É preciso coragem, persistência e planejamento para estudar inglês no exterior. Mas perder tempo e dinheiro “só para aprender” uma língua diferente? Essa talvez seja a pergunta que mais ecoa na nossa cabeça quando estamos planejando um intercâmbio. Mas a realidade de já ser adulto e ainda não ter fluência no principal idioma do mundo responde facilmente esta pergunta.
Depois de três meses vivendo a experiência diária e 15 horas semanais de aulas, eu entendi o que é realmente estudar inglês e não me arrependo nadinha de ter tomado essa decisão. Mas a realidade é que só se aprende mesmo se tiver foco, determinação, criatividade e vontade.
Quando decidi que o inglês seria minha vida nos próximos meses, eu resolvi estudar um pouco antes por conta própria no Brasil, afinal já iria pagar pelo curso em Dublin e não quis contratar um professor particular. Minha ideia foi usar livros de cursos antigos para revisar a gramática e utilizar aplicativos disponíveis no celular para potencializar o vocabulário. Entre os que usei (e sigo usando) estão o Duolingo (gratuito) e o Busuu (5 dólares mensais, o preço de uma pint, vai). Eles auxiliaram na prática da leitura e escrita, principalmente.
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Antes de vir para Dublin, fiz um teste online para saber meu nível e ao chegar na escola, no primeiro dia, uma entrevista em inglês também avaliou como estava minha fluência. Saber seu nível é importante e é sempre bom não tentar entrar em uma classe mais avançada do que você. Lembre-se sempre que você está pagando para aprender corretamente e não para sair do curso com um diploma em um nível superior ao verdadeiro. O mercado vai te cobrar depois.
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Uma regra básica que aprendi estudando inglês é que saber a gramática da língua original é muito importante. Nas aulas, eu me deparei com pronomes, objeto, artigos definidos e indefinidos, advérbios, conjugações verbais, frases nas vozes ativa e passiva, e por aí vai. Quem não sabe o significado de tudo isso nem em português, vai ter muita dificuldade de acompanhar. Aquela revisada nos livros de gramática da escola ajuda bastante.
Não espere que seus professores sejam seus pais durante o intercâmbio. Eles não ligam se você mata aula, não faz a lição de casa ou está sendo passado para trás durante as aulas. Por isso, quem precisa ser rígido com você é você mesmo, que está pagando (e não é barato) para aprender e voltar ao Brasil fluente. Com determinação, o inglês já melhora no primeiro mês.
Geralmente as aulas tem uma dinâmica que possibilita a interação com os colegas e é preciso falar, mesmo com erros. Como todos estão aprendendo, todos estão errando juntos. Isso te dá confiança de conversar mais e mais e, com ajuda do professor, corretamente. Depois de 60 horas de aulas, me senti mais desinibido em poder argumentar em inglês sem medo de falar errado.
Tem muitos brasileiros estudando e vivendo na Irlanda e isso não é novidade para ninguém. Existem escolas com mais diversidade em nacionalidades. É importante que isso seja também um fator a ser notado, para não ter aquela tentação de falar português o tempo todo – e essa tentação existe. Escolas não tão populares e que não estão em todas as listas das agências de viagens podem ter menos brasileiros. E, claro, isso também pode influenciar no preço.
Aprender inglês não está só naquelas horas em quatro paredes com colegas e um professor. Tentar aprender mais e melhor depende unicamente de suas escolhas. Exemplos básicos: troque a legenda daquela série favorita para o inglês; escolha produções com idiomas em inglês britânico ou australiano (mais parecidos com o irlandês), isso treina seu cérebro a entender melhor o sotaque dos nativos. A Irlanda também tem ótimas séries e programas, como Striking Out, Mrs. Brown’s Boys, Moone Boy, The Fall, Love/Hate e também muitos filmes.
Livraria é o que não falta em Dublin, já que é costume dos nativos ler muito. Uma ótima forma de aprender é comprar um livro em inglês. Tem livrarias com publicações baratas por 5 euros ou sebos. Você pode começar com livros infantis e seguir por uma linguagem mais adolescente, tipo Harry Potter. Depois seguir para assuntos mais sérios. O importante é que o conteúdo disso tudo seja do seu interesse. Alguns jornais e revistas também são distribuídos gratuitamente na cidade ou podem ser lidos on-line (como Independent.ie e Irish Times).
A oportunidade de estar em um país com nativos na língua inglesa é que o idioma está por toda parte, seja no mercado, olhando os nomes dos produtos, indo a eventos locais ou apenas perguntando informações a desconhecidos na rua. Muitos estudantes também combinam de ir a pubs, cafés ou parques apenas para treinar a fala. Existem, ainda, grupos de conversação gratuitos que se organizam pela internet. Isso ajuda a ligar a “chavinha” do inglês no cérebro e ser mais fácil desembestar a falar. No mais, abra a boca e fale, sem medo de ser feliz!
Imagens via Dreamstime
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