Quando se pensa em fazer um intercâmbio, o sentimento que é comum e que aparece sempre é o medo. Ele aparece personificado em uma série de dúvidas:

“O que vai acontecer quando eu chegar lá? Será que vou conseguir emprego? Será que vou conseguir me comunicar?”

“Demorei anos para construir tudo o que tenho no Brasil, mas sempre tive o sonho de fazer intercâmbio e tenho medo de estar jogando tudo fora, quando chegar lá tudo dar errado e eu voltar com uma mão na frente e outra atrás”

“Vou sentir muita falta da minha família e dos meus amigos e não sei se vou conseguir fazer amigos lá, talvez eu me sinta muito sozinho”

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“Tenho uma filha e vou ter que deixar ela no Brasil, talvez isso não seja certo”

Em primeiro lugar, gostaria que soubessem que todos temos dúvidas e medos com relação a muitas coisas na vida e principalmente quando queremos tomar uma ação que demanda uma mudança muito grande, como é o caso de se mudar para outro país por um período. Saber que muitas pessoas sentem a mesma coisa que você talvez alivie um pouco a pressão, mas não por completo. Cada um acha, ainda, que a sua situação é muito específica.

Por que sentimos medo?

De onde vem esse sentimento tão inquietante, que muitas vezes nos impede de fazer algo que desejamos?

O medo floresce quando não temos certeza do que vai acontecer conosco. Mas como pode ser isso, se é sempre impossível prever o que irá acontecer com a gente? Não é contraditório? Nunca saberemos como será o nosso futuro, nunca saberemos o que irá acontecer porque simplesmente não dá pra saber…

E o que fazer então se esse sentimento persiste e nos persegue? O primeiro passo é parar de ter medo de sentir medo – parece estranho isso que estou dizendo, mas na verdade não é.

Quando aceitamos um sentimento que temos, podemos enxergá-lo melhor, reconhecê-lo e entender que é normal. Quando rejeitamos esse sentimento, fingindo ter uma força que na verdade não possuímos, deixamos de ter contato com nós mesmos e de perceber que o medo pode nos ensinar algo. Talvez ele possa nos ensinar a ser prudentes e a cuidarmos de nós mesmos.  Se não assumimos que estamos sentindo medo e fingimos ser super firmes, achamos que podemos tudo – e isso sim pode acabar nos colocando em armadilhas.

Entenda que o medo é um sentimento normal! Dá, sim, pra arriscar e ser feliz mesmo sentindo medo!

Juliana Polydoro Mestre em Psicologia

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Juliana Polydoro

Psicóloga, mestre em psicologia da Saúde, com experiência em diversas áreas dentro da Psicologia, agora trabalha somente com clínica, atendendo presencialmente e por skype. É também escritora, poeta, roteirista de filmes, viajante, peregrina e dançarina.

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