Em outubro de 2012, eu e um amigo brasileiro que, na época, era meu colega de trabalho em um restaurante e também o meu flatmate em Bondi Beach, na cidade de Sydney, resolvemos mochilar pela Nova Zelândia.
Tínhamos apenas 12 dias para atravessar o país de norte a sul. Tudo foi muito bem planejado por ele, um cara super bem organizado. Aliás, costumávamos zoá-lo por dobrar até as cuecas usadas antes de colocar no cesto de roupas sujas (haha).
Graças a ele, a viagem foi um sucesso: tudo perfeitamente encaixado, entre cidades, transportes, atividades, quantidade de dinheiro que poderíamos gastar por dia e, até, quantas cervejas poderíamos tomar por noite.
Seis anos depois daquela que se tornaria uma das melhores viagens da minha vida, aqui estou novamente. O país é o mesmo, mas o roteiro, completamente diferente.
Se da primeira vez eu tinha tudo planejado, graças ao meu amigo que dobrava até as cuecas sujas, dessa vez eu só sabia, mesmo, o dia da chegada.
Se você leu o meu texto anterior, sabe que minha chegada à Nova Zelândia, começou com o reencontro com minha ex-namorada e, entre uma xícara e outra, saímos do mesmo café a bordo de uma caravan e pegando a estrada para uma roadtrip.
Sem dinheiro, sem planejamento e com a esperança enorme de conseguir um emprego para poder aplicar ao visto de trabalho e, assim, poder permanecer no país além dos três meses como turista.
A Nova Zelândia é formada por duas ilhas principais, a norte e a sul. A ilha sul, muito mais fria e com bastante neve no inverno, é uma região com vários Alpes, lindos lagos e glacies. Não preciso dizer que é simplesmente linda e tem infinitas possibilidades de aventuras e lugares paradisíacos para serem visitados.
Já a ilha norte é um pouco menos gelada, não tem neve, e a cultura Maori é mais presente. Os vulcões estão espalhados por lá. A capital, Wellington, que fica ao sul da ilha norte, foi descrita pela Lonely Planet como a mais graciosa capital do mundo.
É também na ilha do lado norte que se situa-se a maior cidade neozelandesa, Auckland, destino escolhido para iniciarmos nossa aventura, dirigindo em direção ao sul.
Aí você imagina aquela cena de filme: um casal em um conversível, a milhas por hora, em uma estrada plana com um céu lindo e ensolarado, com o vento batendo em nossas faces. Imaginou?
Agora, vamos à realidade! A nossa expectativa até era essa. Porém, estávamos em uma Van, a temperatura não ultrapassava os 13°C, com o sol bem escondido atrás de muitas nuvens, ou seja, esqueça o vento na cara. E os vidros, por sinal, estavam sempre bem fechados.
Porém, a sensação de sair daquela cidade grande e pegar a estrada com exatamente tudo o que eu tinha na vida dentro da campervan — e na companhia de alguém que eu jamais imaginei conviver novamente — foi uma sensação simplesmente indescritível.
Chega a ser muito clichê falar em liberdade quando o assunto é uma campervan e uma road trip, eu sei. No entanto, apesar de parecer loucura, para mim, essa jornada pela Nova Zelândia está longe de ser apenas uma viagem louca sem objetivo.
Desde minha experiência na Austrália, percebi que tenho um objetivo, que é explorar o mundo. Essa jornada pela terra dos Hobbits é apenas o meio do caminho para algo maior, que é achar o meu lugar, o meu canto, as pessoas com quem eu quero conviver. E, em vez de fazer isso da maneira convencional, achei que poderia fazer diferente.
E é esse fazer diferente que me traz a liberdade incomensurável que sinto toda vez que eu procuro um lugar diferente para estacionar a minha casa de quatro rodas.
Para acompanhar as aventuras do William em busca de trabalho e visto na Nova Zelândia acesse: Instagram – @willtube21 / @metheroadandmyex
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