Rafael Leick conta sua experiência de intercâmbio, homossexualidade e autoaceitação
3 anos atrás
Quanto custa um intercâmbio?
Não vendemos pacotes e nem somos agência,
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Estudar fora é um sonho, ninguém duvida. Conhecer gente nova, outras culturas, vivenciar a vida local de um país diferente do nosso, indo muito além do turismo… Os motivos são inúmeros!
Mas, dependendo do país escolhido para o intercâmbio, existem motivos a mais para esse sonho ser especial, principalmente se você fizer parte de um grupo representado por uma sopa de letrinhas: a comunidade LGBT+.
Espera aí… Tem diferença em fazer um intercâmbio sendo gay?
Bom, eu vou contar minha história, como gay, e você tira suas próprias conclusões. A visão é de um homem gay cisgênero mas, em muitos pontos, a história se estende para lésbicas, bissexuais e, de forma ainda mais intensa, para pessoas trans.
Eu fiz meu intercâmbio em 2009. No início das minhas pesquisas, considerei o Canadá como principal opção para realizar meu sonho de estudar fora.
Mas, como o país não permitia trabalhar e estudar ao mesmo tempo, Londres surgiu como uma alternativa interessantíssima porque, na época, estudantes podiam trabalhar 20 horas semanais.
Fiz esse intercâmbio sendo gay com meu ex-namorado, aos 24 anos (hoje tenho 36, mas aparento 18, beijos!). Já na busca pela melhor agência de intercâmbios, tentava entender se nos apresentaríamos como um casal ou como amigos viajando juntos.
Escolhemos, sem conversar claramente sobre isso, ficar num meio termo que, na época, consideramos saudável.
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Em 2009, a situação no Brasil era muito diferente de agora, e tínhamos menos liberdade de mostrar quem nós éramos. Vale lembrar que, alguns anos antes, na Irlanda ainda era crime ser LGBT+. Então, dá para ter uma noção de que o mundo era um tantinho diferente, né?
Enfim, chegamos a Londres. Meu intercâmbio sendo gay, depois de muito planejamento, tinha começado finalmente e, em uma das primeiras semanas, no metrô, vi um casal de rapazes encostados no canto da plataforma trocando carinhos e beijinhos (eu disse carinhos e beijinhos, não amassos e malhos).
Eu me lembro, como se fosse hoje, da minha reação de surpresa por nenhum dos inúmeros passantes na gigante estação de Westminster dar a mínima para a situação. Talvez porque isso se tratava de uma coisa normal. Mas ainda não era no Brasil.
E aí, meus amores, entra a grande diferença de se fazer um intercâmbio sendo gay (ou lésbica, bi, trans…) e sendo hétero. Além de tudo de mais maravilhoso que o intercâmbio já traz naturalmente, para um LGBT+, viver em uma cidade como Londres, Toronto ou Dublin, que são bem mais abertas à comunidade, é também um processo de autodescoberta e autoaceitação.
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Muitas pessoas LGBT+ vivem dentro do armário em seu país de origem e, ao se depararem com uma realidade onde ser quem se é não é um problema, muda a vida. De verdade. Você aprende a se gostar como você é, a ver que não é errado ser quem você nasceu pra ser.
É tudo muito impactante, e cada pessoa reage de um jeito a essas diferenças culturais e sociais.
Alguns travam e demoram para processar a informação por completo, outros aproveitam o momento do intercâmbio para despirocar e fazer tudo o que não podem fazer em seu país. O que é o máximo! Mas é importante ficar atento aos limites para não fazer meleca, tá? #DicaDaTiaVeia
Enfim… E você? Acha que há diferença em fazer um intercâmbio sendo gay (LGBT+) e sendo hétero? Quais? Deixe seu comentário aí embaixo para iniciarmos a discussão, ok?
Quis trazer esse assunto para jogar uma luz sobre o tema, neste texto que os meus lindos do E-Dublin me convidaram para escrever aqui para vocês.
Convido vocês a conhecerem o Viaja Bi!, que é meu blog de viagem para o público LGBT+, que também está no YouTube, Instagram, Facebook, Twitter, Pinterest e Spotify.
Espero vocês lá.
Quanto custa um intercâmbio?
Não vendemos pacotes e nem somos agência,
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