Os deputados irlandeses estão tentando concretizar a formação de um novo governo mesmo durante a pandemia do coronavírus. Quando mal terminaram de eleger os novos integrantes da casa de leis irlandesa (a Dáil Éireann), em fevereiro de 2020, o vírus Covid-19 chegou à ilha. Isso impediu até mesmo as reuniões presenciais entre os novos integrantes no Parlamento, os Teachtaí Dála (TDs).
Recentemente, os partidos Fianna Fáil (FF) e Fine Gael (FG), opositores de centro-direita, e o Green Party (GP), partido verde irlandês, começaram a conversar para tentar uma coalizão. É que no sistema Parlamentarista na Irlanda, deve haver um total de pelo menos 80 cadeiras, ou seja, metade do Congresso, para a formação de um novo governo.
Na eleição, ocorrida em 8 de fevereiro, os partidos Fianna Fáil e Fine Gael ficaram, juntos com o Sinn Féin (SF), entre os três mais votados, com 38, 35 e 37 cadeiras, respectivamente, das 160 existentes no Congresso. Mas até então, nenhum deles havia considerado unir forças para a criação de um novo governo.
Tanto o FF quanto o FG são velhos opositores, mas tem o SF como opositor em comum. O SF supreendeu nas eleições, conquistando o segundo lugar, uma votação expressiva, já que durante décadas tem perdido miseravelmente. Porém, o partido de esquerda nacionalista, que já teve como braço direito o IRA (Exército Republicano Irlandês), não conseguiu apoio necessário para as 80 cadeiras.
Por outro lado, a imprensa irlandesa tem noticiado que o FF e o FG se uniram para formar um novo governo. Isso é algo inédito, pelo histórico opositor dos partidos. Mas juntos, eles conseguem apenas 73 cadeiras.
Agora, ambos os partidos vem conversando com o GP. O Green Party conseguiu 12 cadeiras e, somando com os TDs de centro-direita, totalizariam 85 parlamentares, número perfeito para a coalizão. O Partido Verde, no entanto, para participar, exigiu algumas metas, como a redução a 7% das emissões de gás carbônico.
As negociações serão retomadas nesta semana. Se tudo der certo, a escolha de um novo primeiro-ministro (o Taoiseach) pode acontecer em breve. Por enquanto, apesar de ter renunciado ao cargo de primeiro-ministro irlandês no início de março, Leo Varadkar, líder do Fine Gael, segue no comando do país até que um novo Taioseach seja escolhido.
Segundo reportagem da RTÉ, Varadkar está confiante que um novo governo se forme até junho. Se um novo governo não for formado, é possível que haja uma nova eleição, mas tal saída não é vista com bons olhos a nenhum dos deputados eleitos.
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