Os intercambistas de Dublin estão convidados para comparecer à grande final do campeonato de futebol gaélico, que acontece no estádio Croke Park, neste domingo (18), às 15h30. Na partida, os times de Dublin e Mayo se enfrentarão no principal palco da modalidade e base da Associação Atlética Gaélica (GAA), que congrega os esportes Hurling, Camogie, Handebol e Futebol Gaélico.
Por ser muito popular entre os irlandeses, a expectativa é de arquibancada lotada e uma oportunidade imperdível para se conhecer nativos, praticar inglês e apreciar mais um aspecto da cultura local.
A GAA (Gaelic Athletic Association) é uma espécie de liga, que reúne os esportes tipicamente gaélicos e tem Michael Cusack (1847–1906) como principal fundador. Ele foi professor no Blackrock College, em Dublin, e mais tarde se juntou ao serviço público.
Cusack vivia em um tempo no qual os atletas e o esporte na Irlanda estavam sob o controle da English Amateur Athletics Association. Sendo assim, a Irlanda não possuía o autonomia para cuidar das regras e das competições em seu próprio país.
O cenário fazia com que o tradicional futebol gaélico fosse deixado de lado, bem como as outras modalidades esportivas tradicionais.
A partir daí, Cusack pensou em nacionalizar e democratizar os esportes na Ilha Esmeralda – uma espécie de “libertação esportiva” da Irlanda em relação aos ingleses.
Primeiro, ele convenceu alguns jogadores a participarem do Dublin Hurling Club, em dezembro de 1882. Mas, não obteve muito sucesso, devido a desentendimentos entre os jogadores.
Um ano depois, conseguiu criar o Metropolitan Hurling Club, que se tornou um dos primeiros clubes filiados ao que mais tarde se tornaria a GAA.
Em um país onde o esporte está na corrente sanguínea dos habitantes, a importância cultural e política do trabalho de Cusack torna-se ainda mais marcante.
O rugby era visto como um esporte tipicamente inglês, mas se popularizou nas cidades irlandesas. No jogo, o contato físico é intenso e de forma superficial, parece uma mistura de futebol tradicional e futebol americano.
As partidas acontecem no campo e na modalidade olímpica. São permitidos sete jogadores, mas existem campeonatos onde são permitidos 11, 13 ou 15 atletas no time titular.
Durante as Olimpíadas deste ano, o rugby ganhou popularidade entre os brasileiros, sendo que a seleção masculina alcançou o 12° lugar e a feminina o 9° lugar no ranking geral.
Quem se interessar pelo esporte no Brasil, pode buscar informações no site da Confederação Brasileira de Rugby. Lá acontece toda a cobertura jornalística sobre o esporte, bem como os calendários das competições internacionais, nacionais e estaduais. E, para os futuros atletas, a indicação de espaços de treinamento pelo Brasil.
Quanto ao handebol, o esporte é conhecido no Brasil, e por muito tempo ficou restrito ao ambiente escolar por ser uma modalidade completa no que diz respeito ao desenvolvimento da musculatura corporal.
Porém, nos últimos anos, o esporte ganhou visibilidade devido aos resultados em competições internacionais.
O Hurling é um esporte de origem Celta, tipicamente irlandês e muito parecido com o hóquei, inclusive nas habilidades exigidas do atleta, como força, agilidade e raciocínio rápido.
Cada equipe possui 15 integrantes, que com o auxílio de um bastão, tentam dominar a bola e jogá-la em direção a uma trave em forma de H. A prática é oferecida nas escolas irlandesas.
Já o Camogie tem regras semelhantes, equipamentos semelhantes, porém é praticado apenas por mulheres.
O Camogie existe desde 1904 e é praticado por mais de 100.000 jogadoras afiliadas a 550 clubes, principalmente na Irlanda, mas também está presente na Europa, América do Norte, Ásia e Austrália.
Quem se interessar pela prática, basta ir até o Phoenix Park às terças-feiras, por volta das 18h. Lá, uma escola de idiomas oferece gratuitamente aulas práticas do futebol gaélico e, o melhor, todos são welcome.
O futebol gaélico também acontece no gramado, mas é bem diferente do nosso tradicional bate-bola. Vale chute, embaixada e passes com os pés e com as mãos. E o aguardado gol passa por uma trave em formato de H.
Uma das brasileiras que decidiu apostar no esporte é Brenda Meira, de 18 anos. No Brasil, a atleta era adepta do vôlei, mas por aqui ela decidiu experimentar um esporte local e agora faz parte de um time que se prepara para enfrentar outra escola em um amistoso.
Ela obteve as primeiras informações sobre o esporte durante os preparativos da viagem, por meio da internet, e se interessou muito. Já na primeira semana de aula, passou a frequentar os treinos e admite que sentiu um pouco de dificuldade no começo, principalmente pelo fato do jogador poder usar as mãos. “Foi muito estranho na primeira vez que eu joguei. Algumas regras são diferentes e você pode usar as mãos, correr com a bola ou solar – um tipo de embaixadinha”.
Além dos benefícios corporais da atividade física, Brenda assegura que estar no time foi importante no processo de adaptação devido às amizades e prática frequente do inglês.
Revisado por Tarcísio Junior
Imagens via Shutterstock
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