Seguimos o nosso mochilão asiático, mas antes de falar mais sobre os destinos, não tem como deixar de citar as companhias aéreas conhecidas como low cost. Elas entram fortíssimas no roteiro e, eu garanto: você se surpreenderá com a qualidade e com os preços.
Eu confesso que, depois de alguns anos na Irlanda vendo os preços da Ryanair subirem pouco a pouco, havia ficado desacreditada das companhias low cost, mas chegando na Ásia percebi que por lá elas continuam a praticar preços bem atrativos.
Virei fã da AirAsia e fiz boa parte dos meus trechos utilizando a companhia da cor do pecado. Achei o serviço impecável e super moderno. É possível, por exemplo, se dirigir diretamente ao portão de embarque no aeroporto, caso você tenha realizado o check-in online e não tenha mala para despachar.
Apesar daquela lista básica de restrições, como o limite de bagagem de mão de 7 Kg (pois é, meu povo o lance é viajar bem light), achei bem mais tranquilo embarcar por eles. Em nenhum dos aeroportos tive que passar por aquele constrangimento básico de medir ou pesar a mala. Das duas, uma: ou foi sorte de principiante ou eles realmente são menos exigentes com isso.
Outro fator positivo das companhias low cost asiáticas é que é super fácil encontrar bilhetes com preços incríveis, mesmo na véspera da viagem. Por conta da troca de roteiro, eu precisei apelar para compras de última hora e, para a minha surpresa, encontrei passagens por bons preços. Todavia, não posso deixar de citar que viajei na considerada baixa temporada, época das chuvas (junho a outubro), o que pode justificar a pechincha nos valores, mesmo em datas próximas à viagem.
Dando uma olhada nos links você perceberá que encontrar passagens aéreas por 13 dólares não é tarefa tão difícil quando se está transitando pelo sudoeste asiático. Paguei, em média, entre 25 e 45 euros por trecho. Algumas compradas com três meses de antecedência, mas houve casos em que comprei na véspera da viagem, como o trecho Bangcoc – Krabi (Tailândia), no qual paguei 33 euros. Comprei a passagem a 01:00 para embarcar às 13:00 do mesmo dia.
Como nem tudo é um mar de rosas, na Ásia você também terá que contar com o incoveniente de ter que se deslocar para os aeroportos mais distantes, onde estão centradas as companhias low cost. Portanto, fica a dica: dependendo do país ou cidade, você terá que tomar cuidado e se preparar para não ter que morrer em altas cifras de táxis para chegar lá.
Em Bangcoc, o aeroporto Don Mueang, queridinho das companhias de baixo custo, nem fica tão distante da cidade, mas o problema é o sistema público de trem, que é mais lento do que tartaruga e faz o trajeto em 1h40. De táxi a mesma viagem dura só 35 minutos.
Além desses detalhes, não muda muita coisa das companhias a que estamos acostumados na Europa e no Brasil. O lanche servido é cobrado a bordo, a escolha das poltronas implica taxas, além de outras coisas que são comercializadas durante o voo.
Se formos levar em conta as distâncias entre os países do sudoeste, eu diria que você, assim como eu, deveria investir nas low cost, pois a diferença é assustadora se você comparar o tempo que as empresas de ônibus e trem levam para chegar aos destinos. Do Camboja para a Tailândia, por exemplo, você terá que encarar dez horas de estrada, duas fronteiras. Isso sem contar com os possíveis atrasos por conta do trânsito. De Laos para Hanoi, no Vietnã, a viagem by road dura mais de 24h. Além disso, vale lembrar o que ouvimos sobre situações nada positivas em que o turista compra gato e acaba levando lebre, como vans abarrotadas, informações desencontradas, ônibus antigos e alguns outros perrengues.
Considerando o valor das passagens aéreas e o tempo de viagem, que é muito menor, não tem o que questionar. Agora, para viajar de low cost a regra básica para qualquer mochileiro é: go light! E quando eu digo “light” digo “very very light”.
A imigração nos aeroportos asiáticos é muito menos paranóica à que estamos acostumados. O controle de líquidos, por exemplo, não é comum em todos os aeroportos e os oficiais de imigração costumam perguntar muito pouco ou nada. No meu caso, entrei e saí da Malásia umas cinco vezes e jamais fui questionada. O cartão de vacina da Febre Amarela, então, nunca foi solicitado.
Se animou e já quer pesquisar os preços?
Essa é minha sugestão de cinco empresas que valem pela pechincha: Air Asia, iNok Air, JetStar, Tiger Airways.
Esse texto faz parte da série Mochilão pela Ásia em oito destinos. No próximo texto o assunto será sobre o Retiro Budista e como eu pude conhecer o Camboja em sua essência na Vila Bajong, pertinho de Siem Reap.
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