Mudar de país é sempre um desafio, afinal, temos que aprender um novo idioma e nos adaptar a uma cultura e clima diferentes do que já estamos habituados. Mesmo assim, principalmente quando as coisas não andam muito bem no nosso país de origem, temos aquela expectativa de que tudo no exterior será melhor. Mas cada destino tem suas particularidades e seus desafios.
Hoje vamos falar sobre intercâmbio na Alemanha, comentando aspectos importantes para o seu planejamento e alguns fatos que podem não corresponder com a expectativa imediata de quem pretende morar no país. Confira!
Diferentemente do espanhol, francês e italiano, idiomas que, assim como o português, são provenientes do latim, o alemão é uma língua desconhecida, com uma sonoridade diferente para muitos de nós e seu aprendizado pode exigir um pouco mais de treino e muita dedicação.
“O idioma alemão é bastante difícil e diferente do Português, e isso atrapalha o processo de integração. Mas acredito que não exista nada melhor que a perseverança, a dedicação e o esforço para ultrapassar a barreira do idioma”, destaca Márcia Oliveira, autora do blog Vou pra Alemanha.
Afinal, as palavras longas e cheias de consoantes, típicas do idioma, podem nos assustar num primeiro momento, mas com o tempo pronunciá-las não será nenhum bicho de sete cabeças. Evitar o inglês, não desanimar, assistir TV e ler no idioma alemão, além de praticar com nativos, são atitudes que contam muito na hora de aprender.
Morando há mais de um ano em Munique, Márcia dá o recado: “É preciso se adequar às regras locais, pois na Alemanha não existe o ‘jeitinho’ e as leis precisam ser cumpridas à risca”.
Ou seja, ao contrário de muitos lugares, onde com um pouco de conversa conseguimos encontrar uma solução pra tudo, na Alemanha não há brechas e é preciso aprender a lidar com a papelada e a burocracia que fazem parte da cultura local.
Para quem está planejando se mudar para a Alemanha, vale pesquisar muito na hora de escolher a cidade de destino, ainda mais quando o dinheiro está curto.
Algumas cidades, como Hamburgo, Munique e Frankfurt, por exemplo, são regiões com maiores possibilidades de emprego, entretanto, elas figuram entre as que possuem o custo de vida mais elevado no país. Berlim, por exemplo, já foi considerada uma cidade barata, porém esses dias fazem parte do passado, já que como um maior número de pessoas está se mudando para lá, os preços estão seguindo o mesmo fluxo de alta.
Mesmo assim, quando comparado com o Brasil, por exemplo, pode-se dizer que na Alemanha, de um modo geral, vive-se melhor com menos dinheiro ou com o mesmo que gastaríamos para ter relativo conforto em nosso país.
Para quem gosta de dias ensolarados e caminhar de chinelo pelas belas praias brasileiras, a mudança para a Alemanha pode ser algo radical. Isso porque o inverno por lá é bem rigoroso, com temperaturas abaixo de zero e muita neve em algumas cidades. Já no verão, além de chover bastante a temperatura média mais alta é de 23 graus, dependendo da região.
“Alguns brasileiros também acreditam que o clima frio seja um obstáculo para viver no país. Certamente a Alemanha é fria, mas vale a pena dizer que as pessoas costumam ter uma vida normal nos dias mais gelados e que conseguem conviver bem com o frio. É claro que a roupa adequada é indispensável, mas o que ajuda bastante é que todos os ambientes são preparados para o inverno”, destaca Márcia.
Imagens via Shutterstock
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