Viajar para um país desconhecido é sempre um desafio. Porém, quando a viagem é realizada com intenções de uma estadia a longo prazo, exige-se muito cuidado na preparação, assim como mais zelo para perceber se o país escolhido oferece as condições necessárias às suas necessidades.
Essa é uma das principais preocupações daqueles que pretendem se aventurar em outro país levando os filhos a tiracolo. O que percebemos é que muitos acabam por abandonar o sonho de morar fora por não saberem o que o novo país oferecerá aos seus filhos.
Se você faz parte desse grupo e já se perguntou se a Irlanda oferece condições para o intercâmbio com filhos pequenos, este post é para responder suas dúvidas.
Na Ilha Esmeralda, a educação é obrigatória dos seis aos dezesseis anos de idade. A primeira boa notícia é que, além de obrigatória, ela é gratuita para todos, sendo você irlandês ou imigrante.
A segunda boa notícia é que o país também tem sido reconhecido mundialmente por sua qualidade na educação. Segundo o The Social Progress Imperative 2015/2016, por exemplo, a Irlanda se destaca na 11º posição, entre os 20 países tops em educação.
Em 2015, os irlandeses também apareceram no ranking global na categoria Matemática e Ciências, promovido pela OECD Programme for International Student Assessment (Pisa), alcançando a 15º posição entre os 79 países avaliados.
No entanto, apesar desses dados promissores, trazer os filhos para serem educados na Irlanda pode ser mais complicado do que se imagina. Embora a educação seja obrigatória a partir dos seis anos, as crianças podem ser matriculadas em instituições públicas com três anos.
Se a sua criança ainda não alcançou essa idade, você deve levar em consideração custo extra com creche, babá ou, mesmo, a contratação de uma aupair, o que não custa menos de 400 euros por mês.
Além do mais, mesmo sendo possível adiantar a ida dos pequenos à escola, a fila de espera costuma ser uma realidade, e a prioridade, claro, será para os irlandeses.
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Um ponto negativo — e talvez o mais importante — é considerar que, no caso daqueles que chegam ao país com visto de estudante (Stamp 2), trazer dependentes não entra no pacote, já que o visto de estudante é apenas uma permissão de residência, o que isenta o governo de qualquer obrigação com você e, muito menos, com seus agregados. Isso significa dizer que serviços básicos como saúde e amparos sociais não são oferecidos.
Segundo o INIS (Irish Naturalisation and Immigration Service), só poderão levar seus filhos para morar na Irlanda aqueles que tiverem os tipos de visto Stamp 3, dependente ou cônjuge de cidadão europeu ou de alguém que apresente o visto permanente, Stamp 4 (Visto de Permanência), ou aqueles que tenham cidadania europeia.
Considerando que a maioria dos brasileiros e não europeus que hoje moram na Irlanda chegam com o Stamp 2, recomeçar a vida por aqui com filhos deve ser uma situação analisada até as últimas consequências, já que, apesar de garantir a qualidade do ensino, sem o visto correto, a entrada desses menores já estaria associada a uma situação de irregularidade e sem o amparo de serviços públicos.
Por isso, se estiver nos seus planos estabelecer-se no país com a família, vale reavaliar em que condições isso pode ser feito e quais os caminhos legais para a sua estadia e a da sua família acontecer com tranquilidade.
Outro fator importante quando a intenção é mudar de país com a família é descobrir quais países estão em busca de imigrantes com esse perfil. É sabido, por exemplo, que alguns países desenvolvidos no mundo sofrem com defasagem demográfica e estimulam a entrada de imigrantes dispostos não apenas a se estabelecer no país, mas também a aumentar a prole.
O Canadá é um exemplo deles. Uma vez dito isso, a sua busca pelo destino de intercâmbio deve partir desse princípio: adequar a sua necessidade à do país de destino.
Relembrando: não se esqueça de verificar as condições e requisitos para visto no destino que você escolher!
É bem verdade que a Irlanda, apesar de pequena, aparece nos principais rankings de qualidade de vida. A Unicef, por exemplo, também destacou a Ilha como um dos principais países europeus para se estabelecer com a família.
No entanto, é necessário levar em consideração outros tantos fatores, como tipo de visto, a condição de imigrante e diferenças culturais que podem se tornar salientes.
Vale ressaltar, ainda, que, dadas as diferenças no sistema educacional, o acesso a níveis secundários e, até mesmo, ao ensino superior pode exigir esforço extra do estudante, já que será necessário avaliar a equivalência curricular, o que pode tanto adiantar quanto retardar anos de estudo.
E, antes que a gente esqueça, a educação de nível superior na Irlanda, como na maioria dos países europeus, apesar de pública, é paga. Mas isso é história para outro post.
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