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O que fazer em Liverpool: muito mais que a terra dos Beatles

“In Penny Lane, there is a barber showing photographs / Of every head he’s had the pleasure to know / And all the people that come and go / Stop and say hello”. A canção Penny Lane, dos Beatles, é uma das muitas que tem como referência a cidade natal do quarteto, Liverpool. O local é praticamente uma Disneylândia para os beatlemaníacos, cheia de pontos históricos e emocionantes. Mas há muito mais o que fazer em Liverpool.

Sim, é possível caminhar pela Penny Lane, que dá nome à canção que abre este texto, visitar a casa humilde de Paul e entrar no banheiro onde ele compôs várias de suas canções ou ver da janela do lar da família Lennon o Strawberry Fields, aquele campo que ficou para sempre na memória dos fãs.

Não faltam tours sobre os músicos que, não por acaso, são conhecidos como o Quarteto de Liverpool.

Porém, uma visita à cidade vai levar você para uma viagem ainda mais incrível, principalmente por conta da navegação. Você sabia que o Titanic leva o nome de Liverpool? Além disso, é possível conhecer mais sobre a história da escravidão e do mundo com alguns dos museus mais importantes do Reino Unido.

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Bom, a gente vai contar tudo sobre o que fazer em Liverpool, neste artigo.

Siga por aí e… “let it be”!

Liverpool: o que fazer no lar dos Beatles

Sim, eu acabei de dizer que Liverpool não é só Beatles, mas a cidade respira esse quarteto. São inúmeras atrações que relembram essa história.

Voltando um pouco para contextualizar a relação da cidade e dos músicos Ringo, Paul, George e John. Os quatro nasceram em Liverpool nos anos 1940, em diferentes regiões da cidade. Já nos anos 1960, começaram a tocar juntos por lá e a fazer sucesso.

Porém, muito antes de alcançar o estrelato, eles se apresentavam em pubs como o Cavern Club, ainda em funcionamento na cidade (falaremos dele mais abaixo). Eles foram compondo e compondo até chegar à Inglaterra… aí é história!

Mas vamos lá, saiba o que fazer em Liverpool para conhecer mais da história dos Beatles.

Cavern Club

Cavern Club é item essencial na sua lista sobre o que fazer em Liverpool. Foto: Rubinho Vitti

Talvez o principal ponto de encontro entre beatlemaníacos do mundo seja o Cavern Club. O pub original onde o quarteto tocava foi demolido, mas, depois, reconstruído (com os mesmos tijolos e a mesma energia) e ainda hoje é reduto de quem ama Beatles.

Afinal, é Beatles tocando quase que 24 horas por dia. Os músicos se revezam par tocar as principais canções do grupo. No local, existe, até mesmo, um festival de bandas cover dos Beatles. Demais, né?

Ah, não perca a estátua de John Lennon em frente ao bar. É incrível!

Estátua dos Beatles

Estátua gigante dos Beatles fica nos Docks de Liverpool. Foto: Rubinho Vitti

Falando em estátua… Se não podemos mais encontrar os quatro Beatles juntos pessoalmente, que tal vê-los em uma homenagem à altura?

Esculpidas por Andy Edwards e inauguradas em 2015, as quatro estátuas, representando Paul, Lennon, Ringo e George, ficam localizadas no Pier Head. Basta chegar por lá e fazer uns cliques.

Liverpool Beatles Museum

Claro que haveria um museu só para eles, não é mesmo? O Liverpool Beatles Museum tem uma memorabilia com mais 1.000 itens sobre o quarteto. O local é pura emoção para quem é fã.

Vale a pena visitar a lojinha do lado do museu, a The Beatles Store.

Já separe algumas libras, pois não há como sair de lá de mãos abanando.

Beatles childhood homes

Entrada da casa onde Paul McCartney nasceu e cresceu, em Liverpool. Foto: Rubino Vitti

Imagina entrar na casa onde Paul McCartney nasceu e cresceu. Percorrer os cômodos e entrar no banheirinho onde ele compôs alguns dos primeiros sucessos dos Beatles?

Ou, ainda, passear pela casa de John Lennon, ver alguns desenhos que ele criou na infância e admirar o Strawberry Fields (aquele famoso da música) pela janela. É possível? Claro que é.

O tour Beatles childhood homes leva você para a casa dos principais compositores da banda: Lennon e McCartney. Você terá alguns dos melhores guias sobre Beatles para acompanhá-lo e contar cada pedacinho de história que esses espaços apresentam.

Tours dos Beatles

São várias as tours disponíveis para visitar locais famosos na história dos Beatles. Foto: Rubinho Vitti

Existem vários cantinhos de Liverpool onde é possível visitar e conhecer mais a história do quarteto. Espalhados pela cidade, a melhor forma é o Magical Mystery Tour, um ônibus que faz todo o trajeto.

Entre eles, estão a Penny Lane, o Strawberry Fields, Cavern Club, casa de infância de todos os quatro, além do local onde Paul e Lennon se encontraram pela primeira vez. Tudo, é claro, ao som de muito Beatles.

No entanto, existem outros tipos como tours privativos de táxi, walking tours ou, até, bike tours para visitar esses locais.

Liverpool: a música nunca acaba

Não sabe o que fazer em Liverpool? Coloque o museu da música britânica na sua lista. Foto: Rubinho Vitti

Olha só! Já falamos dos Beatles, mas Liverpool tem muitas atrações musicais, principalmente ao percorrer os pubs da cidade. São vários com palcos grandes que recebem bandas todos os dias. Vale a pena ficar esperto com a programação. Além de Beatles, você vai ouvir muita música, principalmente de artistas britânicos.

