Como o intercâmbio torna as pessoas mais livres. Mais uma entrevista da nossa série com intercambistas que retornaram ao Brasil. Hoje trazemos a Camila Diniz, de 22 anos, uma apaixonada por viagens.
Qual o período e em qual cidade você ficou na Irlanda?
10 meses em Dublin, Irlanda.
Por quê decidiu fazer o intercâmbio?
Depois da perda de uma pessoa muito especial, eu me vi meio sem rumo. Estava trabalhando muito e sempre quis sair pra viver uma experiência diferente, conhecer novos lugares, pessoas de todos os tipos e me jogar no mundo. Minha desculpa, como de várias pessoas que cruzaram meu caminho, foi o estudo do inglês. Claro que foi, sim, válido e aperfeiçoei muito o idioma durante este tempo, mas, sem dúvida alguma, o meu objetivo principal era me encontrar e me perder. Viajar muito sempre esteve nos meus planos, então um dia, conversando com duas amigas, surgiu o assunto ‘intercâmbio’ e pensamos: “Por que não?” Alguns meses depois, eu e uma delas embarcamos para a capital irlandesa. Eu voltei para o Brasil, ela continua lá. #voltagrazi
Como foi em relação ao emprego?
Trabalhei como cleaner e como babá. A experiência foi fantástica, mas completamente diferente do tipo de trabalho que costumava exercer no Brasil. As pessoas para quem trabalhei foram maravilhosas. Eu sempre recebia gorjetas e eles cozinhavam pra mim!
Quais foram as principais dificuldades que encontrou nessa fase?
Algumas coisas que deixamos no Brasil realmente pesam durante o intercâmbio e podem te fazer sofrer um pouco. Histórias mal resolvidas, principalmente. Além disso, conviver na dúvida entre uma vida no Brasil e na cidade do intercâmbio foi complicado. Acredito que minha dificuldade maior foi decidir se voltaria ou não para o Brasil.
O melhor do intercâmbio?
Sem dúvida alguma, a melhor parte do intercambio é a liberdade. Eu nunca tinha morado “sozinha” e me vi muito livre lá. Foi maravilhoso. Aprender a lidar com essa liberdade e saber que ela gera responsabilidades – é ótimo também! Posso citar as amizades que fiz, que espero guardar sempre com muito carinho. AAH! E o passaporte quase completo! Estando na Irlanda e tive a oportunidade de viajar MUITO!
Existe uma idade e período certo para alguém fazer intercâmbio?
Qual a sensação ao pisar no país que escolheu fazer intercâmbio? E qual a sensação de voltar pra casa?
A sensação é de insegurança. Eu me senti mais insegura voltando pro Brasil do que saindo dele. Acho que a situação aqui é evidentemente mais difícil, o custo de vida mais alto, as expectativas depositadas são maiores. Voltei com medo e passei por uma fase de readaptação ao meu antigo mundo. A parte mais estranha de voltar pra casa é ver que tudo continua igual e as pessoas continuam pensando igual, enquanto voltei completamente diferente, com novos pensamentos e concepções do mundo. Isto é desanimador.
Considera que o intercâmbio mudou sua vida?
Todos os dias mudamos um pouco. Longe de casa e da nossa zona de conforto ainda, as mudanças são inevitáveis. Minha irmã e minha mãe perceberam uma mudança imensa no meu comportamento. Eu mesma noto uma mudança de pensamentos e atitudes. O intercâmbio faz você ser o que é quando ninguém está olhando e, poxa! Isso muda qualquer um. Viajar de uma maneira geral também. Visitei vários países durante meu intercambio e posso dizer que tenho um pedaço de cada um dentro de mim, hoje.
Se pudesse, você faria de novo?
Faria sim! Foi a melhor fase da minha vida, por que não fazer de novo? Inclusive, se nada der certo no Brasil, eu embarco em outro.
O que diria pra quem pensa em fazer intercâmbio na Irlanda?
VÁ!
Ficou com vontade de fazer intercâmbio? Comece por aqui!
Revisado por Tarcisio Junior
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