Estudar ou aperfeiçoar o espanhol, fazer graduação ou pós-graduação, busca pelo visto de trabalho. Existem muitos motivos para pensar em fazer um intercâmbio na Espanha, um dos destinos mais procurados pelos brasileiros na Europa. Recentemente, esse país abriu ainda mais suas portas para estrangeiros.
Há vários tipos de permissões para estudantes, desde cursos rápidos de três ou seis meses até vistos de um ano, com possibilidade de renovações ilimitadas, que dão ao intercambista a oportunidade de trabalhar por um período de horas semanais determinado.
Então, se você pensa na possibilidade de um intercâmbio na Espanha, continue a leitura deste artigo, que traz informações diversas (e preciosas!) sobre morar neste país europeu.
Leia também: Intercâmbio: como fazer e quais são os principais destinos para brasileiros
Um visto de estudante para fazer intercâmbio na Espanha é necessário para quem procura cursos com duração maior que três meses.
Existem diferentes tipos de vistos de estudante de espanhol, que são válidos por diferentes períodos de tempo. Os estudantes precisam se inscrever em uma embaixada ou consulado espanhol e fornecer uma série de documentos para solicitar o visto. É necessário ser aceito em um curso antes da inscrição.
Estudantes de países qualificados para a entrada sem visto de até 90 dias podem fazer um intercâmbio na Espanha, mais curto, sem obter um visto de estudante. No caso dos brasileiros, é preciso solicitar um visto para a área Schengen, que permite a permanência por três meses, o mesmo que ele precisaria requerer se quisesse turistar por quaisquer países da área durante esse tempo.
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O visto de estudante de curta duração permite que os alunos façam um curso que dura, no máximo, 180 dias. A aplicação é menos complicada que a de cursos mais longos, pois é necessário um número inferior de documentos.
O visto de estudante de curta duração não pode ser estendido em nenhuma circunstância durante o intercâmbio na Espanha. Os alunos podem fazer cursos de espanhol com esse tipo de visto e qualquer curso oferecido por faculdades e universidades.
Os vistos de estudante de longa duração permitem que os alunos façam cursos com duração superior a seis meses durante o intercâmbio na Espanha. Nesse caso, os alunos também precisam solicitar um cartão de residência estudantil em um escritório de imigração dentro de um mês após a chegada à Espanha.
Para esse tipo de visto, o pedido envolve mais documentação do que os vistos de curto prazo. Entre os atestados solicitados estão médico e criminal.
O pedido de visto precisa ser enviado entre dois e três meses antes de viajar para a Espanha, para permitir tempo suficiente para o processamento do visto.
Sim! O visto de estudante permite que os estudantes trabalhem em período parcial ou temporário durante o intercâmbio na Espanha. A quantidade de horas não pode exceder 20 horas por semana, e o trabalho não deve interferir nos estudos dos candidatos.
Para que um portador de visto de estudante consiga um emprego, o empregador deve obter uma permissão de trabalho do Ministério das Relações Exteriores. O contrato de trabalho não pode exceder a duração do visto de estudo.
Quem está no Brasil e pretende fazer o intercâmbio na Espanha deve aplicar para o visto ainda no Brasil. O ideal é que a aplicação seja feita dois meses antes de embarcar.
Se, por acaso, o intercambista está na Irlanda e pretende mudar para a Espanha, é preciso que ele esteja com o IRP (Irish Resident Permit) válido e faça a aplicação dois meses antes da viagem.
A pessoa precisa entrar na Espanha com o IRP válido, pois a Embaixada da Espanha em Dublin não deixa o intercambista pegar o visto espanhol se o IRP estiver vencido
O candidato a um visto para intercâmbio na Espanha precisa de um certificado de inscrição no centro de estudos, registro que certifica ele ter sido aceito e estar em dia com a instituição educacional que escolheu. Isso vale para cursos de idiomas, graduação, mestrado e outros que sejam válidos e autorizados pelo governo.
Assim como na Irlanda, o intercambista precisa provar que tem renda suficiente para viver no país. O valor é de € 7.000 por ano. A comprovação deve ser um extrato de conta bancária ou documento de responsabilidade financeira dos pais comprovada com renda obtida no país de origem.
