Por Diego Engel
Muitos decidem fazer intercâmbio para melhorar o inglês, para encontrar melhores opções de trabalho ou porque querem tentar a sorte em outro país. Eu escolhi fazer um intercâmbio porque queria me tornar um viajante!
A minha paixão por viagens começou em 2011, quando fiz um mochilão pela Europa, passando pelas principais cidades do velho continente. Naquela época, meu inglês não era ruim, ele era inexistente – eu mal falava “What’s your name”. Claro que meu parceiro de aventura se comunicava melhor que eu, mas nada demais, apenas o básico. Essa viagem foi muito legal, mas poderia ter sido muito melhor se eu falasse inglês – e se meu companheiro de viagem fosse um cara mais legal também.
No ano seguinte, decidi fazer outro mochilão, dessa vez pelos Estados Unidos. Novamente meu inglês era vergonhoso, mas dessa vez a trip era com meu irmão e meu melhor amigo, o que ajudou bastante. Essa viagem, sim, foi uma loucura. Escolher os amigos certos pode transformar uma viagem e até hoje nos lembramos dela quando nos reunimos para tomar uma cerveja no bar. Ainda assim, novamente, se eu soubesse me comunicar em inglês essa viagem teria sido ainda mais épica.
Em 2013, foi a vez de conhecer o Chile. Mesmo me virando bem no “portunhol” e com um ano de curso de inglês, não tive condições de fazer amizades com os gringos. Foi aí que descobri que a melhor forma de resolver isso seria saindo do Brasil para estudar inglês em outro país. Não tive muita dificuldade na escolha da cidade (aliás, o E-Dublin ajudou muito com isso). Dublin foi escolhida pelo ótimo preço em relação aos outros destinos, por ser uma cidade europeia encantadora e por ser o lar da minha querida companhia aérea Ryanair (sempre com ótimos preços).
Com tudo pronto, em maio de 2014 eu estava finalmente em solo irlandês. Fiquei um ano morando em Dublin e logo no primeiro mês já notava que meu inglês era outro. Apesar de alguma dificuldade eu conseguia me comunicar e isso me permitiu começar a planejar minhas primeiras viagens. Comecei por Portugal, República Checa, Irlanda do Norte e Inglaterra (para curtir o Leeds Music Festival). A diferença de aproveitamento para as viagens anteriores já era visível, eu até conseguia entender o que os cantores diziam entre uma música e outra.
Em Dublin, tentava aproveitar ao máximo as aulas e apesar dos amigos brasileiros (sempre presentes), procurava incluir os gringos que eu conhecia em nossos “eventos”. A cada mês que passava, meu inglês melhorava e mais viagens eram planejadas. Em outubro, quando meus pais foram me visitar, viajamos para a França e Escócia e tive de ser o guia deles por lá. Era eu quem fazia tudo, já que eles não falavam nada de inglês. Para fechar o ano e comemorar a conclusão do curso, fui com alguns amigos passar o ano novo em Londres e aproveitei para assistir uma das mais belas queimas de fogos que eu já vi na vida.
Com o fim do curso, eu tinha tempo de sobra para planejar minhas viagens e como o inglês já estava afiadíssimo, escolhia meus destinos sem medo de ser feliz. Comecei pelo Marrocos e além de realizar o sonho de passar uma noite no deserto do Saara, passei uma semana em Marrakech. Foi o suficiente para mostrar que existem países em uma situação muito pior que a nossa e me fez refletir sobre muitas coisas. Depois foi a vez de conhecer os países nórdicos Noruega e Dinamarca e em seguida o maior país do mundo, a Rússia. Passar por esses lugares tão diferentes é uma experiência única. Alguns dias em uma cidade linda, desenvolvida e organizada como Copenhagen nos faz ver o quanto ainda temos de evoluir aqui no Brasil, sem contar a viagem na história que é visitar o museu Hermitage em São Petersburgo e conhecer a praça vermelha de Moscou.
Nos últimos meses do meu intercâmbio, eu já tinha viajado bastante, porém, sempre acompanhado. Eu precisava fazer uma viagem sozinho para completar a experiência. Coloquei minha mochila nas costas e fui para Budapeste, na Hungria, uma cidade que me surpreendeu muito por sua beleza. Em seguida, fui para Istambul, com suas mesquitas enormes, uma cidade que tem como religião principal o islamismo e que me fez quebrar a imagem errada de que islâmicos são todos homens-bomba. De lá fui para a Capadócia realizar o sonho de fazer o famoso passeio de balão e conheci umas das paisagens mais incríveis do planeta.
Após esse banho de sensações e experiências, era a hora de conhecer uma das cidades que sempre tive vontade de visitar, Atenas, na Grécia (principalmente por passar minha infância assistindo Cavaleiros do Zodíaco). Mergulhei na mitologia e história de uma das cidades mais antigas do mundo e aproveitei para visitar outras cidades como Meteora e as belas ilhas gregas Santorini e Creta. Faltando pouco menos de 2 semanas para voltar ao Brasil, fiz minha “Trip Finale”: uma viagem de uma semana sozinho, dirigindo pela belíssima Croácia. Visitei diversas cidades e vilas que serviram de set de filmagem para a série de TV Game of Thrones, passei o dia andando pelo parque Plitvice, ouvi a “melodia aquática” do Sea Organ, em Zadar, me diverti na noite de Hvar e remei com um caiaque pelo mar adriático ao pés das muralhas de Dubrovnik. No final, havia dirigido mais de 1000 km pelas inesquecíveis paisagens do país.
Depois de conhecer tantos lugares, aprender tantas coisas e viver experiências únicas, viajar virou meu objetivo de vida. Por isso criei o blog naPlaca, para dar dicas de como viajar de forma econômica e segura, compartilhar minhas histórias e locais fantásticos que conheci, além de oferecer um espaço para outros viajantes que queiram compartilhar suas experiências também. Conheça meu trabalho visitando o naPlaca, se inspire para viver suas próprias aventuras e seja aquele avô ou avó contador de histórias, que sempre terá netos e mais netos aos seus pés, que vão preferir ouvir suas aventuras do que jogar video-game.
Revisado por Tarcísio Junior
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Sobre o autor:
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