Quem já está há um tempinho vivendo na Irlanda, pode ter percebido que por aqui não se encontra cães com facilidade nas ruas. O governo possui uma restrição rigorosa para controle de animais, que deve ser seguida pelos cidadãos que querem ter um bichinho em casa. O descumprimento das regras pode levar à multa para os donos e até apreensão do animal. Já os pets não registrados encontrados nas ruas sem ninguém para responder por eles podem não ter muita sorte.
O cidadão que deseja ter um cachorro precisa ser maior de 16 anos e ter uma licença paga após o pet completar quatro meses de idade. As únicas exceções são para cães-guias de pessoas com deficiência visual, cães da polícia ou cães que permaneçam no país até 30 dias. As licenças são pagas de forma individual (20 euros) ou para grupos de cães (400 euros) por um período de um ano. Também existe uma taxa única que cobre toda a vida do animal (140 euros). As taxas podem ser pagas no Post Office. Ser flagrado sem a licença pode custar uma multa de 100 euros.
Todos os cães licenciados precisam ter uma identificação em um colar com o nome e o endereço de seus proprietários. Desde 2015, uma regulamentação também exige a inserção de um microchip nos cães, que fica registrado na base de dados do governo. Ele pode ser colocado em clínicas veterinárias autorizadas. A multa é de 100 euros para donos de cães não identificados.
Cachorros que estão em lugares públicos sem a presença de algum responsável são considerados abandonados. Eles são capturados pela Garda e levados para um abrigo, onde aguardam pela reclamação de seu dono. Se o proprietário for buscar o cão, ele precisa pagar uma taxa de recuperação de 20 euros mais 8 euros a cada dia de apreensão. Se o cão permanecer cinco dias abandonado, o governo pode abrir para adoção de outra pessoa ou sacrificar o bicho. Pessoas que não desejam mais ter seu cão, podem entregá-lo ao governo pagando uma taxa. O processo é o mesmo dos cães abandonados e seu fim pode ser triste.
Deixar as fezes dos cães na rua é considerado uma ofensa na Irlanda. Apesar de ainda ter muita gente que não faz isso, o governo aplica multas de 150 euros para quem for flagrado não recolhendo o cocô do cachorrinho durante os passeios públicos. Alguns parques, inclusive, oferecem saquinhos gratuitamente para incentivar a população.
O excessivo latido dos cães também podem acarretar em multa. O governo estimula primeiro a pessoa que se sentir incomodada a ter contato com o dono do cachorro para depois, se não ficar satisfeita, denunciá-lo. O caso pode ir à côrte.
Cães considerados perigosos pelo governo têm regulamentações especiais. Donos de raças como American pit bull terrier, English bull terrier, Dobermann, Rottweiler, entre outras, precisam manter seus cães sob controle. Entre as regras, o cão precisa estar sob o comando de uma pessoa que possa controlá-lo e tenha mais de 16 anos, usar focinheira em qualquer lugar público, entre outras.
A ISPCA é uma entidade de proteção animal que tem como objetivo garantir uma vida saudável aos pets. Assim, ela promove a adoção de animais abandonados e incentiva a denúncia de maus tratos. Uma lista enorme de cães disponíveis para adoção está disponível no site da entidade. Ela também promove petições, como a proibição de animais em circos e a educação animal nas escolas. Textos educativos também alertam sobre a compra de animais de raça em canis clandestinos, entre outros assuntos. A entidade sobrevive com donativos e venda de produtos.
São nove raças categorizadas oficialmente como nativas da Irlanda. São elas: Irish Wolfhound, Kerry Beagle, Irish Water Spaniel, Irish Red Setter, Irish Red & White Setter, Irish Terrier, Irish Glen of Imaal Terrier, Irish Soft Coated Wheaten Terrier e Kerry Blue Terrier. Elas estão registradas no livro A Curiosa História dos Cães Irlandeses, de David Blake Knox, que narra como esses cães surgiram desde a época dos Celtas e durante as guerras. Já falamos sobre algumas delas aqui no E-Dublin.
Imagens via Dreamstime
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