E falando em artistas britânicos, você não pode deixar de visitar o British Music Experience. Muito mais que um museu, o local é uma imersão, de fato, na música feita no Reino Unido. Ali, é possível ver peças de figurinos, objetos pessoais, instrumentos musicais de artistas incríveis como Rolling Stones, Spice Girls, David Bowie, Oasis, Adele e muito mais.

Além disso, toda a história da música britânica é contada em um show de cores e sons. A cereja do bolo fica para o final, um estúdio onde você pode treinar seus dotes musicais, tocando diversos instrumentos e cantando.

Liverpool e a navegação

Titanic faz parte da história de Liverpool, mas nem todo mundo sabe disso. Foto: Rubinho Vitti

Liverpool é um dos principais polos da navegação do Reino Unido. Começando pelo mais famoso navio de todos os tempos. Você sabia que o Titanic leva o nome de Liverpool? Isso porque ele foi registrado na cidade, apesar de nunca ter passado por lá.

Essa e outras histórias você conhece no Merseyside Maritime Museum. São várias galerias que contam a história da navegação no Reino Unido, assim como guerras, escravidão e outros assuntos históricos.

Docks de Liverpool

Área dos docks de Liverpool é cheia de atividades para fazer em um dia de sol. Foto: Rubinho Vitti

Falando em navegação, vale a pena passear pelo Royal Albert Dock Liverpool, principalmente quando está um dia bonito de sol. Além de uma vista incrível do rio Mersey, o local tem o famoso Tate Gallery, galeria de arte moderna com obras de artistas superconhecidos.

Lá, você também encontra restaurantes, pubs, lojinhas, artistas de rua. Enfim! É um local vibrante e cheio de atividades.

Ah, não deixe de fazer um passeio de barco. O Mersey River Cruise dá uma volta de 50 minutos com vista panorâmica da cidade.

Liverpool: o time de futebol

Essa é para os fãs do futebol europeu. The LFC (Liverpool Football Club) Stadium Tour leva você para dentro de um dos estádios mais famosos do mundo do esporte, o Anfield Stadium.

Você vai conhecer a história do clube e acessar áreas incríveis como salas de conferência, o túnel por onde os jogadores passam para entrar em campo e, até o vestiário do time do Liverpool.

Existem, ainda, exibições temporárias que contam detalhes sobre o clube ao público, além de um museu, homenageando jogadores que já passaram pelo time.

Catedral de Liverpool

Catedral de Liverpool é uma das maiores do mundo. Foto: Rubinho Vitti

Uma das catedrais mais icônicas do Reino Unido fica em Liverpool. São 110 metros de torre e pilares gigantescos que estruturam o espaço. Finalizada em 1978, a inauguração da Liverpool Cathedral contou com a presença da rainha Elizabeth II e se tornou uma das maiores catedrais do mundo.

Apesar de ser considerada uma catedral nova, sua história remonta ao início de 1900. Em 1903, um concurso escolheu os arquitetos que fariam parte do time para construir uma catedral do século 20. Com apenas 21 anos, o arquiteto George Gilbert Scott (hoje sir) ganhou com o seu projeto, que ficou pronto 75 anos depois (18 anos após sua morte).

Scott, aliás, tem mais uma obra icônica em seu nome: as famosas cabines telefônicas vermelhas do Reino Unido. Uma de suas criações está em exposição na catedral.

World Museum

World Museum deve estar na sua lista sobre o que fazer em Liverpool. Foto: Rubinho Vitti

A história do mundo está contada em cinco andares, onde você pode viajar no tempo e conhecer criaturas que viveram há centenas de anos.

O World Museum Liverpool conta com um fantástico acervo que vai desde fósseis de dinossauros, passando por múmias do Egito e os monstros do fundo do mar, até um planetário que explora o universo e os planetas ao nosso redor.

Aberto em 1853, o museu é famoso mundialmente por sua ampla coleção. Durante a Segunda Guerra Mundial, o museu foi bombardeado. Porém, a maioria dos objetos valiosos do museu haviam sido retirados a tempo. Ufa!

Por tudo isso e mais um pouco, vale a pena a visita. Cereja do bolo: a frente do museu foi um dos cenários escolhidos para rodar o filme Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los, da saga Harry Potter.

Museu da escravidão: a história que precisa ser contada

Obra exposta no Slavery Museum, em Liverpool, representa um dos tipos de tortura em negros escravizados. Foto: Rubinho Vitti

A maior mancha na história da humanidade é, com certeza, a escravidão. Em muitos países, porém, é como se existisse uma vontade de apagar o acontecimento sombrio do passado — o que é impossível, né?

Em Liverpool, pelo contrário, a história da escravidão é contada desde o princípio no International Slavery Museum. O foco é entre 1500 e 1900, quando países da Europa e América escravizaram muitas pessoas de vários países da África.

Mar por que existe um museu de escravidão justamente em Liverpool? A maioria dos navios negreiros rumo a Europa desembarcaram no porto de Liverpool. Foram cerca de 5.300 viagens, entre 1695 e 1807.

O museu começa narrando a história do povo escravizado, mostrando as etnias das tribos e o apagamento cultural dos africanos. Passa pelo início da escravização feita pelos europeus e, posteriormente, na América.

A visita ao museu tem o aspecto importantíssimo de mostrar como era o cotidiano dos escravizados, a vida nos navios negreiros, instrumentos de tortura e as condições de trabalho forçado.

Mesmo após a abolição, o museu ainda mostra as consequências da escravidão com o apartheid e o movimento Ku Klux Klan, nos EUA, além do racismo ainda presente na sociedade.

Rubinho Vitti

Jornalista de Piracicaba, SP, vive em Dublin desde outubro de 2017. Foi editor e repórter nas áreas de cultura e entretenimento. Também é músico, canceriano e apaixonado por arte e cultura pop.

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