Intercâmbio antes do intercâmbio

Colaborador edublin

10 anos atrás

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Por Fabiano de Araújo

Quando eu decidi dar uma guinada de 180° na minha vida, mudando de país, cultura, clima e principalmente o idioma, o que eu mais escutei foi: Porque voce não estudou mais o inglês antes de se arriscar?

Mesmo tendo estudado o idioma em escolas especializadas eu sentia que faltava mais, sendo esse o motivo principal do intercâmbio, mas o que fazer até o dia do embarque? Foi então que resolvi ousar e acabei hospedando uma intercambista nativa do Canadá em minha casa.

No nosso primeiro contato acertamos que dentro de casa não falaríamos em português, somente em inglês e não pensem que foi muito fácil. O que para ela serviu como hospedagem sem custo, pra mim foi um desafio.

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Foto: Arquivo pessoal

De cara percebi que o pouco de inglês que eu tinha estudado em toda a minha vida foram gastos em 2 horas de conversação, só que ela iria ficar 20 dias em minha residência, então tive de me moldar e aos poucos fui conhecendo novas palavras, novas expressões e um novo dialeto.

Com o tempo de convivência fui perdendo a vergonha de falar, mesmo sendo corrigido quando falava algo errado, aprendi a escutar com mais atenção para assimilar o que ela dizia, sem contar que aos poucos o meu vocabulário foi ficando rico e a nossa conversa foi passando do básico para o casual.

Outro detalhe importante é que ela morando em minha casa tive de me acostumar a dividir espaço com uma pessoa de cultura diferente, com hábitos e horários diferentes já que eu moro sozinho aqui no Brasil. Creio que isso terá grande influencia na hora de escolher com quem viver no exterior.

Tudo serviu como um estágio, os dias que convivemos juntos, pude vivenciar as sensações de estar em um país novo e de língua nova. Isso não quer dizer que eu esteja 100% preparado, mas o medo de se comunicar com alguém que não entende a minha língua materna, aos poucos foram sumindo e isso ajudará no dia em que eu desembarcar no solo verde.

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Foto: Arquivo pessoal

Se serve de conselho, gostaria de dizer a todos que é muito positivo essa experiência, pois a gente tem o privilégio de experimentar um pouco daquilo que iremos passar quando sairmos de nossa zona de conforto, sem sair de casa. Fica a dica =)

Esse texto faz parte da série Dublin para Maiores, assinado pelo nosso colunista Fabiano de Araújo e conta a perspectiva daqueles que decidem fazer intercâmbio na maturidade.

Crédito Samantha Camelo Sobre o autor:
Fabiano de Araújo é gaúcho de carteirinha, mas catarinense de coração. Formado em Comércio Exterior, trabalhou 10 anos com exportação. Um belo dia resolveu largar tudo e encarar um intercambio próximo dos 40 anos, como forma de entrar na melhor idade realizando sonhos. Amante por viagens inesperadas está sempre com uma mochila pronta para encarar desafios. Resolveu compartilhar de sua aventura com os demais por acreditar que nunca é tarde para realizar sonhos.

Revisado por Camilla Gómez
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