Também é preciso apresentar um atestado de saúde, provando não ter nenhum tipo de doença contagiosa. Outros documentos são certificado de antecedentes criminais e seguro médico privado com cobertura válida em toda a Europa.
Uma das vantagens do intercâmbio na Espanha é ter a possibilidade de renovar o visto de estudante quantas vezes quiser, diferentemente da Irlanda, onde a renovação pode acontecer apenas duas vezes. Apesar de simples, a renovação exige a apresentação da comprovação de renda novamente.
Ela pode ser solicitada na Espanha, apresentando documentos que comprovam você ter concluído os estudos do primeiro visto ou estar para concluir. Também é necessário fornecer novamente a inscrição para a continuidade do curso ou de um novo curso, já aprovado pela instituição de ensino.
Tendo um visto de estudante para cursos com mais de seis meses, o intercambista pode trabalhar na Espanha por, no máximo, 20 horas semanais. Mas não basta ter o visto de estudante para que seja possível trabalhar. É preciso uma autorização de trabalho
A empresa contratante do aluno deverá iniciar o procedimento legal, fornecendo documento sobre a oferta de emprego à qual o aluno se candidatou, além de provar que atua há, pelo menos, um ano na Espanha, com comprovações sociais e pagamento de taxas. O processo de aprovação pode levar dois meses, e o pedido deve ser feito seis meses antes do vencimento do visto de estudante.
Se o cidadão não europeu ficou três anos estudando e trabalhando na Espanha, ele tem o direito de pedir uma autorização de residência. É uma permissão de trabalho e residência regulares na Espanha, graças à renovação do visto de estudante duas vezes.
Com a autorização de residência, o cidadão não europeu pode, após dois anos, entrar com o processo de cidadania espanhola. Isso porque a Espanha tem uma parceria com países países ibero-americanos, grupo do qual o Brasil faz parte, permitindo aos brasileiros requererem o passaporte espanhol.
Resumidamente, estudando durante três anos, conseguindo a residência por mais dois anos, totalizando cinco anos no país, o intercambista pode se tornar cidadão espanhol.
Como dissemos, o intercambista, assim como na Irlanda, pode trabalhar 20 horas semanais. Ou seja, meio período. Com isso, encontrar um emprego na Espanha é muito parecido com o tipo de emprego que se encontra na Irlanda, basicamente nas áreas de hotelaria e gastronomia (restaurantes, bares, etc.).
Ou seja, housekeeper, garçom, babá, atendimento ao cliente, entre outras funções estão entre as mais populares durante o intercâmbio na Espanha.
O salário na Espanha é mais baixo que na Irlanda, mas o custo de vida também. A média é por volta de 6 euros a hora trabalhada, mas pode chegar até 10 euros, com média de 1.05 euros por mês.
Basicamente, um intercambista pode chegar a gastar 800 euros por mês em gastos com aluguel, contas, transporte e alimentação. Mais abaixo, teremos exemplos de intercambistas que mudaram da Irlanda para a Espanha e contaram a diferença do custo de vida.
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Há uma quantidade enorme de cidades maravilhosas para se viver na Espanha. Algumas são grandes metrópoles, outras têm um ar mais provinciano. Por isso, vale o gosto das pessoas no tipo de localidade que mais agradar.
As principais cidades escolhidas por intercambistas para estudar e viver são Barcelona, Madri, Valência, Granada, Salamanca, Málaga e Sevilha.
Uma das principais — senão a principal — cidades turísticas da Espanha, Barcelona é impecável quando o assunto é turismo. Sua arquitetura é única e é impossível não se apaixonar ao visitar a Igreja Sagrada Família ou caminhar pelo bairro gótico. Além disso, Barcelona é uma cidade praiana com vistas maravilhosas. São 4,2 km de costa com o sol quente a maior parte do ano
Localizada na costa nordeste do Mediterrâneo da Espanha continental, Barcelona é a capital da Catalunha, uma região do norte da Espanha que tem sua própria cultura, tradições e personalidade. Por isso, o idioma é diferente, o catalão. Isso pode ser prejudicial para o intercambista que queira aprender o espanhol, que, apesar de parecido, tem uma estrutura diferente.
