A quantidade de estúdios de tatuagem pelas ruas de Dublin já sinaliza o que as estatísticas oficiais confirmam: a Irlanda é o terceiro país com mais pessoas tatuadas no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e Canadá – que em extensão territorial são bem maiores que a Ilha Esmeralda. Segundo o Movimento Contra a Discriminação de Tatuagens e Piercings no Ambiente de Trabalho (Stapaw), a Irlanda possui 36% da população adulta com tatuagens.
Muitos intercambistas, após passarem um tempo na Irlanda, acabam registrando na própria pele os símbolos que marcaram a sua história na Ilha Verde. Os desenhos são os mais variados e vão desde os pequenos trevos, referência forte na cultura local, aos símbolos celtas, como espirais, cruzes, a árvore da vida e muitos outros que podem ser encontrados em vários lugares no país.
Escrevendo sobre esse tema, fiquei lembrando dos meus muitos amigos que já registaram sua passagem pela Irlanda, a começar pela minha ex-flatmate, Toninha Seixas. Ela queria homenagear a sua trajetória pelo mundo e fazer algo em especial para a Irlanda, local que representou um novo começo em sua vida. Essa não foi a sua primeira tatuagem, mas, sem dúvidas, foi uma das mais significativas. “A tatuagem é algo para nós e não para os outros. Por ser uma coisa que ficará para sempre marcada no nosso corpo, ela deve ter um significado especial, que ser lembrado e levado para sempre”.
Um colega de escola, o Rafael Frattini, foi ainda mais longe. Ele resolveu fazer uma tatuagem coletiva com seus amigos de Dublin. Eles tatuaram o endereço da acomodação onde viveram juntos por uma semana. Apesar do curto tempo, a amizade criada naquele período foi tão intensa que, mesmo cada um seguindo seus próprios passos por Dublin, morando em casas diferentes e estudando em escolas diferentes, eles mantiveram o contato durante todo o período de intercâmbio.
“Nós precisamos atravessar o oceano para descobrir cada um. 6 meses foi tempo suficiente para viver uma vida inteira, cada instante, cada risada, cada briga, cada preocupação. Cada palavra de amizade e brincadeira foi suficiente para nos ligarmos eternamente! Hoje, não foi um adeus e sim um “Até já, 35 | Charles St. West”, escreveu Rafael em sua foto de despedida.
E essa história de tatuar o endereço no corpo parece estar cada vez mais popular. Recentemente, publicamos aqui no E-Dublin um relato emocionado do Edu Marasciulo sobre a sua experiência na Irlanda e a difícil readaptação no retorno ao Brasil. E adivinha qual foi a foto da chamada do seu texto?
Outros símbolos que andam presentes nos corpos tatuados da Irlanda são os da cultura celta. Quem embarcou nessa história foi o Neemias Alencar, que registrou em seu corpo um dos maiores símbolos do país, a Harpa Celta. Em sua visão, a harpa representa tudo aquilo que foi conquistado desde que chegou na Irlanda: a primeira viagem de avião, a primeira vez fora do Brasil, um novo idioma, uma nova forma de agir e pensar, um novo aprendizado. “Como a Harpa é a representação do maior símbolo irlandês, eu resolvi tatuá-la como forma de agradecer tudo aquilo que eu conquistei aqui”.
E você? Também já pensou em registrar a sua passagem pela Irlanda em uma tatuagem? Se já o fez, compartilhe conosco sua experiência aqui nos comentários.
Eu, particularmente, ainda não escolhi a minha, mas já tenho uma ideia em mente do que quero tatuar. Agora, basta colocá-la na pele antes de voltar para o Brasil e, assim, também gravar a minha passagem por aqui.
Fabiano de Araújo é gaúcho de carteirinha, mas catarinense de coração. Formado em Comércio Exterior, trabalhou 10 anos com exportação. Um belo dia resolveu largar tudo e encarar um intercambio próximo dos 40 anos, como forma de entrar na melhor idade realizando sonhos. Amante por viagens inesperadas está sempre com uma mochila pronta para encarar desafios. Resolveu compartilhar de sua aventura com os demais por acreditar que nunca é tarde para realizar sonhos.
Revisado por Tarcísio Junior
Foto de capa via Shutterstock
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