Imagina só ter uma campanha em português em plena Irlanda com informações sobre como combater o novo coronavírus e outras informações úteis na área de saúde no país? Sim, essa iniciativa existe e foi criada pelo HSE (Health Service Executive), o serviço executivo de saúde da Irlanda, juntamente com a Translate Ireland, uma iniciativa de vídeo-mensagens em diversas línguas.
O objetivo dos vídeos é levar informações confiáveis, relevantes e atualizadas para os imigrantes que moram na Irlanda em sua própria língua nativa. Isso significa mais de 40 línguas do mundo todo, já que a Irlanda é um país multicultural e cosmopolita, onde vivem centenas de milhares de imigrantes.
Mas não é apenas sobre Covid-19 que os vídeos são gravados, mas também outras questões de saúde e assuntos diversos.
A médica paranaense Taciane Alegra é uma das voluntárias do projeto junto com outros profissionais de saúde brasileiros. Ela protagoniza alguns dos vídeos em português existentes na plataforma.
“Os vídeos abordam tópicos em saúde, serviços, educação e permitem que o imigrante tenha melhor acesso às informações, já que é sempre muito mais fácil compreendermos mensagens complexas na nossa língua nativa. E, naturalmente, ajudam a incluir na sociedade indivíduos que não dominam o inglês como primeira ou segunda língua”, disse.
Taciane acredita ser importante levar informações confiáveis “em épocas de tantas incertezas”.
“Acho a iniciativa louvável, especialmente quando vemos a xenofobia crescer cada vez mais na Europa e na Irlanda. Uma sociedade inclusiva reconhece os imigrantes como cidadãos completos e complexos, inclusive com a bagagem cultural que possuem – dos quais o idioma tem um papel central.”
Em seu último vídeo, ela explica sobre o teste de rastreamento do HPV, que é gratuito na Irlanda, além dos cuidados com a saúde mental.
Ela explica que os vídeos começaram como iniciativa da ONG NASC, de Cork, voltada para os direitos dos refugiados e migrantes.
“Fui convidada a ser voluntária por um dos organizadores do projeto, Graham Clifford, através do meu perfil no LinkedIn, já que médicos/enfermeiros que falam português são raros na Irlanda”, disse.
Segundo ela, a iniciativa da ONG deu tão certo que se tornou uma ideia separada da Translate Ireland com uma parceria junto ao HSE.
Taciane se formou em Porto Alegre e mudou para Irlanda em 2015 para acompanhar o seu esposo que foi trabalhar em uma empresa de TI no país. Na Irlanda, ela revalidou o diploma e trabalhou como pediatra nos últimos 3 anos, sendo no Crumlin Hospital seu último local de trabalho, mas precisou fazer uma pausa em agosto do ano passado por cuidados familiares no Brasil.
Antes de fazer uma pausa na carreira, Taciane trabalhou, no início da pandemia, na linha de frente do combate à Covid-19.
“Enquanto pediatra, percebemos que as crianças não sofreram diretamente os efeitos do Covid-19, já que entre elas a infecção tem manifestações mais leves do que em adultos. Porém, pudemos perceber os efeitos indiretos de diversas formas, como – por exemplo – uma piora significativa na saúde mental, especialmente de crianças mais velhas e adolescentes”, disse.
Segundo ela, problemas estruturais (e antigos) do HSE também pioraram, como necessidade de mais profissionais de saúde, mais leitos e listas de espera, que tornaram-se ainda maiores para consultas e procedimentos eletivos.
A icônica Grafton Street, localizada no coração de Dublin, foi classificada como a 17ª rua…
O transporte público na Irlanda é amplamente utilizado e inclui uma rede bem desenvolvida de…
O Met Éireann, instituto meteorológico irlandês, emitiu uma série de alertas para amanhã, quinta-feira, 21…
A Irlanda, com sua rica história, cultura celta e paisagens deslumbrantes, é um destino que…
Para brasileiros vivendo no exterior, manter a documentação em dia é essencial. Um documento importante…
Intercâmbio! Essa palavrinha está cada vez mais presente no cotidiano dos brasileiros. Não só pelo…