Agora que o governo irlandês está em busca de cerca de oito mil cozinheiros profissionais para suprir a carência do setor. É hora de se preparar para essa oportunidade.
A coluna Papo de Chef de hoje traz uma entrevista com o Head Chef irlandês Tomaz Nagle, que nos conta algumas curiosidades sobre a forma com que ele seleciona os profissionais para a sua cozinha.
O que será que pesa para ele na hora de contratar um estrangeiro? O inglês é um fator chave? Ou será a experiência o fator mais relevante?
Tomaz Nagle é um chef de cozinha irlandês e é com ele com quem eu trabalho desde o meu primeiro mês na Ilha. Dentre nossas conversas na cozinha, ele já havia me contado um pouco de sua história, até que criei coragem e o convidei para esta entrevista, afinal, eu tinha uma grande dúvida: como ele seleciona e contrata os profissionais estrangeiros, como eu?
A minha primeira surpresa sobre o Tom, como o chamamos na cozinha, foi que ele, assim como a maioria de nós, também começou como floor staff. Aos 15 anos, começou trabalhando em pubs servindo a famosa “Pint”, limpando banheiros e, às vezes, também auxiliava na lavagem das louças. Aos 19 anos, chegou à posição de chef. Foi nesta mesma época que decidiu ir para a universidade estudar gastronomia. Atualmente, aos 49 anos, é Head Chef em dois restaurantes.
“Boa aparência, roupas limpas e pontualidade” – esses são alguns dos principais pontos que o Chef avalia na hora da seleção dos candidatos. Além deles, ter alguma experiência na área, mesmo que mínima, ajuda muito – mas não é o principal.
Para ele, não importa o nível de inglês do candidato. O mais importante é o entusiasmo com o trabalho. Ele nos conta que já encontrou vários profissionais que tiveram vergonha de falar durante a entrevista, mas afirma: o Google está aí para isso. “Aliás, eu mesmo vou usar o tradutor do Google para ler esta entrevista quando ela for publicada, já que não falo Português”, brinca. “Se a pessoa tiver a experiência que procuro e motivação pelo que faz, a língua torna-se um fator secundário”.
O chef já trabalhou com muitos brasileiros ao decorrer de sua carreira. Ele confessa achar curioso quando as pessoas apontam o Brasil como um país perigoso. Para ele, os brasileiros estão entre as nacionalidades mais honestas com quem já teve contato. Além de amigáveis e com muita disposição para trabalhar, a pontualidade também está entre as qualidades que ele observou ao longo de sua experiência com nossos conterrâneos.
Apesar dele ser aberto à contratação de profissionais estramgeiros, o chef finaliza dizendo que já teve contato com outros colegas de profissão que não gostam de contratar profissionais de outras nacionalidades, assim como também já se deparou com chefes que contratavam apenas pela mão de obra barata, sem nenhum respeito pelos profissionais.
Para saber mais sobre como é trabalhar nas cozinhas de restaurantes irlandeses, não deixe de conferir nossas outras publicações sobre o tema.
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Revisado por Tarcísio Junior
Imagens via Shutterstock
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