O lado duro de viver numa van na Nova Zelândia

O lado duro de viver numa van na Nova Zelândia

Colaborador edublin

6 anos atrás

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Até aqui, contei como vim parar na Nova Zelândia após sete anos maravilhosos vivendo na Austrália, de como um reencontro com minha ex-namorada acabou com a compra de uma campvan e como nós decidimos embarcar juntos numa roadtrip de Norte a Sul da Nova Zelândia. Pois bem.

Hoje, darei uma pausa para ilustrar que, apesar de estar sendo uma experiência libertadora, o dia a dia na nossa nova casa, ou melhor, na nossa campvan está longe de ser a parte mais agradável da viagem.

Wanaka, 7h, 2°C, vento gelado… Mas essas informações eu só saberia depois.

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Foto: Arquivo pessoal

Acordei aquela manhã, abri os olhos e a primeira coisa que notei era que conseguia ver o ar que saía da minha boca quando expirava, pois estava muito frio.

Não tinha acesso à internet no meu celular e, no camping onde estacionamos, a van não oferecia wifi. Logo, não pude checar a temperatura.

Aliás, se você pretende embarcar em uma viagem semelhante, a falta de conexão com o mundo by wifi será mais comum do que se imagina.

Com apenas um edredom, dormindo de shorts, sem meia e com uma camiseta bem vagabunda, a única opção para tentar aquecer o corpo era a minha amiga de viagem e ex-namorada que dormia ao meu lado.

Quando a sua casa se resume a uma campvan, você, além de desenvolver técnicas para otimizar o espaço, aprenderá bem rápido que atividades simples, como ir ao banheiro, podem se tornar as coisas mais desesperadoras do mundo.

Foi com esse tom de desespero que eu, ao despertar várias vezes naquela noite, louco para ir ao banheiro, decidi aplicar técnicas rudimentares de mentalização para me convencer de que poderia esperar até o amanhecer.

A matemática é muito simples! Quando você vai ao banheiro da sua casa ou de um hotel qualquer, você levanta e vai ao banheiro. Porém, quando se está dormindo dentro de uma bola de gelo e o banheiro fica a vários metros de distância no alto de um morro, com um vento desgraçado, fica mais difícil. Sendo assim, decidi tentar dormir novamente.

De fato, morar em uma van é super cool, há liberdade, é diferente da maioria. Porém, descobri bem cedo que a questão desconforto seria uma constante realidade.

Começo falando do frio porque é um dos maiores desconfortos que enfrentamos nessa viagem. Já que o inverno na Nova Zelândia está muito próximo e as temperaturas começam a cair muito rapidamente. As dificuldades são inúmeras, e isso exigirá de você bastante resiliência.

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Foto: Arquivo pessoal

A saga para segurar a vontade de ir ao banheiro durou até as 7h da manhã, quando, então, decidimos não só ir ao banheiro, como também nos prepararmos para começar o dia.

Vestir-se com as roupas que estavam todas abaixo de zero graus só aumentou a dureza que a falta de conforto e as condições climáticas podem apresentar durante uma viagem com recursos mínimos.

Etapa vencida, saímos do carro. O vento era gelado, mas a temperatura não estava tão ruim quanto imaginávamos. Andei até o banheiro, que, nesse camping, era químico.

Na saída, encontrei o dono do camping, um homem de origem Maori, por volta dos seus 50 anos de idade. Tipo esses caras gente boa. Perguntei qual era a temperatura, e ele disse ser 2°C. Claro que, para ele, super normal. Mas, para mim, a sensação era de ter acordado na Antártida.

Superada a questão das necessidades biológicas, era hora de encarar outra etapa que, na vida sobre quatro rodas, torna-se quase um ritual. A hora de preparar o café!

Sabe aquele café quentinho que você solicita em qualquer padaria por aí? Pediu, pagou, tomou? Esqueça. Na nossa nova residência, o ritual consiste em abrir o porta-malas, tirar o fogão de apenas uma boca, colocar água para ferver, sem esquecer do malabarismo para bloquear o vento a fim de não apagar o fogo. Enquanto isso, vamos cortando as frutas, banana e kiwi, preparando a aveia com canela e coco ralado.

Com a água fervendo, vai metade para o café e a outra metade para a aveia. Tudo calculado milemitricamente e, por favor, sem nenhum desperdício. Chega a hora de colocar tudo em dois pratos, o café no copo e, finalmente, sentar para comer.

Sentamos em duas cadeiras. O café em mãos congeladas, mas, para falar a verdade, quase sempre o que vem depois do primeiro gole é um verdadeiro deslumbre.

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Foto: Arquivo pessoal

É chegada aquela hora de simplesmente degustar a primeira refeição do dia, quase sempre diante de uma paisagem de tirar o fôlego. É esse clima de deslumbre, que temos todos os dias, que nós faz esquecer de todo o trampo de preparar um simples café da manhã.

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Foto: Arquivo pessoal

Para acompanhar as aventuras do William em busca de trabalho e visto na Nova Zelândia acesse: Instagram – @willtube21 / @metheroadandmyex

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