Esse texto foi escrito por nosso amigo e leitor Adriano Ortolani, recém chegado mas já encantado com Dublin :)
“Estou há 1 mês em Dublin e percebi a transformação da cidade neste período ocasionada pela proximidade das festas de final de ano, seja em relação ao comércio quanto ao entusiasmo das pessoas. Em época que a palavra recessão é moda no país – A Irlanda foi o primeiro país da União Européia a declarar recessão – ou melhor, no mundo inteiro, vou poupá-los sobre este assunto e não falarei sobre economia. O post será relacionado à “Magia Natalina”.
Quando criança ficava encantado com os filmes de Hollywood que exploravam temas relacionados ao Espírito de Natal. Alguns filmes como Milagre na Rua 34, Esqueceram de Mim I e II e O Grinch marcaram a minha infância. Alguns mais recentes como o Expresso Polar também fez com que gostasse cada vez deste gênero. O problema disso tudo é que por mais que assistisse aos filmes, nunca consegui associar isto a minha realidade, pois no Brasil já podemos partir do princípio de que não existe neve no Natal, aliás, nunca irá existir neve.
Aqui é possível encontrar casas enfeitadas, porém ainda acho que no Brasil, especialmente São Paulo é possível encontrar casas mais enfeitadas e mais bonitas. As ruas também estão parcialmente bonitas, principalmente as que estão localizadas na região central, onde decidiram iluminar bastante os lugares próximos ao rio Liftey. Até agora nada de novo, mas tem um ponto, ou melhor, detalhe que me chamou a atenção e que, após chegar em Dublin, constatei que aquela minha magia de criança começava a voltar, não em meus pensamentos, mas sim na realidade do país que estou vivendo.
Comecei a reparar o gosto por músicas natalinas pelos irlandeses há uns 15 dias, quando fiz amizade com meu vizinho irlandês e ele me convidou para conhecer sua casa e seus eletroeletrônicos, que ele dizia ter se presenteado. Muito legal e babilônico, pois sua Tv da sala tinha 62 polegadas e o monitor do computador 42, mas o bacana mesmo foi quando ele me mostrou o seu acervo de músicas e álbuns no computador (mais de 2 mil, segundo ele). Não demorou muito tempo para que seus filhos entrassem na sala, junto com a mãe, e implorassem para que o pai gravasse músicas natalinas (450).
Achei meio estranho, mas interessante, pois tinha até Justin Timberleak no repertório natalino. Após a gravação do CD natalino, me despedi e fui embora. Da minha casa consegui escutar, por duas horas as músicas.
Dias depois comecei a reparar os comércios tocando musicas de natal e pessoas na rua cantando. Sem perceber já estava contagiado pelo espírito natalino que os irlandeses passavam através de algumas atitudes, que por incrível que pareça, tinha a ver com o natal. Isso fez com que cada vez mais me lembrasse dos filmes natalinos. Já é possível ver artistas de rua fazendo “roda” de apresentação com o tema de natal e até encontrar grupos de crianças, mulheres, homens e idosos reunidos em coral para arrecadar fundos para instituições carentes. O detalhe é que cantam durante horas em uma temperatura média de 3 graus.
Quando parecia já tinha vivido demais o clima natalino, eis que outra surpresa aparece. Fui a três pubs diferentes e todos tocaram em média 10 músicas com o tema relacionado ao Natal. O melhor é assistir aos irlandeses cantarem e se abraçarem como se fosse uma música de micareta. Isso com certeza nunca seria bem aceito nas danceterias brasileiras.
Após conversar com alguns irlandeses, cheguei a seguinte conclusão: Estão acostumados desde crianças a escutarem este tipo de música, e cada vez que são tocadas, parece que a luz mágica do natal acende nos corações deles (Profundo não?!).
Portanto aqui vale meu testemunho, de que o espírito natalino representado por filmes e cujo significado a gente (brasileiros) não consegue entender, existe em Dublin . Hoje já arrisco cantar algumas músicas abraçado com amigos em Pub”.
Originalmente publicado em 23 de dezembro de 2008.
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