando na minha mente. “O que você ganha sendo vítima”?

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Oi? Relutei ao ouvir isso, mas depois vi que era verdade. Desistir não dá trabalho. Ser coitadinha é mais fácil. Quantas pessoas já vi reclamando do professor, da escola, dos colegas brasileiros na classe e ninguém assume a culpa de que não estuda. Estava fazendo igual!

Sei que nessa hora me deu uma raiva tão grande e, acredite, essa energia da raiva é poderosíssima – abala toda a estrutura, você fica até cega na hora. Foi a partir daí que decidi mudar o rumo da minha história.

Decidi parar de reclamar e comecei a abraçar todas as oportunidades que apareceram na minha frente.

Mesmo achando meu inglês fraco comecei a mergulhar no desconhecido. Fiz curso na área de T.I e Marketing, participei de duas entrevistas de estágio e fui aprovada. Parei com o mimimi e fui para a ação.

No meio de tudo isso, o que aprendi?

Escrevi esse artigo não para falar de mim, mas de inúmeros brasileiros que, assim como eu, passam por isso e muitas vezes não sabem o que fazer. Foto: Ivan Shilov/Unsplash

Aprendi que para tudo na vida é preciso estratégia. A gente precisa ter metas claras. Diria que vim pra Irlanda com o objetivo de falar inglês fluente e me perdi diante de trabalhos e outras coisas que coloquei como prioridade. Falava em português a maior parte do meu tempo.

Para participar da entrevista de estágio, por exemplo, contei com a ajuda de um professor particular para me dar mais segurança. Ele foi fundamental para me ajudar a sintetizar as respostas e ser mais objetiva.

Nesta quarentena, aprendi na marra a ter disciplina e comecei de fato a estudar. Todos os cursos online interessantes que vi, me inscrevi e comecei a fazer. Mesmo com medo, me joguei!

Me surpreendi por me sentir mais segura pra falar e escrever. Vi que tudo é prática. Parei de falar que meu inglês é ruim porque as palavras têm poder. Passei a dizer que meu inglês está em progresso e de fato está.

Escrevi esse artigo não para falar de mim, mas de inúmeros brasileiros que, assim como eu, passam por isso e muitas vezes não sabem o que fazer, estão perdido.

Não tenha medo de buscar ajuda e não pense que é caro, esse tipo de gasto é investimento na sua saúde mental.

E quanto à metáfora que é preciso matar um leão por dia, entendi o real significado dessa frase.

Esse leão é a gente que alimenta dentro da gente e cabe a nós decidir quem vai viver. A briga interna é diária e cabe a nós: ser vítima ou protagonista da nossa própria história.

 

Foto de capa: Kristina Flour/Unsplash

Colaborador edublin

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