Mas a predominância da língua catalã faz parte da resistência cultural da tradição catalã em Barcelona. Poucas cidades europeias podem oferecer tal diversidade. Basta ver que grandes artistas escolheram Barcelona para criar seus ninhos culturais, como Picasso e Miró. São dezenas de museus e galerias de arte espalhados por toda a cidade.
Barcelona é o lar de obras-primas de muitos grandes arquitetos. O mais famoso é Antoni Gaudí. Uma de suas obras mais conhecidas é a basílica La Sagrada Família.
Na gastronomia, os frutos do mar que o Mediterrâneo oferecem estão por toda a parte. Além dos famosos tapas, oferecidos em bares e restaurantes.
De acordo com o site Numbeo, que faz comparação de custos de vida entre países, uma pessoa sozinha deve gastar, mensalmente, cerca de 650 euros para viver em Barcelona, sem contar o aluguel. O custo de vida em Barcelona é 25,34% menor que em Dublin, capital irlandesa. Já na cidade espanhola é, em média, 50% menor que em Dublin.
Madri é uma grande cidade e está no topo da lista de quem quer fazer intercâmbio na Espanha. Apesar de não ter praia, como Barcelona, sua arquitetura e seu tamanho dão a ela o status de uma metrópole artística e rica. Suas galerias de arte apresentam obras de Picasso, Dalí e Miró, além de ela ser casa para grandes museus, como Museu do Prado, o Reina Sofía e o Thyssen-Bornemisza.
A cidade também é uma das capitais culinárias da Europa. Nesse quesito, é possível encontrar toda a gastronomia espanhola, principalmente tapas, caminhando por suas ruas. Além disso, a culinária mundial está presentes em centenas de restaurantes. E, além dos locais para comer, a metrópole é rica em bares e pubs, fazendo de sua noite uma das mais agitadas de toda a Espanha.
Segundo o Numbeo, o custo mensal individual em Madri é de 645 euros, sem contar o aluguel. Em comparação com Dublin, viver em Madri é 25% mais barato. Já o custo de moradia chega a ser 47% menor.
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Ao leste da Espanha, a região de Valência é muito rica, principalmente no quesito turismo. Com muitas praias ao redor da cidade principal de mesmo nome, ela é considerada capital da cultura e da ciência. A extensa costa leste de Valência é um paraíso, com sol sempre presente.
Valência é uma das maiores cidades da Espanha, mas tem um ar de cidade pequena. Tanto que é possível caminhar em vez de pegar transporte público para percorrer a cidade. O ciclismo também é muito praticado pelo clima agradável e a cidade plana.
No guia turístico, a Cidade das Artes e das Ciências é um dos pontos principais da cidade. O cartão-postal, digamos assim, por sua beleza monumental e os eventos que ocorrem por lá.
A cidade é o berço da paella. Por isso, é possível experimentar o prato espanhol nas mais diferentes variedades com um preço justo.
Por ser fora do eixo Barcelona-Milão, Valência nos traz uma tabela de custo de vida um pouco mais baixa na Espanha. Individualmente, o custo é de pouco mais que 560 euros por mês, sem contar o aluguel. No geral, segundo o Numbeo, Valência é 34,64% mais barata que Dublin, com aluguel até 65,27% menor que a capital irlandesa.
Hoje, são mais de 100 mil brasileiros vivendo na Espanha, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística do país.
Existem 12 consulados espanhóis no Brasil, além da principal embaixada em Brasília, a capital. Os cidadãos brasileiros podem solicitar vistos espanhóis em qualquer um desses escritórios. Os candidatos podem enviar a documentação relevante na embaixada ou em qualquer consulado.
A isenção de visto ETIAS será introduzida em 2021. Para poder entrar na Espanha, os brasileiros precisarão obtê-los on-line, preenchendo o formulário de inscrição e pagando uma taxa.
O consultor de intercâmbio Alessandro Fernandes, de 39 anos, ficou dois anos estudando na Irlanda e não tinha mais possibilidade de renovação para aulas de inglês. Como não queria fazer uma faculdade ou mestrado, preferiu se aventurar em outro país, no caso, a Espanha. “Madrid, para mim, é muito parecida com São Paulo, e eu estava com saudade de São Paulo. Enxerguei uma oportunidade de morar na Europa vivendo com o mesmo ritmo que eu tinha na capital paulista”, disse.
