Texto e fotos: Patricia Bernal
Como no lendário filme de Steven Spielberg, Indiana Jones, muitos dos tesouros que revelam a cultura e história de um país podem estar escondidos debaixo dos nossos pés. O trabalho duro de trazer à tona tais informações fica por conta dos arqueólogos. A nós, cabe ir aos museus enriquecer a bagagem cultural.
Imagine, por exemplo, visitar corpos de supostos assassinos, que datam mais de 3 mil anos e ainda se mantém conservados. Detalhe: estamos falando de pessoas enterradas sem nenhuma técnica de mumificação. Como isso é possível? Graças a um tipo raro de solo, chamado “bog”, encontrado apenas em países do norte europeu e, que é capaz de preservar qualquer material orgânico por milhares de anos. “Aprender sobre esse tipo de solo é muito interessante, mas é bom estar preparado para os resultados. Ler é uma coisa, ver corpos é outra”, recomenda a estudante Susana Duim, da Holanda.
Quatro dessas peças preservadissimas você encontra no Museu Nacional de Arqueologia da Irlanda, na exposição “Kingship and Sacrifies”, no primeiro piso. Já o solo “mágico” pode ser visto no centro do mesmo do piso, ou mesmo em áreas preservadas e abertas ao público nas regiões centro e oeste da Irlanda como, por exemplo, na cidade de Galway, localizada a 2h30 de Dublin.
Outro ponto forte do museu é ficar “cara a cara” com os utensílios utilizados pelos Vikings -viajantes que saiam de suas terras para roubar as preciosidades dos monastérios. Diferente do Museu Dublinia, que conta sobre a vida cultural, hábitos, vestimentas e comidas desses saqueadores, no Museu de Arqueologia Nacional, você vê objetos pessoais autênticos como pentes, sapatos, ferramentas, armas, entre outros. Todos resgatados por arqueólogos, entre 1963 e 1981.
E, para fechar literalmente com chave de ouro, a exposição “Gold’s Ireland”, tem uma das maiores e mais importantes coleções de peças de ouro da Europa. O curioso é que, embora a Irlanda não seja referência nesse metal valioso, há cerca de 5.000 mil anos foram encontrados grandes quantidades nas margens dos rios irlandeses. Pedras em diversos tamanhos em ouro maciço eram coletados pela população, que confeccionava joias como brincos, broches, colares, peças religiosas e artefatos que, muitas vezes, eram oferecidos aos deuses.
No final do dia, vale dar aquela esticadinha no Museu Natural, que fica nas proximidades, e conferir um pouco da fauna irlandesa. Lá você encontra, por exemplo, um dos símbolos nacionais, os “deers”, ou veados, na tradução literal. É chegar, e se surpreender com o enorme esqueleto do extinto veado gigante (3,5 metros de altura) que habitava essas terras há 10.000 anos – atualmente, é possível vê-los em tamanhos menores no Phoenix Park, em Dublin 7. Além dessa tradicional atração, há pássaros, peixes, mamíferos e insetos típicos, e, no segundo piso, mamíferos do mundo todo.
Museu Nacional da Irlanda – Arqueologia
Endereço: Kildare Street, Dublin 2
Museu Natural
Endereço: Merrion Street, Dublin 2
Entrada Free todos os dias da semana.
Grupos monitorados aos sábados: € 2 por pessoa
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