Micheál Martin, líder do partido Fianna Fáil, foi eleito pela segunda vez como taoiseach (primeiro-ministro irlandês) na quinta-feira, 23, após um tumultuado processo na Dáil Éireann, a câmara baixa do Parlamento da Irlanda.
Martin, que já havia ocupado o cargo entre 2020 e 2022, permanecerá no posto até 2027, quando Simon Harris, do Fine Gael, deverá reassumir.
A eleição aconteceu após intensas disputas políticas que interromperam repetidamente as sessões parlamentares na quarta-feira.
A confusão foi gerada por um acalorado debate entre governo e oposição sobre a formação de um grupo técnico de independentes apoiadores do governo, que buscavam atuar como oposição em determinados aspectos.
Micheál Martin é um dos parlamentares mais experientes da Irlanda, tendo sido eleito pela primeira vez em 1989 para representar Cork South Central.
Em seu discurso de posse, Martin criticou a crescente polarização política, afirmando que muitos parlamentos ao redor do mundo estão se tornando “mais raivosos e divisivos” e que deveriam ser espaços de debates respeitosos.
Martin também fez uma homenagem a seu falecido pai, Paddy Martin, relembrando os valores que ele representava.
Após a eleição, o novo primeiro-ministro recebeu o selo oficial de posse do presidente Michael D. Higgins em Áras an Uachtaráin, a residência presidencial irlandesa, antes de retornar ao Parlamento para a nomeação de seus ministros.
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A eleição de Martin, prevista inicialmente para quarta-feira, foi adiada devido ao caos na Dáil. A controvérsia começou quando quatro independentes que apoiam o governo buscaram formar um grupo técnico com outros dois parlamentares, o que lhes garantiria direitos como tempo de fala adicional.
A oposição criticou a iniciativa, alegando que esses parlamentares queriam atuar tanto no governo quanto na oposição, uma situação considerada inaceitável.
Após intensos debates e sucessivas suspensões da sessão, a presidente da Dáil, Verona Murphy, decidiu na quinta-feira que os independentes apoiadores do governo não seriam reconhecidos como um grupo técnico de oposição para aquela sessão.
A decisão foi bem recebida pela oposição, com a líder do Sinn Féin, Mary Lou McDonald, destacando a importância de diferenciar claramente governo e oposição.
O novo governo é uma coalizão entre os partidos Fianna Fáil, Fine Gael e um pequeno grupo de independentes.
A composição ministerial anunciada reflete a renovação da parceria entre Fianna Fáil e Fine Gael, que formaram governo conjunto pela primeira vez em 2020.
Confira os principais ministros:
Apesar da turbulência inicial, Martin inicia seu mandato com desafios significativos, incluindo equilibrar as demandas de uma coalizão diversa e responder às críticas de uma oposição fortalecida, liderada pelo Sinn Féin, que permanece como o maior partido opositor com 39 cadeiras.
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O governo de Martin enfrentará grandes expectativas, incluindo a necessidade de abordar questões como habitação, saúde e mudanças climáticas, além de manter a estabilidade política em um contexto de crescentes tensões partidárias.
O primeiro-ministro também precisará trabalhar para reduzir a polarização que marcou o início de seu mandato e reconquistar a confiança de um Parlamento dividido.
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