Ele também citou o clima em Madrid como uma das principais diferenças com a Irlanda. “Eu nunca tinha experimentado uma temperatura tão alta como experimentei em Madri. Talvez no Rio de Janeiro, mas é diferente porque não tem praia. Então, é como se estivesse em São Paulo experimentando a temperatura do Rio de Janeiro. No verão, chegou a fazer 41°C”, ressaltou.
Entre os pontos positivos de tanto calor estão as piscinas públicas. “São incríveis e muito baratas e acessíveis para todo mundo. Enfim, uma infinidade de coisas que eu não tinha aproveitado na Irlanda, e ainda continuaria na Europa”, ressaltou.
“Na Espanha, o dia sempre tem sol, o que é diferente da Irlanda, com aqueles dias sempre cinzas e mais curtos.”
A moradia é outra questão que atraiu Alessandro. Ele alugou um apartamento pequeno, morando sozinho, mas que era o preço do aluguel de apenas um quarto em Dublin. “Eu morava no centro, a 10 minutos do Marco Central da cidade. Fazia tudo a pé”, disse.
Alessandro indica o intercâmbio na Espanha para pessoas que não se adaptaram ao clima da Irlanda e com o ritmo da cidade. “Na Espanha, faz frio no inverno, que é tão rigoroso como da Irlanda. Mas o dia sempre tem sol, o que é diferente da Irlanda, com aqueles dias sempre cinzas e mais curtos”, disse.
No ponto negativo, Alessandro fala sobre economia. “A Espanha sofreu muito com a crise de 2008, a crise da Europa, e ainda está se recuperando. A taxa de desemprego é por volta de 10 a 12%, dependendo da parte da Espanha, mas não falta emprego para aquelas áreas nas quais os estudantes trabalham. Como é um país que recebe muitos turistas, eles demandam mão de obra para restaurantes e hotéis, na parte de entretenimento.”
Outra comparação com a Irlanda é que a Espanha não é uma ilha, ou seja, há um acesso mais fácil a outros países. “É possível viajar de forma muito barata, até mesmo de ônibus ou de trem.”
Apaixonado por Dublin, Lucas Marques — também conhecido como “Pobre na Irlanda”, nome do seu canal na internet — precisou optar por uma saída quando a possibilidade de permanecer na Ilha como estudante de idiomas acabou. Como a única opção seria fazer um curso universitário, o que não estava nos planos de Lucas, a saída para permanecer morando na Europa foi mudar para a Espanha, em Madri, onde iniciou um curso de espanhol.
“Vendo a oportunidade na Espanha em conseguir residência (depois de três anos) e cidadania (depois de cinco anos), isso me encheu os olhos. Pensei em vencer no país e depois me mudar para onde eu quisesse na Europa”, disse Lucas, explicando seus planos.
A mudança, no entanto, não foi fácil. “A diferença é gritante”, comenta. Para ele, o clima é bem diferente, com céu limpo, tempo quente e inverno ameno. “Você consegue sentir o sol”, explica, dizendo esse ser um dos pontos positivos.
“Morando em Madri, descobri que sou mais apaixonado por Dublin do que eu já era.”
Entre os pontos negativos, ele diz que o país é “muito burocrático e demorado”. “A cidade é muito grande, usa-se metrô para tudo”, afirma. Outra diferença para ele foi no salário, que é mais baixo, mas condiz com o custo de vida.
Sobre o salário para estudante, trabalhando 20 horas semanais, ele afirma que a média é de 500 euros mensais e o aluguel ele pagava 270 euros mensais para um quarto single. Comparando, por exemplo, um quarto em Dublin ultrapassa os 500 euros, mas com média salarial maior para estudantes, acima dos 800 euros mensais.
A experiência de Lucas no intercâmbio na Espanha não o agradou. “Morando em Madri, descobri que sou mais apaixonado por Dublin do que eu já era”, disse, ressaltando que, na Irlanda, o salário é bom, além de haver a língua inglesa e a oportunidade de viajar, que é mais fácil pela localização.
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