Deixar a cidade de origem e encontrar novas culturas significa também descobrir a visão dos outros sobre nós. Em qualquer lugar do mundo os estereótipos, que são ideias pré-concebidas, fazem parte dos pensamentos da sociedade. Assim, da mesma forma que perguntamos se os europeus tomam banho todos os dias e se são extremamente frios nas relações, em algum lugar, alguém pode perguntar se os brasileiros fazem festas todos os dias, quando não estão jogando ou assistindo a uma partida de futebol.
Convidamos quatro pessoas que viajaram pela Europa para nos contar melhor o que andaram ouvindo sobre a nossa cultura e como foram recepcionados no Velho Continente.
Marta Neves, 27 anos
“Visitei alguns países no ano passado e posso dizer que a recepção foi muito positiva. Percebi que os os irlandeses estão bastante acostumados com a presença dos brasileiros, tanto trabalhando quanto frequentando os mesmos lugares. Alguns têm mais paciência do que outros, mas de modo geral até brincam com a ideia de ter mais brasileiros em Dublin do que irlandeses. As pessoas são muito divertidas, principalmente depois de três ou quatro pints. Fui muito bem recepcionada e não senti qualquer tipo de preconceito por ser brasileira.”
Carlos Alessandro, 25 anos
“Moro na Irlanda há 1 ano e quatro meses e já passei por mais de 15 países. Em todos os lugares tive uma boa recepção e quando falava que era brasileiro, todos falavam que admiravam a nossa alegria. A única situação que não gostei muito foi na imigração do aeroporto, pois achei que o atendente tinha um tom ameaçador. Entendo que eles precisam fazer o trabalho deles, mas cada vez os brasileiros viajam mais e merecemos ser tratados com respeito, já que não estamos de forma ilegal.
Uma vez também tentei alugar um apartamento com mais dois amigos, mas fui informado que eles não iriam mais alugar para brasileiros porque os últimos estragaram parte da casa fazendo festa todos os dias além de gerar reclamações dos vizinhos sobre o barulho.”
Eduardo Nunes, 29 anos
“Eu fiz intercâmbio de seis meses em Dublin. Quando cheguei, achei que seria novidade por ser de outro continente, mas logo encontrei muitos brasileiros. A recepção foi sempre boa, mas muitos me perguntaram por que eu estava trocando o clima do Brasil, que era maravilhoso, pelo céu nublado de Dublin. Quando explicava que sempre havia tido curiosidade e que queria conhecer muitos países, alguns ficavam com um ar surpreso. Eu sempre achei que todo mundo só conhecia o Brasil pelo futebol, mas nesse tempo escutei muita gente falando sobre a economia do nosso país de forma positiva. Claro que logo depois falaram sobre Michel Teló, Pelé e samba. Nunca senti qualquer preconceito por ser brasileiro e repetiria a experiência, com certeza.”
Jéssica Silva, 27 anos
“Meu intercâmbio tem servido para descobrir muito mais sobre o meu país, algo que eu não imaginava. Eu respondo a perguntas diárias de pessoas de outras culturas e me sentiria envergonhada se não soubesse respondê-las. Durante as minhas viagens percebi que realmente o Brasil é conhecido não só pelo carnaval, futebol, Copa do Mundo, Amazônia, mas também pela beleza das mulheres. Por mais estranho que possa parecer, essa parte chegou a incomodar um pouco, pois no início achei que alguns homens olhavam as brasileiras como o que chamamos de ‘fácil’. No entanto, sempre fui muito bem recepcionada por onde passei e pelos novos amigos que continuo a fazer por aqui.”
Este texto foi revisado por Camilla Gómez em Agosto/2014.
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