Novas regras de doação de sangue na Irlanda favorecem comunidade LGBTQIA+; brasileiros seguem proibidos de doar

Novas regras de doação de sangue na Irlanda favorecem comunidade LGBTQIA+; brasileiros seguem proibidos de doar

Rubinho Vitti

2 anos atrás

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Novas regras para doação de sangue na Irlanda começaram a valer a partir desta segunda-feira, 28 de novembro de 2022. Restrições baseadas na sexualidade do doador foram retiradas com mais pessoas LGBTQIA+ estando aptas a doar seu sangue.

Antes da mudança, gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens, bem como pessoas trans, não podiam fazer a doação de sangue.

Os doadores em potencial agora serão avaliados individualmente, em vez de ter riscos associados a dados sobre sexualidade e gênero. A mudança é idêntica ao que o Reino Unido fez há um ano.

Apesar das mudanças positivas em relação aos LGBTQIA+, algumas regras restritivas permanecem, como a proibição de doação a estrangeiros. Pessoas de algumas partes do globo, como o Brasil, ainda não podem fazer doação de sangue na Irlanda (entenda melhor abaixo).

O que muda nas novas regras?

 

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O Irish Blood Transfusion Service (IBTS) começou a utilizar o Individual Donor Risk Assessment, sistema de avaliação da elegibilidade individual em relação ao histórico e risco sexual de contaminação do sangue.

Ou seja, ao invés de verificar riscos associados a populações específicas (como a comunidade LGBTQIA+), que anteriormente excluíam alguns doadores em potencial, o sistema vai avaliar o comportamento e a saúde do doador individualmente.

De acordo com o IBTS, “usar os comportamentos individuais de um doador para determinar se essa pessoa é elegível para doar sangue torna o processo mais justo e inclusivo”

As perguntas feitas aos doadores sobre a atividade sexual serão as mesmas para todos, independentemente do gênero ou orientação sexual do doador ou parceiros e parceiras.

Questões que ainda restringem a doação

Entre as questões que são levantadas na triagem para a doação de sangue na Irlanda, estão aquelas relacionadas a chemsex (chemical sex), que consiste em prática sexual associada ao uso de substâncias psicoativas; sexo anal com um novo ou mais de um parceiro ou parceira, infecção sexual recente, como sífilis ou gonorreia; tomar medicação para prevenir infecção por HIV (PreP, PeP).

Nestes casos, com respostas positivas, os doadores não são elegíveis para doar sangue no período de quatro meses, independente do gênero ou sexualidade.

Estrangeiros seguem com restrições para doar sangue na Irlanda

A restrição de doação de sangue por parte de estrangeiros segue ativa no sistema irlandês. De acordo com o quiz do IBTS, quem nasceu fora da Irlanda e do Reino Unido deverá preencher um questionário de saúde e estilo de vida que avalia a elegibilidade para doar.

Se elegível, o IBTS vai coletar amostras de sangue e o estrangeiro poderá retornar para doar em 90 dias.

Agora, pessoas que nasceram no México, América Central ou do Sul, não são elegíveis para doar na Irlanda “devido ao risco de doença de Chagas”.

Outra questão é: “se você viveu em um país por pelo menos três meses nos primeiros cinco anos de sua vida onde há risco de malária, você pode não ser elegível para doar”.

Sim, brasileiros estão na lista de risco de doação de sangue na Irlanda por risco de contágio de malária e doença de Chagas.

Atualmente, no Brasil, a doença de Chagas e a malária são endêmicas na região amazônica.

Nível de estoque de sangue é baixo na Irlanda

O nível de sangue nos estoques da Irlanda está baixo. De acordo com o site do IBTS, há sangue do tipo A+, AB+ e AB- disponível para os próximos cinco dias.

No caso A+, A- e B- o estoque é de três dias e O-, dois dias.

O serviço de doação irlandês tem apelado à imprensa para que a população doe sangue.

Foto de capa: Nguyễn Hiệp on Unsplash

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Rubinho Vitti, Jornalista de Piracicaba, SP, vive em Dublin desde outubro de 2017. Foi editor e repórter nas áreas de cultura e entretenimento. Também é músico, canceriano e apaixonado por arte e cultura pop.

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